terça-feira, 31 de agosto de 2021

Ricardo Noblat - Mistério em torno do que Bolsonaro dirá em Brasília e em São Paulo

Blog do Noblat / Metrópoles

Ganha um fim de semana com tudo pago em Cabul quem for capaz de antecipar suas falas no dia 7 de setembro

Nem dona Michelle que divide a cama com ele, nem o general Luiz Eduardo Ramos, ministro da Secretaria do Governo, capaz de literalmente ajoelhar-se aos seus pés com as mãos atrás da nuca, fazem a menor ideia do que o presidente Jair Bolsonaro dirá nas manifestações de 7 de setembro em Brasília e em São Paulo.

Por conhecerem bem a peça, poderão supor que o discurso em Brasília pela manhã será mais ameno do que o discurso que Bolsonaro fará à tarde na Avenida Paulista, mas é só. Alguns auxiliares do presidente o aconselham a não se deixar contaminar pelo ardor das multidões e os dizeres dos cartazes e faixas.

Bolsonaro ouve, mas nada responde. Decidirá na hora e levará em conta as circunstâncias. Põe fé no seu faro. Não quer decepcionar seus devotos. Não pode dar-se ao luxo de perder votos porque a moderação não combina com seu perfil. Cuidará apenas de não falar o que possa acarretar-lhe novos processos.

Nos últimos dois dias, afirmou três vezes que seu destino poderá ser a prisão depois que deixar a presidência da República. Soa a medo? Medo pode ser de fato. Mas é uma forma de se martirizar e de clamar por mais apoio dos que o idolatram. Seu maior temor é que um dos seus filhos seja preso. Aí ele perderá a cabeça.

Sorte de André Mendonça no Senado depende do que está por vir

Se Bolsonaro radicalizar e forem gigantescas as manifestações do dia 7 de setembro, pior para o seu indicado a ministro do STF

Senadores reconhecidos por acertar o placar de votações polêmicas asseguram sob a condição de não terem seus nomes revelados que o Senado, hoje, está rachado ao meio quanto à aprovação do nome de André Mendonça para ministro do Supremo Tribunal Federal. São 81 senadores. O presidente só vota em caso de empate.

Decisivo para selar a sorte de Mendonça será o que acontecer no dia 7 de setembro. Se as manifestações forem gigantescas e o radicalismo marcar as falas de Bolsonaro, pior para Mendonça que poderá ser rejeitado. Se forem apenas grandes e Bolsonaro controlar-se, isso não garantirá necessariamente a aprovação.

Rodrigo Pacheco (DEM-MG), presidente do Senado, quer liquidar a fatura depois do dia 7. Davi Alcolumbre (DEM-AP), presidente da Comissão de Constituição e Justiça do Senado, continua sem pressa. Ele põe na conta de Bolsonaro o apagão de luz que deixou seu Estado às escuras às vésperas das eleições municipais de 2020.

Um irmão de Alcolumbre estava com a eleição praticamente ganha para prefeito de Macapá, e perdeu. Não faltou só luz, mas dinheiro prometido pelo governo.

 

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