O Globo
Presidente defende garimpeiros,
madeireiros, grileiros e os que querem expandir a fronteira agrícola para o
interior da floresta
São tolos e
mal informados os que pensam que a Amazônia é brasileira. Não. A floresta não
pertence ao Brasil ou Colômbia, Venezuela, Peru, Equador e Guianas. Sua
imensidão territorial se estende por estes países e colônias, mas sua
importância ultrapassa toda e qualquer fronteira. Parece que vai demorar muito
ainda até que se perceba que para salvar o mundo será necessária uma política
globalmente estruturada para defender a Amazônia. Pode ser tarde. Por ora, quem
tenta proteger a floresta de seus algozes são homens bons como Bruno Pereira e
Dom Phillips. E estes são sistematicamente sabotados por governos ou
assassinados por pessoas com interesses contrariados.
O que Bruno e Dom buscavam não
era uma utopia, um sonho, um ideal. Eles lutavam por uma causa possível. A
Amazônia tem solução. A primeira e mais urgente é entender que, embora não se
questione as soberanias dos países amazônicos sobre seus territórios, é
fundamental que haja participação mundial na defesa da floresta. Participação
com recursos, equipamentos e homens. Não se trata de um território qualquer. Ao
contrário. A simples busca pelos corpos e do barco de Bruno e Dom mostrou como
é intrincada e complexa a região. Tampouco se pode ignorar a sua dimensão.
Países como Brasil, Venezuela e Colômbia, que mal conseguem controlar o crime nas suas grandes cidades, tornam-se ainda mais impotentes diante da enormidade da floresta. Vejam os exemplos do tráfico e das milícias em comunidades como Alemão e Rio das Pedras, ou em Petare, a maior favela venezuelana. A Comuna 13, berço do traficante Pablo Escobar em Medellín, foi durante anos região inexpugnável pelo Estado colombiano. Se até aí os Estados nacionais ou locais são incapazes, imagine na Amazônia.
No caso do Brasil, além da
falta de recursos, falta boa vontade do governo federal para agir contra os
crimes cometidos na floresta e contra ela. Jair Bolsonaro é o maior
incentivador da bandidagem instalada na Amazônia. O presidente defende
garimpeiros, madeireiros, grileiros e os que querem expandir a fronteira
agrícola para o interior da floresta. O mesmo presidente que defende o marco
temporal para reduzir os territórios indígenas e ataca o Supremo dizendo que
não acatará sua decisão se ela lhe contrariar.
Foram muitos os sinais em favor
dos crimes e de criminosos ecológicos emitidos pelo governo Bolsonaro. Um dos
mais eloquentes foi a fala do ex-ministro Ricardo Salles naquela reunião
ministerial em que pediu que o presidente aproveitasse que o foco da imprensa
estava na Covid para “passar a boiada”, desmontando onde fosse possível o
arcabouço legal em favor do meio ambiente. Se grandes criminosos ambientais
sentem-se confortados pela política do vale-tudo governamental, o mesmo ocorre
com pés de chinelo como os irmãos Amarildo e Dos Santos, assassinos de Bruno e
Dom.
Claro que Bolsonaro é culpado por
estas mortes pelas razões expostas, mas é evidente também que crimes anteriores
contra ativistas como o seringalista Chico Mendes e a irmã Dorothy Stang também
devem ser atribuídos à frouxidão dos governos da sua época. O seringalista do
Acre foi assassinado por outros dois pés de chinelo, o pequeno agricultor Darly
Alves dos Santos e seu filho Darci. O assassinato da irmã em Anapu foi
encomendado também por um pequeno fazendeiro que se sentia acima da lei.
Chico Mendes, que virou mártir e
hoje empresta seu nome para um órgão do Ministério do Meio Ambiente (ICMbio -
Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade), morreu no governo
Sarney, em 1988. Dorothy Stang foi assassinada ainda no primeiro mandato de
Lula, em 2005. Obviamente, Lula e Sarney não estimulavam garimpeiros e
madeireiros nem atacavam indígenas. Sarney demarcou 67 reservas e Lula, 79. Mas
faltaram a ambos recursos, equipamentos e homens para defender estes
territórios e a própria Amazônia. Por isso a importância de abrir a floresta a
todos os que estiverem dispostos a trabalhar para salvar o mundo.
DERROTA NO STF
Bolsonaro reclamou que os ministros do STF
Edson Fachin, Alexandre de Moraes e Luís Roberto Barroso têm candidato para a
eleição de outubro. Referia-se a Lula, claro. Não sei se é verdade, acho que
tem gente aí mais com cara de Simone Tebet. Mas o fato é que Bolsonaro perde a eleição entre os eleitores de
toga. No Supremo, ele pode contar com certeza com apenas
dois votos, do Kássio e do Mendonça. Mas, no caso da eleição presidencial, são
apenas votos e nada mais do que votos. O resto é teoria da conspiração
desesperada.
