Documento deve citar relação da família do presidente com milícias no Rio
Marina Dias / Folha de S. Paulo
WASHINGTON - Congressistas do Partido Democrata, de oposição ao presidente Donald Trump, preparam uma carta com críticas ao governo de Jair Bolsonaro às vésperas da visita do líder brasileiro a Washington.
Segundo pessoas que participam da elaboração do documento, a carta vai mencionar a relação da família Bolsonaro com integrantes da milícia do Rio de Janeiro, além de fazer referência às posições do presidente do Brasil contrárias a minorias, como negros e comunidade LGBTQ+.
O texto, que ainda está sendo esboçado e pode sofrer alterações, deve ser divulgado na segunda-feira (18), dia da estreia de Bolsonaro em compromissos públicos nos Estados Unidos.
A carta deve trazer ainda críticas ao decreto que facilitou o porte de armas no Brasil, à postura do governo brasileiro ante políticas que combatem o aquecimento global e a mudanças anunciadas no pacote do ministro Sergio Moro (Justiça), que pode permitir que policiais tenham redução ou até isenção de pena quando matarem em situação de confronto armado.
Os parlamentares democratas devem encaminhar o documento ao Departamento de Estado americano, em espécie de protesto à visita de Bolsonaro ao país.
O presidente brasileiro chega aos EUA neste domingo (17) para um encontro com Trump, marcado para a terça-feira (19) na Casa Branca. Até lá, vai se reunir com pensadores, jornalistas e financistas conservadores, além de empresários e investidores. Bolsonaro concederá também entrevistas para a imprensa evangélica.
No início do mês, parlamentares americanos, também do partido de oposição a Trump, encaminharam ao secretário de Estado, Mike Pompeo, uma carta para pedir que o governo americano defenda os direitos humanos no Brasil.
No texto de quatro páginas, os congressistas afirmavam que Bolsonaro "ameaça as minorias" e "coloca em risco o futuro democrático o do país". Eles se dizem "desapontados" com os elogios feitos por integrantes do governo dos EUA ao brasileiro.
Em janeiro, a Comissão de Relações Exteriores da Câmara dos Deputados dos EUA aprovou um pedido para que Pompeo condenasse algumas ações de Bolsonaro justamente na área de direitos humanos.
O deputado democrata Eliot L. Engel, de Nova York e presidente do colegiado, disse que as decisões do presidente brasileiro prejudicam a comunidade LGBT, afro-brasileiros e indígenas.
Bolsonaro foi colocado no posto errado,não representa a parcela sensata do Brasil.
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