O Globo
O primeiro encontro institucional do novo
presidente da Fiesp, o mineiro Josué Gomes, com a imprensa foi num café da
manhã em que não faltou o típico pão de queijo. Um emblema sutil de uma nova
fase na entidade que representa a indústria paulista e tem desempenhado forte
papel político na História brasileira.
Josué, filho e herdeiro empresarial do
ex-vice-presidente da República José Alencar, começou por delimitar a mudança
de paradigmas no prédio inclinado da Avenida Paulista ao dizer que a entidade
não vê com nenhum temor uma nova eleição do ex-presidente Lula, que teve seu
pai como companheiro de chapa e de governo no período de 2002 a 2010.
Para ele, a “população é soberana” para
escolher seu candidato, e a Fiesp respeitará o resultado das eleições, “ganhe A
ou B”.
É uma referência direta e reta à famosa
frase de Mário Amato, que presidia a instituição em 1989 e previu uma fuga em
massa de industriais caso o petista vencesse Fernando Collor de Mello na
primeira eleição direta depois da ditadura.
Josué também tratou a Fiesp como contraponto ao mercado financeiro, que recebeu algumas leves estocadas, marcando uma contraposição bem nítida entre a pauta do setor produtivo e do financeiro, que fica patente nas prioridades que elenca para o Brasil.
O tom em defesa de uma política industrial
modernizada, com a economia verde e a educação como metas e a redução da carga
tributária como condição inicial, também distingue o novo timoneiro mineiro dos
antecessores na federação.
O Estado não precisa ser empresário, diz
Josué, mas indutor de uma política de crescimento de que, a seu ver, o Brasil
abriu mão nos últimos anos.
Outra diferença cristalina entre o novo
comando da Fiesp e as gestões que o antecederam veio num duplo contraponto que
traçou com seu predecessor, Paulo Skaf.
Disse e repetiu ser um “presidente de um
mandato só”. Afirmou que a alternância em federações classistas é necessária
para sua oxigenação. Também negou, sem deixar margem para recurso, que vá
disputar algum cargo eletivo, encerrando os boatos que volta e meia dão conta
de que poderia ser vice de Lula, renovando em uma geração a dobradinha
vitoriosa.
Skaf se manteve à frente da Fiesp de 2007 a
2021, se licenciando do posto três vezes para disputar o governo de São Paulo.
Sob seu comando, a entidade teve êxito em derrubar a CPMF, que desde então se
tornou uma espécie de imposto maldito, e acabou tendo sua imagem associada às
manifestações pelo impeachment de Dilma Rousseff, graças às campanhas com
slogans chamativos e a adoção de patos e sapos infláveis como mascotes a
decorar a Avenida Paulista, epicentro desses protestos.
A aproximação do ex-presidente da Fiesp com
Bolsonaro nos últimos anos, que levou a ensaios de chapas conjuntas que não
prosperaram até aqui, também ficou no passado. Josué fez elegantes, porém
incisivas críticas ao presidente brasileiro, que, segundo ele, passaria aos
livros de História como alguém que “produziu muitos ataques” à vacina, às urnas
eletrônicas, à democracia e à imprensa. “Se ele se reeleger, espero que faça
diferente”, disse, quando questionado sobre essa possibilidade.
É verdade que, dada a rápida e profunda
perda de relevância da indústria como indutora do crescimento brasileiro,
diagnosticada, aliás, pelo próprio empresário, o que a Fiesp diz não tem mais o
peso relativo da época de Amato, que causou um solavanco na campanha eleitoral.
Mas a inflexão mineira no símbolo maior da
indústria paulista é sinal de perda de apoio a Bolsonaro num setor que foi
ativo no antipetismo nos últimos anos e apoiou majoritariamente sua eleição em
2018.
Num momento de guinada populista do capitão em busca de votos dos mais pobres, pode-se estar diante de um cenário em que ele tenta vestir um santo enquanto o outro já trata de sozinho chutar as cobertas.
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O motor-econômico do Brasil não é mais industrial,voltou a ser agrário,coisa estranha!
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