Rolf Kuntz e Jamil Chade, O Estado de S.Paulo
Há um enorme elefante branco em Davos: Flávio Bolsonaro. Enquanto o novo governo tenta se apresentar ao mundo e insistir que, sob Jair Bolsonaro, o País vai lutar contra a corrupção, as suspeitas envolvendo seu próprio filho dominam as conversas nos corredores do Fórum Econômico Mundial – aberto nesta terça-feira, 22 – e fazem parte da curiosidade da imprensa estrangeira.
Ao Estado, o ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, deixou claro que Davos não era lugar para tratar desses assuntos. Diante de uma pergunta sobre o caso envolvendo Flávio, ele comentou que esse é um tema que “mais adequadamente deveria ser tratado no Brasil”.
Eduardo Bolsonaro, deputado e irmão de Flávio, se recusou a falar do assunto. Questionado pelo Estado, ele apenas respondeu: “Não vou perder meu tempo com isso”. “Flávio já deu entrevista”. Eduardo ainda chamou de “lixo” a informação de que o irmão tenha empregado em seu gabinete na Assembleia Legislativa do Rio (Alerj) a mãe e a mulher do ex-capitão da Polícia Militar Adriano Magalhães da Nóbrega, alvo de um mandado de prisão acusado de comandar uma milícia no Estado. Nóbrega está foragido.
Fontes da delegação brasileira indicaram à reportagem que houve um temor real de que a estreia internacional do novo presidente fosse ofuscada pela primeira crise em seu governo. De fato, desde anteontem, foram diversos os meios de comunicação na Europa e que cobrem o evento que citaram a “sombra” que o caso de Flávio já estava causando na viagem do presidente.
Na única vez que falou com a imprensa desde que chegou a Davos, em um encontro que durou menos de 2 minutos, Jair Bolsonaro não citou Flávio.
Empresários estrangeiros não deixaram de ironizar a situação. “O elefante branco é muito visível”, comentou um dos executivos, pedindo anonimato.
Uma sucessão de lambanças.
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