Folha de S. Paulo
Uma exposição em Nova York tem barquinhos
com dinheiro brasileiro
Se você já se perguntou onde foi parar todo
o dinheiro velho que trocou pelo novo nas antigas mudanças de moeda no Brasil,
sabe que boa parte dele foi incinerada pelos governos de então. Mas outra parte
sobreviveu e circula hoje como ectoplasma pelos sites de leilões e compras,
disputado por colecionadores de velharias exóticas —e poucas velharias são mais
exóticas do que dinheiro brasileiro. De anos em anos, devorado
pela inflação, cortavam-se três zeros do seu valor e pespegavam-lhe um novo
nome, o que obrigava à destruição de bilhões de cédulas e sua substituição por
outras tantas.
Daí, de 1942 para cá, tivemos as notas de cruzeiro, cruzeiro novo, mais uma vez
cruzeiro, cruzado, cruzado novo, novamente cruzeiro, cruzeiro real e, por fim,
o real. As cédulas novas mal chegavam a ficar velhas e nojentas, porque a
inflação fazia com que fossem logo renomeadas e trocadas. Em 1993, a inflação
no Brasil foi de, pode crer, 2.708,55%.
Ave Maria!tomara que não.
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