O Globo
Jair Bolsonaro cansa. O Brasil está exausto
de um presidente que dedica seus dias a atrapalhar o andamento do país.
Toda intervenção do presidente da República
é voltada a estorvar, atrapalhar o andamento dos ministérios, dos demais
Poderes, das outras instituições, da relação entre os entes federativos, do
combate ao desmatamento, da vacinação, da fiscalização da vacinação, do Enem… A
lista não tem fim.
Porque, quando há uma área em que ainda não
deu um pitaco e ele descobre, Bolsonaro trata de meter o bedelho nela também.
Conviver com um chefe de Estado com essas
características — inéditas entre tantas outras, as mais deletérias, as mais
exóticas, as mais intoleráveis —, entre tantos que já se revezaram no poder no
Brasil, é uma tarefa que desafia a lógica, a paciência e, no caso de muitos
auxiliares e bajuladores, o amor-próprio, a coerência e o bom senso.
Parecia que o Brasil tinha entendido, desta
vez rápido, que há uma nova variante do coronavírus circulando, a Ômicron, e
decidira não deixar para agir depois de todos, sob o risco de enfrentar uma
nova onda de contágio, internações e mortes.
E aí veio Bolsonaro. Como ele não se dedica a estudar os assuntos, a se reunir com ministros, a ler pareceres e recomendações, e quer sempre apenas dar pitacos aleatórios, começou a bradar que “jamais” seu governo exigiria passaporte da vacina, que comparou a uma “coleira”, para viajantes entrarem no Brasil.