Tucanos marcam reunião um dia antes para pressionar MDB a apoiar seus candidatos a governador
Por Marcelo Ribeiro e Raphael Di
Cunto / Valor Econômico
BRASÍLIA - Os dirigentes de PSDB, MDB e
Cidadania definiram a próxima quarta-feira como prazo final para que as
legendas decidam sobre eventuais alianças estaduais. Os acertos podem ser
determinantes para que o PSDB bata o martelo um dia depois sobre o possível
embarque na pré-candidatura de Simone Tebet (MDB-MS) à Presidência da
República.
O encontro foi marcado pelo presidente do
PSDB, Bruno Araújo, após pressão de aliados para que a definição ocorra logo. O
PSDB está sem candidato próprio desde que o ex-governador de São Paulo João
Doria (PSDB) anunciou na semana passada que desistia de concorrer por não ter
apoio na cúpula da sigla.
A reunião para decidir o apoio a Tebet seria na semana passada, foi remarcada para amanhã e agora adiada para quinta-feira, dia 9, às 11h. Secretário-geral do PSDB, o deputado Beto Pereira (MS) afirmou que a indicação hoje é de que o partido declarará apoio a pré-candidatura da emedebista. “Vamos fazer essa manifestação favorável a senadora Simone Tebet e, paralelamente, estamos construindo uma tentativa de união”, afirmou.
Pesa nisso a falta de nomes próprios. O
candidato do grupo adversário a Doria era o ex-governador do Rio Grande do Sul
Eduardo Leite, que decidiu disputar nova eleição para o governo gaúcho, após
renunciar ao cargo em março na tentativa de se viabilizar como pré-candidato à
Presidência.
O outro cotado era o senador Tasso
Jereissati (CE), que defendeu publicamente o apoio à senadora e agora é cotado
para vice. Mas há grupos no PSDB que defendem abrir mão inclusive dessa vaga na
chapa para gastar o fundo eleitoral só com os candidatos a deputado e
governador.
Com o apoio à candidatura de Tebet
encaminhado, o que fará com que o PSDB pela primeira vez não tenha candidato
próprio à Presidência desde sua fundação, Araújo fez pressão para que o MDB
apoie os principais candidatos tucanos. Foram três exigências: Rio Grande do
Sul, Pernambuco e Mato Grosso do Sul.
O mais encaminhado é no Rio Grande do Sul,
onde o presidente da assembleia legislativa, o deputado Gabriel Souza (MDB),
deve desistir da pré-candidatura para ser vice de Eduardo Leite. Tebet desembarca
no Estado hoje e participará de atos do partido.
A aliança nos outros dois Estados
demandados pelos tucanos é tratada como praticamente inviável pelos
emedebistas. No Mato Grosso do Sul, o ex-governador André Puccinelli (MDB)
lidera as pesquisas no primeiro turno, a frente de Eduardo Riedel (PSDB),
candidato do governador Reinaldo Azambuja (PSDB).
Segundo tucanos, a dificuldade de
composição entre os dois adversários no Mato Grosso do Sul é tamanha que o PSDB
já teria trocado o pedido de apoio para outro Estado, Minas Gerais. Mas também
haveria resistência no MDB em largar a reeleição do governador Romeu Zema
(Novo), líder nas pesquisas, para apoiar o Marcus Pestana (PSDB).
Em Pernambuco, os tucanos alimentam
esperança de o MDB apoiar Raquel Lyra (PSDB), mas o diretório local já prometeu
apoio à candidatura do deputado Danilo Cabral (PSB-PE) para suceder o
governador Paulo Câmara (PSB).
''Meu partido é um coração partido'',Doria que o diga.
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