Bolsonaro mantém a liderança, e disputa pelo 2º lugar se acirra

Marina, Ciro e Alckmin estão em empate técnico; Haddad aparece com 6%

Em pesquisa realizada pelo Ibope entre os dias 1º e 3, o candidato Jair Bolsonaro (PSL) manteve a liderança, com 22% das intenções de voto. A disputa pelo segundo lugar se acirrou com a subida de Ciro Gomes (PDT), que ganhou três pontos e agora tem 12%, o mesmo que Marina Silva (Rede); Geraldo Alckmin (PSDB) chegou a 9% e está em empate técnico com os dois. Com a candidatura de Lula barrada pelo TSE, Fernando Haddad (PT) aparece com 6%. Álvaro Dias (Podemos) e João Amoêdo têm 3%. Bolsonaro perderia de Ciro, Marina e Alckmin no segundo turno, e empataria com Haddad (37% a 36%). A margem de erro é de dois pontos percentuais, para mais ou para menos.

Empate triplo atrás de Bolsonaro

Pesquisa mostra Marina, Ciro e Alckmin embolados na disputa pelo 2º lugar

Marco Grillo e Miguel Caballero | O Globo

Na primeira pesquisa Ibope divulgada após o início dos programas eleitorais na televisão e das inserções diárias ao longo da programação, o candidato do PSL, Jair Bolsonaro, permanece na frente, com 22% das intenções de voto. Em seguida, há um empate triplo na segunda posição: Marina Silva (Rede) e Ciro Gomes (PDT) estão com 12% cada, enquanto Geraldo Alckmin (PSDB) tem 9%, em situação de empate técnico com os dois. A candidata da Rede repetiu o desempenho da pesquisa anterior, enquanto Ciro cresceu três pontos percentuais. Já Alckmin oscilou dois pontos para cima, no limite da margem de erro. A pesquisa foi encomendada pela TV Globo e pelo jornal “O Estado de S.Paulo”.

Foi a primeira vez que o Ibope fez uma pesquisa sem o nome do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que teve a candidatura vetada pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) na semana passada. Na comparação com o cenário sem Lula do levantamento de 20 de agosto, os eleitores que pretendem votar nulo ou em branco caíram de 29% para 21%, indicando que parte dos apoiadores do líder petista começou a fazer sua escolha.

Virtual substituto de Lula, o ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad (PT), ainda formalmente o vice na chapa, aparece com 6%, em empate técnico com Alckmin. Por enquanto, o PT tem adiado a decisão de apresentar Haddad como o candidato do partido —a expectativa é que isso aconteça na terça-feira. O desafio do partido é torná-lo mais conhecido do eleitorado. Na pesquisa anterior do Ibope, Haddad havia marcado 4%, e agora oscilou dois pontos para cima.

ATAQUES A BOLSONARO

João Amoêdo (Novo) passou de 1% para 3% e empatou com Alvaro Dias (Podemos).

— As pessoas começaram a prestar atenção na eleição e a tomar suas decisões. É um cenário ainda aberto, como mostra esse empate no segundo lugar —afirma a diretora-executiva do Ibope, Márcia Cavallari.

Na disputa atual pela vaga que parece em aberto no segundo turno, contra Bolsonaro, Alckmin tem o trunfo de um tempo de exposição na televisão superior ao de seus principais adversários. O tucano, assim como Ciro e Marina, tem subido o tom contra o candidato do PSL. Os três candidatos estão buscando se posicionar como o nome mais capaz de derrotar Bolsonaro na próxima fase da disputa.

O ex-governador de São Paulo tem usado parte de suas inserções na TV para expor o candidato do PSL como alguém que desrespeita as mulheres. Um comercial de 30 segundos mostra o parlamentar discutindo com a deputada Maria do Rosário e com uma repórter. Já Ciro chamou Bolsonaro de “Hitlerzinho tropical”, enquanto Marina criticou, em debate na televisão, o candidato do PSL por ter dito que não vê problemas em mulheres ganharem salários menores que o dos homens, exercendo as mesmas funções.

Ainda que Bolsonaro permaneça na liderança, ele perde para três de seus principais adversários nas simulações de segundo turno: Ciro (44% a 33%), Marina (43% a 33%) e Alckmin (41% a 32%). Contra Haddad, o candidato do PSL está tecnicamente empatado.

A rejeição de Bolsonaro também é a maior :44%. Esse número era de 37% em 20 de agosto, mas o Ibope explica que não é adequado comparar os índices, porque no levantamento anterior o nome de Lula aparecia na cartela.

Ciro foi o único dos 13 candidatos acrescer para além da margem: três pontos percentuais na comparação com o levantamento anterior.

O resultado da pesquisa Ibope seria conhecido na quarta-feira, mas a divulgação foi adiada. Em nota, o instituto informou que “deixou de aplicar o questionário em que o nome de Lula aparecia”, como constava do registro do TSE. O Ibope consultou o Tribunal, que disse que não poderia se manifestar. O instituto decidiu liberar os resultados para “não privar o eleitor de informações relevantes sobre a situação atual das intenções de voto”.

Já o Data folha, que divulgaria novos resultados hoje, cancelou o registro desta pesquisa e cadastrou um novo levantamento, sem o nome de Lula.