domingo, 6 de fevereiro de 2022

O que a mídia pensa: Editoriais / Opiniões

EDITORIAIS

É hora de o país debater o futuro da indústria

O Globo

A divulgação sobre a produção industrial brasileira em 2021, feita pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) na quarta-feira, é um incentivo para um debate que o Brasil não pode adiar sobre o futuro da manufatura no país. Os dados de 2021 mostram que houve um crescimento de 3,9% em relação a 2020, mas seguimos abaixo do patamar do período pré-pandemia. Há fatores globais em ação, como a crise de suprimentos em algumas cadeias produtivas. Existem questões locais que são conjunturais. Com inflação alta e renda baixa, o consumo de vários segmentos tem caído. Mas, independentemente de eventuais fases boas ou ruins, é inegável que o setor vem passando por um processo longo de crise.

Não parece haver questionamentos sobre se o Brasil precisa de uma indústria forte. Essa é uma questão consensual. As dúvidas estão relacionadas ao modelo que o país deve perseguir. Cada vez fica mais evidente que essa discussão só avançará se for pautada pelos casos de sucesso do setor industrial brasileiro. A despeito de uma legislação tributária bizantina, uma infraestrutura ruim e todos os problemas que precisam ser atacados, essas empresas conseguem progredir. Entender o que elas fazem pode abrir as portas para que novas surjam.

De modo geral, essas companhias têm como objetivo desenvolver produtos com qualidade e custos compatíveis com o mercado global. Para isso, mantêm um constante e alto investimento em pesquisa e desenvolvimento — muitas vezes, em parcerias com instituições públicas. Os olhos dos gestores não estão em ineficientes competidores locais, mas nos melhores internacionais. Assim, conquistam níveis altos de ganhos de produtividade. Muitas têm presença global.

Ainda entre os exemplos bem-sucedidos, há start-ups. Apoiadas pelo capital de risco, algumas crescem aproveitando oportunidades em novos nichos e acabam por se consolidar. Outras são compradas por companhias maiores interessadas em suprir lacunas nos seus projetos de expansão, o que é positivo para a eficiência da economia.

Os candidatos à Presidência têm a chance de apresentar suas ideias sobre o que fazer para que surjam mais exemplos positivos. Com certeza, um bom começo será evitar os caminhos errados já tentados, como as políticas desenvolvimentistas conhecidas como Nova Matriz Econômica, marcadas por queda na produtividade na maioria dos segmentos da indústria. Também já deveria estar claro que o modelo de proteção contra a competição internacional é um atraso. Muitas indústrias continuariam ineficientes mesmo que o Custo Brasil desaparecesse do dia para a noite.

Vantagens comparativas não nos faltam. Um claro exemplo é a nossa geração limpa de energia elétrica. Mesmo com a queda esperada na participação das hidrelétricas nesta década, o crescimento das energias solar e eólica manterá a matriz verde em cerca de 85%. Num mundo assustado com o aquecimento global, é possível que o Brasil passe a atrair fábricas com alto consumo de energia e contas gigantescas de impostos de carbono. É o momento de a indústria brasileira aprender com os muitos erros do passado e mirar o futuro.

Sinais tímidos de recuo da Ômicron não podem levar a um relaxamento

O Globo

Diante da explosão de casos provocada pela variante Ômicron e da inexorável pressão sobre os sistemas público e privado de saúde, não deixam de ser alentadoras as notícias de que a ascensão perde força em alguns estados. Como mostrou reportagem do GLOBO, no Rio de Janeiro e no Amazonas, o número de infectados pelo novo coronavírus já começa a cair, enquanto as estatísticas apontam para estabilidade em Goiás, Rio Grande do Sul e Acre. O comportamento nesses estados repete um padrão de outros países, onde o ápice da Ômicron durou cerca de dois meses, inferior ao de outras cepas.

