terça-feira, 27 de julho de 2021

Poesia | Graziela Melo - Meus ossos

Como garranchos

secos,

meus  ossos

se trituram,

se esfacelam,

se misturam...

 

Doloridos e

perplexos

 

depois de

sustentarem

um corpo

que se vai

 

sem deixar

vestígios

 

sem deixar

reflexos!!!

 

Onde

me levaram

esses ossos,

 

no resfolegar

da vida?

 

Daquí

para ali,

 

de ali

para

acolá,

de acolá

para cá!

 

E cá

estou!

 

E para

onde vou?

 

A única

certeza

é o cemitério!!!

 

Espaço

triste,

solitário,

deprimente,

deletério!!!

 

Alí,

minha carne

se desmancha,

 

mistura-se

com a areia...

 

restará

aquela

horrível

caveira,

 

magra,

esquelética

horripilante,

de cara feia!!!

 

Bom,

mas sou eu,

de fato!

 

Sem roupa

e sem

sapato!!!

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