Folha de S. Paulo
Presidente convoca apoiadores para versão
anabolizada de atos de 2021, às vésperas do 1º turno
Jair Bolsonaro começou a organizar uma
versão anabolizada dos protestos de Sete de Setembro do ano passado. A ideia é
reeditar a pauta golpista, reforçar
ataques a ministros do STF e espalhar suspeitas falsas sobre as
eleições —desta vez, a poucas semanas do primeiro turno.
Os bolsonaristas descrevem os atos como um
"movimento espontâneo", mas o próprio presidente faz a convocação. Em
entrevista ao SBT, ele avisou que as manifestações devem ocorrer nas capitais,
em apoio "a um possível candidato que esteja disputando". Acrescentou
que um dos objetivos é mostrar que seus apoiadores "querem eleições
limpas".
Bolsonaro vê a data como um ato preparatório para a contestação do resultado das urnas, 26 dias depois. O presidente alega que a ida dos apoiadores às ruas será uma prova de que ele tem mais apoio que Lula, de que há gente suficiente desconfiada do processo de votação e de que essas pessoas não aceitam o que "dois ou três lá do TSE querem impor".
O plano, ao que tudo indica, é explorar os
atos para criar a falsa impressão de que ele tem apoio e legitimidade para
tentar melar a eleição.
O presidente quer agitar os seguidores com
os mesmos artifícios que usou às vésperas do feriado de 2021. Nas últimas
semanas, ele voltou a dizer que pretende
descumprir decisões judiciais e citou as Forças Armadas como ferramentas
para garantir o que ele chama de democracia.
Para abrir essa etapa, Bolsonaro teve que
rasgar de vez o armistício fajuto que havia assinado com o Supremo no ano
passado. Na mesma conversa com o SBT, o presidente acusou
o ministro Alexandre de Moraes de descumprir um acerto que
os dois teriam feito quando o presidente publicou a carta elaborada pelo
ex-presidente Michel Temer. Jogo zerado para novos ataques.
Às vésperas das manifestações de 2021,
Bolsonaro disse que precisava do Sete de Setembro para mostrar
ao mundo "uma fotografia" que justificasse seus atos dali
por diante. Todos já sabem o que Bolsonaro planeja para os dias seguintes em
2022.
O Brasil está cheio de arruaceiro,incentivado pelo arruaceiro-mor da República.
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