O Estado de S. Paulo
Posto que serviu de referência a Guedes em 2018 agora serve como propaganda da queda de preços
Um novo “round” da disputa eleitoral
travada em torno da queda do ICMS sobre combustíveis começou. Com a caneta de
presidente da República, Bolsonaro editou decreto determinando que os postos de
combustíveis exibam cartazes com os valores antigos dos preços para que os
consumidores tenham a possibilidade de fazer um comparativo.
A oposição diz que é propaganda eleitoral.
Gleisi Hoffmann, presidente do PT, reclamou nas redes sociais: “Bolsonaro
obrigar postos de gasolina a informar queda no preço dos combustíveis após
mudança no ICMS é inacreditável”. A reação não vai parar por aí.
Como já era esperado, o governo Bolsonaro faz seu marketing político eleitoral com a queda dos preços dos combustíveis nos postos. Após a entrada em vigor da lei aprovada pelo Congresso que mudou a forma de cobrança do ICMS sobre os combustíveis para reduzir o peso do tributo no preço final na bomba, os preços começaram a cair – e a população está sentindo.
O ministro de Minas e Energia, Adolfo
Sachsida, chegou a parar esta semana em um posto de combustíveis da rede
Ipiranga, em Brasília, para fazer propaganda do valor da gasolina cobrada no
local, de R$ 5,99 o litro, conforme mostrou reportagem do Estadão. “Nós estamos
conseguindo reduzir o preço do combustível”, alardeou em vídeo gravado.
Filho do presidente, o senador Flávio
Bolsonaro também faz campanha para criticar os adversários com as placas de
preços nos postos de gasolina.
Há poucas semanas, em 21 de junho,
reportagens mostravam que o litro da gasolina tinha chegado a R$ 8,99, de
acordo com informações da Agência Nacional do Petróleo.
A maioria dos Estados já reduziu o ICMS, e
os governadores que cortaram o imposto agora buscam capitalizar também a queda
dos preços. O governador de São Paulo, Rodrigo Garcia, que tenta a reeleição,
foi o primeiro a puxar a fila.
Um acordo está sendo construído para que a
queda do ICMS seja temporária, até o fim do ano – e que, depois, seja feita uma
modulação para corte gradual ao longo do tempo.
O posto Ipiranga, que serviu de referência
ao ministro Paulo Guedes na eleição de 2018, agora serve como propaganda da
queda dos combustíveis. Muito antes do decreto, apoiadores de Bolsonaro já
conversavam com donos de postos para deixar as placas expostas.
A caneta do presidente e o poder das
lideranças do Centrão no Congresso seguem tomando conta da agenda de medidas
econômicas nas eleições. Como a economia do País chegará a 2023 é que parece
pouco importar ao mundo político.
Poderia ser a queda de Paulo Guedes a propaganda, então eu seria imensamente feliz.
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