segunda-feira, 27 de agosto de 2018

Presidenciáveis disputam a atenção de lideranças rurais

- Valor Econômico

BRASÍLIA - Apesar de o eleitorado ser majoritariamente urbano no Brasil, a consolidação do setor agropecuário como o que mais cresce na economia brasileira, a despeito inclusive das crises recentes, já vem levando os candidatos à Presidência a mirarem e cortejarem o eleitor do campo. São vinculados ao agronegócio duas candidatas a vice-presidente: a senadora Ana Amélia (PP-RS), que está na chapa de Geraldo Alckmin (PSDB); e a senadora Katia Abreu (PDT-TO), na chapa do pedetista Ciro Gomes.

Líder nas pesquisas de intenção de voto nos cenários sem a presença do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o deputado Jair Bolsonaro (PSL) já conquistou a empatia de muitos produtores rurais e também de parlamentares da bancada ruralista com sua ideia de liberar o porte de fuzis como alternativa para combater os altos índices de criminalidade no meio rural. Seu assessor econômico, Paulo Guedes, porém, tem feito críticas aos subsídios agrícolas, dos quais o setor não abre mão.

Já Marina Silva (Rede), que sempre enfrentou resistências dentro do agronegócio, se posiciona a favor do livre comércio para os produtos agropecuários, defende a expansão do Programa Agricultura de Baixo Carbono (ABC), ampliação do seguro rural e comercialização de alimentos de maneira "sustentável". Por outro lado, a candidata é contra o projeto de lei que agiliza o registro de agrotóxicos no país, uma das bandeiras ruralistas.

Ciro defende estímulos à agroindústria, ampliação de assistência técnica e extensão rural especialmente na Região Norte. Tem uma visão crítica, entretanto, quanto às isenções fiscais dadas a agroexportadores.

Alckmin fala em "reforçar" a liderança do Brasil na agricultura, pela transformação do Plano Safra em um plano plurianual que dê previsibilidade às políticas agrícolas, segurança jurídica no campo e também estímulo ao programa de seguro rural.

Álvaro Dias (Podemos) vem angariando intenções de voto no campo, se valendo de sua intimidade com o agronegócio, já que o Paraná, seu reduto eleitoral, é um dos Estados líderes na área. Ele tem se comprometido em aumentar em 30% a produção brasileira de grãos até 2022, estimular o seguro rural e a armazenagem agrícola, e estímulo ao modal ferroviário.

Henrique Meirelles (MDB) sustenta a retomada de obras de infraestrutura para tornar a agricultura mais competitiva, expansão dos projetos de pequenos irrigantes e reforço da segurança no campo por meio do projeto "GPS Rural" e a expansão da telefonia celular no campo.

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