O INIMIGO É OUTRO
Mesmo perdendo a eleição entre os ministros
do Supremo, Bolsonaro é tolo ao tentar qualificar o tribunal como inimigo. Não
se pode negar, é verdade, que o STF foi balizador dos arroubos antidemocráticos bolsonaristas
enquanto o Congresso fingia nada ver. Mas o inimigo de Bolsonaro atende por
outro nome: democracia.
MANDA A DEFESA
Jair Bolsonaro poderia mandar o Ministério
da Defesa resolver o problema do preço dos combustíveis. Os militares não entendem de tudo mesmo,
até de urnas eletrônicas? Bolsonaro é engraçado, disse que “a Petrobras pode
jogar o Brasil no caos”. Falou como se não tivesse nomeado os últimos quatro
presidentes da empresa da qual o Estado que preside é o principal acionista.
Trata-se mais uma vez da velha mania de sempre culpar os outros.
PATETICE
Paulo Guedes disse esta semana que “é
patético falar em tabelamento” de preços. Na semana passada, o pateta pediu aos supermercados que
dessem um freio na alta de preços, e orientou: “nova tabela de preços, só em
2023”.
ECOS DA GUERRA
Mais de 300 brasileiros, estudantes de
Medicina na faculdade de Kursk, na Rússia, pedem ao Itamaraty repatriação imediata e
reconhecimento pelo MEC para entrarem em escolas de Medicina nacionais. Eles
dizem que estão proibidos de ir a hospitais estudar e trabalhar porque o
governo de Putin não quer que estudantes estrangeiros vejam feridos de guerra.
Os brasileiros sofrem ainda censura nas redes sociais, não conseguem fazer
transferência de dinheiro que não seja em criptomoedas e passaram a se sentir
ameaçados até pela população civil russa, que tem tratado muito mal os
estrangeiros.
VAI PASSAR
“De novo com a coluna ereta, que tal?
Juntar os cacos, ir à luta. Manter o rumo e a cadência. Esconjurar a
ignorância, que tal?”
ATRAÇÃO ELEITORAL
Desde que se aliou a Geraldo Alckmin, Lula
tem atraído para o seu lado todos os segmentos que pode alcançar. O exercício é
muito positivo, tanto para o candidato quanto para o PT. Além de dar mais
amplitude à sua campanha, expande seus horizontes políticos permitindo até
mesmo mudanças no seu programa de governo e nos métodos de ação política do seu
partido. É correto usar todos os recursos que tem para se reaproximar de Marina Silva. Também
faz política quando acena para pequenos empresários e policiais, adaptando as
diretrizes da campanha para contemplá-los. Poucos sabem mais do que Lula como
ganhar uma eleição.
BOULOS 2026
Mesmo que Lula ganhe o pleito presidencial
e Haddad vença em São Paulo, o nome que sobe na esquerda brasileira nesta
eleição é o de Guilherme Boulos. Ou o PT o atrai para dentro da sua estrutura,
ou mais adiante terá de
engolir um candidato majoritário (em SP ou no Brasil) de
fora de seus quadros. Ou, pior, terá de romper mais uma vez com um nome novo em
ascensão. Já vimos isso no passado, remoto e recente.
MALVISTO
Vejam como são as coisas. O presidente Jair
Bolsonaro sempre foi malvisto
por indigenistas, sertanistas e ambientalistas. Muita
gente não gosta dele. Nem por isso ele precisou redobrar a atenção consigo
próprio.
MÉTODO LENTO
Fernando Bezerra, ex-líder de Bolsonaro no
Senado, inaugurou esta semana o método lento de abandonar canoa furada. Como
não é candidato este ano, pois seu mandato segue até 2026, Bezerra tem
feito campanha para o filho que
concorre ao governo de Pernambuco. Bolsonaro se queixou que o senador e seu
filho não mencionam seu nome na pré-campanha no estado. Bezerra e o herdeiro
Miguel são aliados de Lula em Pernambuco e, pé ante pé, vão dando o fora da
barca bolsonarista.
LEITE DERRAMADO
Faz bem o ex-governador Eduardo Leite em se candidatar ao mesmo cargo do qual se desincompatibilizou para tentar uma malsucedida candidatura presidencial no PSDB. Primeiro, porque é jovem, honesto e talentoso e a política precisa cada vez mais de jovens honestos com talento. Depois, porque o risco de o Rio Grande do Sul eleger um bolsonarista da gama de Onyx Lorenzoni é grande.
Deve-se levar em consideração o que Seleme diz?
ResponderExcluirO jornazista que afirmou em 18 que Bolsonaro não seria eleito. Sob hipótese nenhuma, em quaisquer cenários.
O homem que disse que o Partido das Trevas deveria ser perdoado.
E agora. "Amazônia não é brasileira"? É de quem cara-pálida?
Trata-se de mais um globalista a serviço da ONU. Mais um idiota útil. Mais um jornazista que não reporta os fatos, e, sim, propaga torcida por seu espectro político.
Eduardo Leite votou em Bolsonaro,e não explicou a infelicidade de fazer sexo pelo intestino,reencarnar gay é o pior carma do mundo,na próxima encarnação eu quero ter duas vaginas.
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