Folha de S. Paulo
Mesmo petistas confiantes dizem que a
eleição será mais apertada do que o cenário atual
Em duas conversas recentes, Lula deixou de
lado os números
das últimas pesquisas para lembrar a aliados que uma eleição
difícil os aguarda. O petista disse que era preciso tratar como certa uma
recuperação de Jair Bolsonaro nos próximos meses. Gente que participou de
reuniões diferentes usou a mesma expressão para descrever o comportamento do
ex-presidente: "pé no chão".
O que pode ser interpretado como sobriedade
ou capacidade de leitura política também revela uma certa preocupação no campo
petista. Ainda que o retrato atual pareça favorecer Lula, integrantes da
campanha do ex-presidente apontam sinais que posicionam Bolsonaro como um
adversário competitivo.
O primeiro é a estabilidade dos índices de aprovação ao governo. Petistas avaliam que os números de Bolsonaro pararam de cair no momento em que ele toma fôlego com o Auxílio Brasil, a ampliação de outras despesas e a desaceleração da curva da inflação. Algum alívio na economia deve amenizar a rejeição ao presidente na campanha.
Lula também disse observar uma
característica do eleitorado bolsonarista que beneficiará o capitão ao longo da
disputa. Para o petista, o presidente conseguiu manter apoio firme de uma fatia
da população mesmo nos piores momentos do mandato –o que sugere a existência de
um núcleo que dificilmente
fugirá em direção a outros candidatos, como o ex-juiz Sergio Moro.
O quartel-general do PT também faz as
contas do impacto que deve ter a operação de Bolsonaro nas redes. Segundo
aliados de Lula, a máquina virtual já demonstrou ser uma ferramenta eficiente
para reforçar o vínculo do presidente com seus simpatizantes e ampliar o
antipetismo.
Articuladores políticos de Lula reconhecem
que o petista se protegeu até a etapa atual da pré-campanha e aproveitou para
crescer num ambiente de fragilidade de seus adversários. Mesmo os mais
confiantes aliados do ex-presidente afirmam que a disputa será bem mais
apertada do que o confortável cenário de hoje.
Bolsonaro e os bolsonaristas jogam sujo,e olha que os petistas também nunca jogaram limpo,aqui se faz,aqui se paga,nem que seja na próxima encarnação.
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