Não é hora porém de baixar a guarda, nem mesmo nos estados e cidades onde a situação começa a melhorar, como é o caso da capital fluminense, onde houve redução de 30% no número de infectados, e da capital paulista, onde o recuo foi de 32%. De modo geral, a situação no Brasil ainda é preocupante. Epidemiologistas estimam que o pico da Ômicron no país deva acontecer por volta da segunda semana de fevereiro. Antes de começar a melhorar, é inevitável que o quadro ainda piore.

Pelo menos oito estados, a maioria no Nordeste, apresentam altas significativas no número de infectados: Maranhão, Rio Grande do Norte, Pernambuco, Sergipe, Piauí, Mato Grosso do Sul, Amapá e Pará. Em todos, a alta de casos é superior a 100% em relação às duas últimas semanas. Evidentemente, essa explosão se reflete nas taxas de ocupação das Unidades de Terapia Intensiva (UTIs). Em algumas cidades, já há pessoas na fila por um leito. A média de mortes no país voltou a ficar acima de 700, o que não acontecia há cinco meses.

Independentemente de recuos ou avanços nos casos provocados pela Ômicron, o país precisa acelerar a vacinação, principalmente entre as crianças de 5 a 11 anos, último grupo etário a ser contemplado pelo Programa Nacional de Imunizações (PNI). É verdade que os números gerais têm crescido, mas ainda não atingiram os patamares que garantem a proteção da população — o percentual de brasileiros com o esquema vacinal completo ainda está em torno de 70%. Entre crianças e adolescentes, há dados preocupantes. No Rio, apenas 40% na faixa de 8 a 11 anos receberam as doses, embora elas já estejam disponíveis.

Por mais alvissareiros que sejam os sinais de arrefecimento da Ômicron, eles devem ser vistos com cautela. Espera-se que não sirvam de pretexto para relaxamento nas medidas de prevenção — como já ocorre em vários países onde o número de casos recuou — ou o abandono dos postos de vacinação. Flexibilizações precipitadas nunca deram certo. O clima de “acabou a pandemia” durante as festas de fim de ano, quando a Ômicron já causava estragos na Europa e nos Estados Unidos, foi sucedido por uma explosão de casos jamais vista no Brasil. É fato que teremos de aprender a conviver com o vírus, mas, em dois anos, já deu para perceber o quanto ele é traiçoeiro.

Combustível eleitoral

Folha de S. Paulo

Bolsonaro e Congresso ameaçam arruinar as contas públicas com medida populista

Movido pelo desespero da queda de popularidade e com a reeleição em risco, Jair Bolsonaro (PL) se mostra disposto a patrocinar mais um ataque ao que resta de controle sobre as contas públicas.

Com o apoio da ala política do Palácio do Planalto, tramitam no Congresso duas propostas de emenda à Constituição para a redução de impostos sobre combustíveis, que podem custar mais de R$ 100 bilhões, segundo estimativas.

Na Câmara dos Deputados, uma PEC autoriza que sejam reduzidos a zero os tributos sobre gasolina, etanol, diesel e gás de cozinha —o que constitui nova afronta ao ministro Paulo Guedes, que pretendia limitar a benesse ao diesel.

Com a aprovação do texto, seria dispensada a compensação pela renúncia de receita, num drible à Lei de Responsabilidade Fiscal.

Para pressionar governadores, também se prevê a possibilidade de redução do ICMS. O impacto, considerando apenas os impostos federais, chega a R$ 50 bilhões, ou R$ 75 bilhões se for desonerada também a energia elétrica.

Mas algumas alas do governo querem ainda mais e ensaiam apoiar outra PEC, que tramita no Senado. Nesta, além dos cortes de tributos, prevê-se auxílio de R$ 1.200 para caminhoneiros, ampliação do vale-gás e transferência de R$ 5 bilhões a prefeituras para evitar o aumento das tarifas de ônibus.

Aventa-se ainda a criação de um fundo custeado com dividendos da Petrobras e outras receitas. Os parlamentares alimentam a ilusão de que os pagamentos da estatal ao governo estão livres para uso, como se não fizessem parte de um Orçamento já deficitário.

