O Estado de S. Paulo
Operadores políticos detectam tendência geral favorecendo uma terceira via
Entre os profissionais que operam na
política cresce a convicção de que a candidatura de terceira via é “inevitável”
e tem grandes chances contra Bolsonaro e Lula. Conversas mantidas com vários
desses operadores – nenhum deles candidato e afiliados a cinco partidos diferentes
– indicam uma noção de “timing” quase idêntica.
A saber: as eleições ainda não estão no
centro das preocupações da grande massa do eleitorado, algo que, supõem eles,
só acontecerá a partir de agosto do ano que vem. Admitem que o quadro “psicológico”
dos eleitores hoje é de desânimo e resignação, mas a forte polarização entre os
extremos do espectro político não faz parte do grande quadro.
É muito parecida também a linha do tempo traçada por esses mesmos operadores. Acreditam que cerca de oito a dez candidatos disputando uma vaga no centro pontuarão abaixo de dez pontos nas pesquisas até aproximadamente maio do ano que vem, quando três a quatro candidaturas surgirão com mais força. Esse número se afunila em julho, época das convenções partidárias, e um desses nomes já teria então pontuação entre 14 e 16% das intenções de voto estimuladas.
Para esses profissionais da política, uma
pontuação nessa magnitude seria suficiente para tirar Bolsonaro do segundo
turno, no qual todos consideram que Lula, a julgar pelo retrato do momento, tem
presença garantida. E que seria muito mais fácil montar uma “aliança nacional”
contra Lula do que contra Bolsonaro. Justificam esse prognóstico assumindo que
a “demanda” do eleitorado seria claramente por uma candidatura de
“centro-direita” (consultado, ao menos um governador de “esquerda” concorda).
Todos admitem que vai ser difícil “roubar”
votos dos santuários bolsonaristas, e que Moro seria o único pré-candidato hoje
que reuniria essa condição. Olham com atenção a senadora Simone Tebet, embora
prefiram considerá-la uma vice ideal. Acreditam que o tucanato terá uma disputa
perigosa entre Leite e Doria, com potencial de enfraquecer o partido, e que
Rodrigo Pacheco precisa subir vários patamares no desempenho televisivo. Avaliam
como muito difícil que Ciro Gomes consiga transpor o cercadinho de esquerda na
percepção do eleitor.
No grande cenário traçado pelos diversos operadores políticos existe mais um ponto em comum: consideram que o tempo está trabalhando a favor da candidatura de terceira via. Vem daí o uso da palavra “inevitável”. Detectam uma corrente profunda no eleitorado incapaz de associar a palavra “esperança” a Bolsonaro ou Lula. E é esse grande movimento que derrotará os dois.
É um engano presumir viabilidade a uma terceira via. A eleição será ganha por jm canfidato de edquerda. Bolsonaro fez mais maldades em 3 anos do que a ditadura em 20 anos. O eleitor votará em quem tiver capacidade de transferir um sentimento de esperança e reconstrução. A dieita já mostrou que não tem esse cacife. O próximo presidente será quem o Lula apoiar.
ResponderExcluirCordiais saudações,
Marcos Medeiros.
Ótimo texto, uma luz no fim do túnel!
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