terça-feira, 28 de agosto de 2018

Ricardo Noblat: Ciro morde e assopra

- Blog do Noblat | Veja

Sem outro caminho para chegar lá

Que situação, a de Ciro Gomes, candidato do PDT a presidente da República. O PT deu-lhe as costas. Nem com reza braba o apoiaria, como observou certa vez a senadora Gleisi Hoffman, presidente do partido. Na última hora, sabotou a pretensão de Ciro de unir-se ao PSB. Deu ao PSB tudo o que ele queria em troca de o PSB não dar a Ciro seu tempo de propaganda eleitoral no rádio e na televisão.

Mas como precisa desesperadamente do voto de pelo menos parte do PT para disputar o segundo turno, Ciro finge não passar recibo do que lhe fizeram. Não perde oportunidade de elogiar Lula. E lamenta que a justiça o tenha impedido de visitá-lo em Curitiba. Assopra Lula e o PT dia sim e o outro também. Morde de leve seus calcanhares. Morde com gosto os de Geraldo Alckmin (PSDB).

Em um eventual segundo turno contra Alckmin ou o ex-capitão Jair Bolsonaro (PSL), Ciro aposta que o PT cairá de graça no seu colo. De graça é exagero.
Algum preço ele terá de pagar.

A volta dos aloprados do PT

É assim a cada eleição

A contratação de internautas para elogiarem o governador do Piauí, candidato à reeleição, é o primeiro ato conhecido nesta eleição dos aloprados do PT, encarregados do trabalho sujo.

Foi Lula que batizou de aloprados seus companheiros de partido como se nada tivesse a ver com eles. Em 2006, quando tentava se reeleger, gente de sua campanha forjou um dossiê contra o PSDB.

Com ele pretendia-se ligar bandidos que superfaturavam os preços de ambulância a Geraldo Alckmin (PSDB), candidato a presidente, e a José Serra (PSDB), candidato a governador de São Paulo.

A Polícia Federal prendeu militantes do PT e uma mala de dinheiro que pagaria pela confecção do dossiê. Como sempre, Lula mostrou-se indignado e surpreso. O caso deu em nada.


Em 2010, nova patifaria foi descoberta, dessa vez envolvendo gente ocupada em eleger Dilma Rousseff. Abortou-se a tempo mais um golpe contra Serra, então candidato a presidente.

Uma coisa é dispor de elementos para investigar a vida dos adversários – todo candidato dispõe. Outra bem diferente é dispor de elementos para falsificar fatos e influir no resultado das urnas.

As redes sociais estão repletas de mentiras. Mas em tempo de eleição, a lei proíbe que propaganda a favor de candidatos seja apresentada como se propaganda não fosse.

Internautas receberam dinheiro para fazer de conta que elogiavam espontaneamente o governador do PT no Piauí. Ele mesmo declarou que isso fora iniciativa “da moçada da direção do PT”.

Os aloprados da estrela voltaram. Ou melhor: eles jamais saíram de cena.

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