A concorrência de propostas irresponsáveis mostra que não há maior pudor em fazer avançar medidas populistas no ano eleitoral. É certo, porém, que ignorar restrições orçamentárias trará impactos que poderão resultar exatamente no oposto do que se pretende.

Como já amplamente demonstrado no passado, tentativas de controlar preços com sacrifício do equilíbrio fiscal são contraproducentes e fadadas ao fracasso.

A fragilização das finanças públicas eleva a cotação do dólar, pressiona a inflação e contribui para alta ainda maior dos juros, o que amplia o risco de uma recessão.

O cenário internacional tampouco é favorável. Com a retomada global, os preços internacionais do petróleo continuam a subir. Não é improvável que os preços menores na bomba sejam anulados em pouco tempo, restando apenas o prejuízo para o erário.

Gestão temerária de recursos públicos e desconsideração pela saúde financeira do país só prejudicarão a população. Nada disso entra na conta do Planalto e do centrão, movidos por um vale-tudo eleitoral que deveria ser neutralizado imediatamente pelas forças políticas responsáveis, na hipótese de que reste alguma no Congresso.

Preconceito banalizado

Folha de S. Paulo

Chegou-se a degradação inédita das manifestações de um presidente e auxiliares

Na noite de quinta-feira (3), Jair Bolsonaro (PL), pela enésima vez em intervenções públicas, proferiu com naturalidade chocante mais um comentário discriminatório —que precisa ser repudiado, sob risco de que se banalize o padrão odioso de pronunciamentos do mais alto mandatário do país.

Numa de suas patéticas transmissões em rede social, o mandatário quis sanar a insatisfação gerada por ter supostamente revogado um decreto de luto oficial pela morte do padre Cícero Romão Batista —o que de fato não fez.

A mencionar o lendário sacerdote, personagem histórico de devoção de milhões de brasileiros, nascido no Crato (CE), Bolsonaro afirmou que se tratava de alguém "lá de Pernambuco". Ao receber contestações e perceber a gafe, queixou-se de seus assessores.

No seu característico português tosco, perguntou se era "isso mesmo" e arrematou com a espantosa reprimenda: "Está cheio de pau de arara aqui e não sabem que cidade fica padre Cícero?", questionou.

Evocava, na realidade, a estátua e o santuário, localizado em Juazeiro do Norte, no mesmo Ceará. O termo pau de arara alude aos caminhões precários usados na migração de nordestinos em busca de vida melhor, em especial para cidades grandes do Sudeste do país. Em decorrência, passou a ser usado para se referir de forma depreciativa a esses brasileiros.

Para quem já prestou homenagem a torturadores e coleciona ofensas a mulheres, negros e pessoas da comunidade LGBTQIA+, a fala boçal de Bolsonaro não constitui nenhuma surpresa.

Entre os muitos aspectos nocivos dessas manifestações, um dos mais preocupantes é que a repetição frequente pode, ao menos até certo ponto, ir vencendo pela exaustão. É como se a injúria já se inscrevesse no âmbito do "normal".

No mesmo sentido vão os absurdos preconceituosos proferidos rotineiramente por seus auxiliares —do ministro da Economia, Paulo Guedes, ao diretor da Fundação Palmares, passando pela homofobia do titular da Educação.

Chegou-se a um grau sem precedentes de degradação das manifestações de autoridades governamentais. Não é preciso ser um purista do politicamente correto para perceber que tais atitudes vão muito além de gracejos infelizes.

O mal que Lula faz à oposição

O Estado de S. Paulo

O PT é inimigo da esquerda democrática e responsável. Com sua pretensão de hegemonia, dificulta e, muitas vezes, inviabiliza o debate de políticas mais sérias à esquerda

Quem mais se vê tolhido pelo lulopetismo é a própria esquerda democrática.

Segundo o conto lulopetista, Luiz Inácio Lula da Silva seria o grande líder da esquerda brasileira, aquele que, nas últimas décadas, mais teria contribuído para o fortalecimento da chamada causa progressista no País. De acordo com a anedota, o exsindicalista encontrou resistência nos setores conservadores da sociedade, mas sua trajetória política seria a realização plena do sonho da esquerda: o operário que chega ao poder e transforma os caminhos da população. Nesse enredo, Lula seria o grande adversário da direita e o grande amigo da esquerda.

