sexta-feira, 13 de agosto de 2021

Ricardo Noblat - Lira pede a Pacheco que o Senado mate no peito a reforma eleitoral

Blog do Noblat / Metrópoles

E assim será, para desespero dos partidos sem voto e das siglas de aluguel

Se dependesse unicamente de Arthur Lira (PP-AL), a Câmara dos Deputados não teria aprovado uma nova lei eleitoral. Se aprovasse, ela não mexeria no sistema proporcional de votação, nem permitiria a volta das coligações partidárias proibidas desde 2017.

Mas, sabe como é… Para eleger-se presidente da Câmara, Lira prometeu o que seus pares queriam, e a esmagadora maioria deles está em pânico com a eventual possibilidade de uma derrota no ano que vem. Fazer o quê então?

Na noite em que a reforma foi aprovada, Lira jantou com Rodrigo Pacheco (DEM-MG), presidente do Senado, e pediu-lhe que desse um jeito de segurar mais essa. Pacheco, depois, em conversa com senadores, comentou: “Lira jogou a reforma no peito da gente”.

O sistema proporcional de votação ficou como era, mas as coligações partidárias voltaram para salvar os pequenos partidos que carecem de poucos votos e que poderiam ser extintos. Pacheco já disse que o Senado passará o rodo na reforma. A conferir.

Uma página em branco aponta as realizações do governo Bolsonaro

Lançado com imenso barulho, o site Agenda+Brasil está em manutenção desde agosto do ano passado

Foi uma cerimônia e tanto, com um dos salões do Palácio do Planalto lotado de ministros e de convidados, a que marcou em março do ano passado o lançamento do site Agenda+Brasil sobre as realizações do governo; com direito a discurso do presidente Jair Bolsonaro, aplausos, e o toque do hino nacional.

A pandemia da Covid-19 estava a galope, mas Bolsonaro dizia que ela não passava de uma gripezinha e recomendava cloroquina. O ex-juiz Sérgio Moro já havia abandonado o Ministério da Justiça porque Bolsonaro tentara intervir na Polícia Federal, mas o presidente negava, embora estivesse sendo investigado por isso.

Mas pelo menos desde agosto último, segundo a Folha de S. Paulo, quem acessa o site (www.gov.br/agendabrasil) encontra uma página em branco com o aviso: “Em manutenção”. O governo recusa-se a explicar por quê. É fácil deduzir: não tem grandes realizações a mostrar. Na verdade nunca teve.

Sobre as reformas econômicas, por exemplo, só houve uma que mereça esse nome – o da Previdência. Mesmo assim, o ex-presidente Michel Temer deixou-a pronta para ser aprovada pelo Congresso, e ela foi. O descaso com o meio ambiente, àquela altura, era flagrante e provocava reação internacional. O que apresentar de positivo?

Bolsonaro ainda não podia referir-se ao Exército como sendo dele, mas agora que pode não seria uma realização, digamos assim, para se ostentar em um site oficial. Tampouco os mais de 30 decretos e portarias que contribuíram para aumentar o número de armas em poder dos brasileiros – e das milícias por tabela.

O site não fará falta. Falta faz um governo.

 

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