quarta-feira, 8 de agosto de 2018

“Política tem que ser feita com tolerância, respeito”, diz Ana Amélia

Candidata a vice-presidente na chapa de Geraldo Alckmin (PSDB), a senadora Ana Amélia falou nesta terça-feira (7) para Pernambuco em entrevista a rádio Jornal do Commercio. Indagada sobre ser considerada representante da “direita política”, esclareceu que não se pauta pela defesa dos “extremos” por considerar que eles “perturbam o ambiente democrático e de tolerância”.

– Nós estamos hoje numa zona de intolerância que é muito perigosa. Não gosto disso, eu sou contra os extremos. Os extremos sempre perturbam o ambiente de democrática e de tolerância.

Nós, agentes políticos e de comunicação (Ana Amélia é formada em Jornalismo), temos de trabalhar pelo respeito aos valores e em favor de tudo que pode ser aproveitado de bom em nosso país.

Tolerância e respeito
Ana Amélia fez um breve resumo de sua trajetória política para revelar as incoerências em tal definição. Lembrou, por exemplo, da defesa que faz de alguns modelos de gestão adotados em Cuba – como na Educação e na área penitenciária – e do momento em que apoio para a prefeitura de Porto Alegre (RS) a então candidata do PCdoB, Manuela D’Ávila.

– A turma do Bolsonaro diz que sou comunista. Inclusive montaram uma foto de quando estive em Cuba, acompanhando o ex-ministro da Justiça Paulo Brossard, para visitar uma prisão porque defendo o sistema cubano de saúde, mas também o penitenciário.

Em Cuba, os presos trabalham nas áreas das quais dominam e a venda do que produzem custeia em 80% a prisão.

Por que esse modelo não pode dar certo no Brasil, numa área em que as cadeias se transformaram em sedes do crime organizado?

-Em 2012, apoiei Manuela D’Ávila, que é do PCdoB, ao governo de Porto Alegre. Ora, uma pessoa tão conservadora, tão de direita, estaria ao lado de uma comunista numa eleição municipal? A política tem que ser feita com tolerância, respeito e responsabilidade. Tenho consciência do que fiz no jornalismo e do que estou fazendo agora no Senado.

A senadora também foi abordada sobre o problema da corrupção na política que envolve denúncias contra integrantes de seu partido, o PP. Defendeu o direito da legítima defesa para todos, mas foi categórica: “Confirmada a culpa todos têm de pagar por ela. Isso vale para os deputados do PP, para Lula, para qualquer cidadão”.

– Minha regra moral é a mesma. No processo do Estado Democrático de Direito é preciso que os acusados, usando do direito de legítima defesa, o façam. Confirmada a culpa tem de pagar por ela.

 Devo respondeu pelos meus atos. Não sou juíza, não sou promotora, não sou da polícia. Uso apenas da regra moral, reconhecendo o direito das pessoas se defenderem. A prevalência da inocência deve ocorrer para todos, para meus adversários e para meus aliados.

Nordeste
A candidata ressaltou, ainda, que considera a região Nordeste “importantíssima para o Brasil” e merecedora de atenção por parte do governo federal em função de suas muitas carências. Ela destacou, por exemplo, o problema do fechamento das agências bancárias em pequenos municípios nordestinos por conta das recorrentes investidas criminosas contra as unidades.

– O fechamento dessas agências comprometem, entre outras coisas, os beneficiados do Bolsa Família. Eles têm que se deslocar, muitas vezes pagando do próprio bolso, para receber o benefício em cidades vizinhas. Isso é uma injustiça porque as pessoas deixam pelo meio do caminho um pedaço daquilo que é tão importante para a renda familiar, muitas vezes a única que se tem. Esse é um tema importantíssimo e precisamos encontrar mecanismos para corrigir isso.

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