É fato que Lula, especialmente depois de forjar a desumana e antissocial divisão do País do “nós contra eles” e subverter a moralidade pública, encontrou e encontra forte oposição em parte considerável da população. Seria equivocado, no entanto, imaginar Luiz Inácio Lula da Silva como o grande benfeitor da causa da esquerda, tal como narra o conto lulopetista. A atuação do líder petista faz muito mal também à própria esquerda, submetendo-a a interesses particulares e impedindo sua livre organização e modernização.

Caso paradigmático é a contribuição de Lula para a permanência de Jair Bolsonaro no poder. Quando parcela significativa da população – especialmente, o eleitorado mais à esquerda –, indignada com a atuação do governo federal na pandemia, passou a pedir o impeachment de Bolsonaro, o PT fez mero jogo de cena. A omissão de Lula foi, no mínimo, incompatível com sua pretensa função de “grande liderança da esquerda”. Como se diz, o ex-sindicalista ficou na moita. Não fez nenhum movimento que pudesse acarretar eventual inelegibilidade de Bolsonaro. Afinal, sem o ex-capitão na corrida eleitoral, Lula teria muito mais dificuldade em sua campanha para voltar ao Palácio do Planalto.

Dessa forma, quando muitos se perguntam como foi possível que a nefasta atuação de Jair Bolsonaro na pandemia não tenha levado ao impeachment do presidente, é preciso advertir a ajuda especial de Luiz Inácio Lula da Silva ao ex-capitão. O PT contribuiu para o Congresso permanecer alheio ao tema.

Vale lembrar também que Lula – que agora procura expandir os contornos de sua candidatura, fazendo tratativas com políticos mais à direita – proibiu expressamente Fernando Haddad de fazer movimento similar em 2018, até mesmo no segundo turno. Na prisão em Curitiba, Lula não trabalhou pela vitória da esquerda, mas exclusivamente por sua causa pessoal.

Tudo isso, que talvez escandalize pessoas mais jovens, não é nenhuma novidade. A história do PT sempre foi a tentativa de submeter o campo da esquerda à sonhada hegemonia de Luiz Inácio Lula da Silva. Essa pretensão provocou muitos atritos e rupturas. É fato notório que muita gente, ligada às origens da legenda, se frustrou profundamente com as práticas e rumos adotados pelo PT.

Mas o mal que Lula faz à esquerda transcende os limites de seu partido. Tal pretensão de hegemonia abastardou o debate e a articulação de propostas políticas sérias mais à esquerda. Muitas vezes, a discussão de ideias e projetos no chamado campo progressista – tão necessária para uma democracia plural e madura – ficou inviabilizada pela atuação de Lula e de sua legenda, que, incapazes do diálogo, não tinham maiores pudores em impor seus interesses.

A campanha de desinformação do PT em 2014 contra a então candidata do PSB à Presidência da República, Marina Silva, é apenas um exemplo, entre muitos, de como Lula trata quem é de esquerda, mas não lhe presta vassalagem. Diante disso, compreende-se o fenômeno que se vê neste início de ano: a resistência de políticos com um pouco mais de experiência, que já sentiram na pele o modus operandi lulopetista, a apoiar a pré-candidatura de Lula.

A rigor, não é a direita que sofre com Lula. Quem mais padece e se vê tolhido pelo lulopetismo é o próprio campo da esquerda democrática e responsável, que, entre outros danos sofridos, se torna invisível para grande parte da população, ofuscado por um político parado no tempo que só se ocupa de si mesmo.

