Folha de S. Paulo
Presidente agora diz que salvação do
espírito depende de comportamento na campanha eleitoral
Em pouco mais de 24 horas, Jair Bolsonaro
mandou o mesmo recado para duas plateias diferentes da Assembleia de Deus.
Depois de fazer sua conhecida pregação contra a esquerda, o presidente afirmou
a pastores e fiéis no Maranhão e em Minas Gerais que a salvação de seus
espíritos depende do comportamento de cada um deles na campanha eleitoral.
"No dia do ponto final, nós temos um
currículo para ser apresentado. Esse currículo são nossas ações ao longo de
toda a vida, bem como as nossas omissões. Quem se abstém, quem diz 'eu não
quero nem esse nem aquele' está errando também", disse Bolsonaro em
Vitória do Mearim (MA), na quinta-feira (14). "Esse currículo é o que vai
nos dizer se teremos ou não a sonhada vida eterna."
O presidente tenta acrescentar uma nova camada à briga pelo voto evangélico. Bolsonaro costuma fazer ofertas concretas aos fiéis, como ações relacionados à política de drogas ou ao aborto. Agora, ele cobra apoio desse grupo como uma espécie de imperativo espiritual.
A batalha pela alma faz parte de um esforço
de Bolsonaro para distrair esse
eleitor do mau desempenho de seu governo no plano material.
"A pandemia passa, como está passando, graças a Deus. Os problemas
econômicos, a gente vai resolvendo", afirmou, depois de pedir ajuda aos
fiéis para derrotar Lula.
O temor do presidente é que, frustrada com
o governo, uma fatia do eleitorado evangélico perca o entusiasmo por sua
candidatura e não se engaje numa campanha contra o PT.
Bolsonaro reforçou o roteiro do juízo final
na sexta-feira (15). Num encontro
de pastores em Juiz de Fora (MG), o presidente criticou a esquerda
e, apontando para o alto, destacou que todos serão julgados por ações e
omissões durante a vida.
"Muitas vezes você pode fazer alguma
coisa e lava as mãos. Está na Bíblia o que aconteceu com Jesus", comparou.
"Por vezes, no Brasil, nós passamos por momentos onde as mãos de todos nós
decidem o futuro de uma pátria, se vocês querem que esse povo continue livre ou
não."
Bolsonaro consegue ser crente e católico ao mesmo tempo,e não ser nenhuma coisa,nem outra também,muito pelo contrário.
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