“As razões do fracasso histórico do projeto de regime igualitário baseado no império da lei —"administração e distribuição correta da justiça", diria Freyre— são tema vasto que não pode ser tratado aqui. Mas o progresso ocorrido desde 1988 tem sido importante: as instituições judiciais e seus agentes passaram a desfrutar de autonomia e independência inéditas. E nunca tantos foram punidos por desmandos. Nem tudo é positivo, mas o saldo líquido de sua atuação em um quadro sistêmico de predação é francamente positivo.
Os governos nas últimas décadas têm entregue "carne e farinha" —na forma contemporânea de programas de transferência de renda. Eles importam muito, mas a chave para a criação de uma sociedade próspera e inclusiva continua sendo de ordem institucional.”
*Marcus André Melo, professor da Universidade Federal de Pernambuco e ex-professor visitante do MIT e da Universidade Yale (EUA). “Carne, farinha e bacharéis”, Folha de S. Paulo, 7/9/2020.
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