Bolsonaros e Garotinhos

O Estado de S. Paulo

A união dos clãs Bolsonaro e Garotinho faz todo sentido. Ambos concebem a política como um negócio familiar

O presidente Jair Bolsonaro foi ao Rio de Janeiro se encontrar com os ex-governadores Anthony e Rosinha Garotinho em busca de apoio à sua campanha pela reeleição. Fossem tempos normais, e fosse o próprio presidente alguém imbuído de espírito público e afeito à dignidade do cargo, seria de questionar a conveniência de obter o apoio do notório casal. Afinal, entre as maiores realizações do casal Garotinho estão o agravamento da degradação da política fluminense e sua entrada no seleto rol de ex-governadores que conheceram as paredes internas do sistema penitenciário do Estado na condição de custodiados.

Mas trata-se de Jair Bolsonaro, a mesma pessoa que não viu problemas em se filiar a um partido político comandado por um condenado por corrupção pelo Supremo Tribunal Federal (STF) que também já amargou um período na cadeia. O presidente, pois, não é dado a esse tipo de melindre, além de ter padrões morais elásticos o bastante para acomodar os interesses do seu clã entre essas, digamos, inconveniências.

Com a reeleição ameaçada, Bolsonaro recorreu ao casal Garotinho, muito ligado a grupos evangélicos no Estado, como tática para tentar ao menos estancar a rejeição a seu nome. Aos ex-governadores, convém deixar claro, também é conveniente barganhar com o presidente da República para manter o que ainda resta de poder à família em um naco do território fluminense, sobretudo após as trevosas passagens de Anthony e Rosinha Garotinho pelo Palácio Guanabara e o desgaste provocado por seus dias de cárcere.

Informalmente, esse encontro dos clãs Bolsonaro e Garotinho foi considerado o “marco inicial” da campanha pela reeleição do presidente no Estado, com direito a discursos no Porto do Açu, no norte fluminense – espécie de enclave dominado pela família Garotinho há anos –, e ataques aos adversários, malgrado o ato apresentar todos os elementos de uma campanha antecipada à luz da lei eleitoral, só faltando o pedido explícito de votos. Mas aí seria demais.

Dado o retrospecto dos cabeças de dois dos mais parasitários clãs políticos da história do País, é possível afirmar que o melhor interesse público não foi nem de longe o assunto principal da conversa. Bolsonaro, o casal Garotinho e os filhos deste trataram, primordialmente, das condições de sobrevivência política das duas famílias, transformadas em holdings que administram as carreiras políticas de vários de seus membros e associados. No encontro com Bolsonaro, Anthony e Rosinha Garotinho estavam acompanhados pela deputada federal Clarissa Garotinho (PROS) e pelo prefeito de Campos dos Goytacazes, Wladimir Garotinho (PSD), filhos do casal.

A união das famílias faz todo sentido, haja vista que há mais fatores em comum entre Bolsonaros e Garotinhos do que a mera proximidade geográfica de seus redutos eleitorais. Ambos os clãs concebem a política como um empreendimento particular, sobretudo familiar. Em primeiro lugar, estão sempre os interesses familiares. Tanto faz se estes eventualmente coincidem com o interesse público. Quando não coincidem, azar da sociedade. Bolsonaro e Garotinho são casos muito bem delineados da política exercida não como vocação, nem tampouco orientada para o interesse público, mas como um meio de vida em que prevalece a manutenção do fluxo de caixa da família à custa do Estado, por meio do lançamento sucessivo de candidaturas a cada geração que não têm outro objetivo que não a perpetuação do modelo.

Há 20 anos, Bolsonaro declarou ao jornal O Globo que seu plano era “sarneyzar” o Rio, aludindo ao domínio da família Sarney no Maranhão. “Além de Carlos, de 19 anos, que já é vereador, agora pretendo ter o Flávio, de 21 anos, na Assembleia Legislativa”, disse o então deputado federal Jair Bolsonaro. “O Eduardo, de 18 anos, por enquanto ainda está na ‘suplência’. Meu quarto filho, de 4 anos, é o mais perfeito: chama-se Jair (Renan) e é boa-pinta.”

O destino político da pequena Laura, caçula do presidente, talvez só não esteja traçado ainda porque Bolsonaro considera as mulheres seres inferiores. O presidente atribui o nascimento da menina a uma de suas “fraquejadas”.

Nenhum comentário:

Postar um comentário