quarta-feira, 6 de julho de 2022

Bernardo Mello Franco: Blindagem e premonição

O Globo

Retardar CPI do MEC é interferir na eleição a favor de Bolsonaro

O presidente do Senado mudou de tática para blindar o Planalto de investigações comprometedoras. No ano passado, Rodrigo Pacheco retardou sozinho a criação da CPI da Covid. Agora ele costurou um acordo para que a maioria governista o ajude a barrar a CPI do MEC.

A manobra de 2021 foi parar no Supremo. Numa tentativa de enrolar a Corte, Pacheco alegou que a comissão poderia ter “efeito inverso ao desejado”, como “gerar desconfiança da população em face das autoridades públicas”. O ministro Luís Roberto Barroso não caiu na conversa. Leu a Constituição e mandou instalar a CPI.

Desta vez, o presidente do Senado convocou o bloco governista para socorrê-lo. Ontem ele anunciou que vai abrir a nova comissão, mas só depois das eleições. Atribuiu a decisão aos líderes partidários, que teriam decidido evitar a “contaminação das investigações pelo processo eleitoral”. Na verdade, o objetivo é driblar o Supremo e evitar que a CPI atrapalhe a campanha de Jair Bolsonaro.

A desculpa do calendário não para em pé. Aceitá-la equivaleria a dizer que o Congresso não pode investigar o governo em anos eleitorais. Até o fechamento das urnas, o Planalto ganharia uma licença para delinquir. Além disso, dois terços dos senadores não precisarão renovar o mandato em outubro. Haveria quorum suficiente para tocar a CPI — e a pandemia mostrou que os parlamentares não precisam estar em Brasília para trabalhar.

Impedir a investigação vai contaminar mais o processo eleitoral do que abri-la. A razão é simples: o eleitor tem o direito de saber se o presidente interferiu na Polícia Federal para proteger o aliado Milton Ribeiro e esconder a bandalheira no MEC.

Bolsonaro atua abertamente para neutralizar os órgãos de controle. Além de manter a PF sob pressão, conseguiu domesticar a Procuradoria-Geral da República e a Controladoria-Geral da União. Ontem o chefe da CGU, Wagner Rosário, relativizou o escândalo dos pastores e afirmou que não há corrupção na “alta cúpula” do governo.

Quem engolir esse discurso também deve acreditar que o presidente não vazou informações sigilosas antes da prisão do ex-ministro. Como disse Ribeiro, o homem só teve um “pressentimento”.

 

6 comentários:

  1. Anônimo6/7/22 11:16

    É interessante como você em nenhum momento fala bandido ladrão que não sou robô e assaltos país como botou poste amo a Dilma que acabou serviço web deixando 11 milhões de desempregados e uma recessão brutal até então nunca visto pra vocês nada disso acontece vocês perdeu totalmente a confiança do povo isso não é jornalismo isso é militância

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  2. Anônimo6/7/22 20:02

    Não há corrupção na “alta cúpula” do DESgoverno Bolsonaro: Ricardo Salles já foi demitido e não é mais ministro CORRUPTO, Milton Ribeiro já foi demitido e não é mais ministro CORRUPTO, general Pazuello já foi demitido e não é mais ministro CRIMINOSO e incompetente... Assim o outro ministro INCOMPETENTE da CGU pode MENTIR que não há corrupção na "alta cúpula"!

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  3. Anônimo6/7/22 22:31

    É matéria de ladroagem o 2 partidos são vidraças, eu como sou uma pessoa
    Honesta abomino tanto Bolsonaro quanto Lula, este demonstrou ser”covardia” quando tentou jogar a culpa na mulher morta. Ele usa as pessoas sem remorsos um traço muito canalha da sua personalidade. Ninguém merece meu voto é nem tem capacidade para governar já que são indignos de confianças, é o sujo falado do mal lavado cômico por sinal. Tem muitos brasileiros bobos é por isso que o Brasil é o que é.

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  4. Pacheco é outro que mais atrapalha do que ajuda.Quanto ao ''anônimo'',ser ''honesto'' não tendo poder é fácil.

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  5. Anônimo7/7/22 02:02

    O próprio presidente é corrupto ao seu mando o Paulo Guedes acaboiu com as leis da fiscalização a que todos órgãos públicos estão sujeitos. Hoje q Paulo. Guedes manda em qualquer orgao público, seja bancos ou empresas que o Centrão garante

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  6. Anônimo7/7/22 02:06

    Alguns políticos são piores que outros, além de roubar

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