quinta-feira, 2 de junho de 2022

PSDB volta a adiar decisão sobre Tebet

Tucanos marcam reunião um dia antes para pressionar MDB a apoiar seus candidatos a governador

Por Marcelo Ribeiro e Raphael Di Cunto / Valor Econômico

BRASÍLIA - Os dirigentes de PSDB, MDB e Cidadania definiram a próxima quarta-feira como prazo final para que as legendas decidam sobre eventuais alianças estaduais. Os acertos podem ser determinantes para que o PSDB bata o martelo um dia depois sobre o possível embarque na pré-candidatura de Simone Tebet (MDB-MS) à Presidência da República.

O encontro foi marcado pelo presidente do PSDB, Bruno Araújo, após pressão de aliados para que a definição ocorra logo. O PSDB está sem candidato próprio desde que o ex-governador de São Paulo João Doria (PSDB) anunciou na semana passada que desistia de concorrer por não ter apoio na cúpula da sigla.

A reunião para decidir o apoio a Tebet seria na semana passada, foi remarcada para amanhã e agora adiada para quinta-feira, dia 9, às 11h. Secretário-geral do PSDB, o deputado Beto Pereira (MS) afirmou que a indicação hoje é de que o partido declarará apoio a pré-candidatura da emedebista. “Vamos fazer essa manifestação favorável a senadora Simone Tebet e, paralelamente, estamos construindo uma tentativa de união”, afirmou.

Pesa nisso a falta de nomes próprios. O candidato do grupo adversário a Doria era o ex-governador do Rio Grande do Sul Eduardo Leite, que decidiu disputar nova eleição para o governo gaúcho, após renunciar ao cargo em março na tentativa de se viabilizar como pré-candidato à Presidência.

O outro cotado era o senador Tasso Jereissati (CE), que defendeu publicamente o apoio à senadora e agora é cotado para vice. Mas há grupos no PSDB que defendem abrir mão inclusive dessa vaga na chapa para gastar o fundo eleitoral só com os candidatos a deputado e governador.

Com o apoio à candidatura de Tebet encaminhado, o que fará com que o PSDB pela primeira vez não tenha candidato próprio à Presidência desde sua fundação, Araújo fez pressão para que o MDB apoie os principais candidatos tucanos. Foram três exigências: Rio Grande do Sul, Pernambuco e Mato Grosso do Sul.

O mais encaminhado é no Rio Grande do Sul, onde o presidente da assembleia legislativa, o deputado Gabriel Souza (MDB), deve desistir da pré-candidatura para ser vice de Eduardo Leite. Tebet desembarca no Estado hoje e participará de atos do partido.

A aliança nos outros dois Estados demandados pelos tucanos é tratada como praticamente inviável pelos emedebistas. No Mato Grosso do Sul, o ex-governador André Puccinelli (MDB) lidera as pesquisas no primeiro turno, a frente de Eduardo Riedel (PSDB), candidato do governador Reinaldo Azambuja (PSDB).

Segundo tucanos, a dificuldade de composição entre os dois adversários no Mato Grosso do Sul é tamanha que o PSDB já teria trocado o pedido de apoio para outro Estado, Minas Gerais. Mas também haveria resistência no MDB em largar a reeleição do governador Romeu Zema (Novo), líder nas pesquisas, para apoiar o Marcus Pestana (PSDB).

Em Pernambuco, os tucanos alimentam esperança de o MDB apoiar Raquel Lyra (PSDB), mas o diretório local já prometeu apoio à candidatura do deputado Danilo Cabral (PSB-PE) para suceder o governador Paulo Câmara (PSB).

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