sexta-feira, 3 de junho de 2022

Fernando Carvalho*: Gilberto Freyre reformador civilizacional

Gilberto Freyre não é um simples reformador social ele é um reformador civilizacional. Ele é uma espécie de "anti-Hitler". Em 1933 Hitler chega ao poder na Alemanha. E no Brasil Gilberto Freyre publica Casa-Grande & Senzala.

Enquanto Hitler defendia a superioridade da raça branca, nórdica, ariana. Freyre defendia a miscigenação que daria origem a um povo moreno, espécie de "meta raça". Hitler foi derrotado em suas pretensões ao custo de milhões de mortos e do holocausto do povo judeu.

Já Gilberto Freyre foi vitorioso embora ainda não reconhecido internacionalmente. Hitler queria escravizar todos os povos à raça branca, superior. O projeto de Gilberto Freyre é no sentido de "dissolver" as raças por meio da miscigenação.

Costumo dizer, aproveitando um conflito racial que já dura décadas, que se um rapaz narigudo israelense se casa com uma morena palestina. Ou se um moreno palestino se casa com uma ruiva israelense. Os filhos desses casais não serão nem judeus nem palestinos.

E o conflito entre eles perde o sentido. Assim como os filhos de brancos e negros não são nem brancos nem negros como pretende o identitarista "movimento negro brasileiro" que quer somar mestiços e negros para dizer que o Brasil é um país de "maioria negra").

Café com leite não é café nem leite. De modo que a solução para o problema racial e das guerras é a fudelança generalizada proposta por Gilberto Freyre, o crescei e multiplicai-vos de Jesus Cristo ou o façam amor e não a guerra dos hippies.

*Fernando Carvalho é historiador, formado pela Universidade Federal Fluminense (UFF), autor de “Livro Negro do Açúcar

Um comentário:

  1. Parece que o movimento negro não é lá muito fã de Gilberto Freyre,eu adoro,ele foi o primeiro a valorizar a miscigenação no Brasil;quanto ao dizer que mestiço também é negro é uma decisão do IBGE.

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