Folha de S. Paulo
Líderes do bloco simulam moderação, mas ninguém acredita que Bolsonaro será um democrata em 2023
Os chefes do centrão gostam de circular
pelos corredores de Brasília como se fossem responsáveis por frear os impulsos
autoritários de Jair Bolsonaro. Volta e meia, a turma que manda na
operação política do governo espalha a ideia de que está incomodada com o
comportamento golpista do presidente, diz trabalhar pela moderação e argumenta
que os ataques à democracia atrapalham a campanha à reeleição.
Pode até ser que o bloco recomende a Bolsonaro um pouco mais de discrição, mas é difícil sustentar que o centrão tenha uma repulsa genuína aos planos do presidente de questionar o resultado das eleições.
Salvo engano, os líderes do grupo trabalham
dia e noite para garantir mais um mandato para Bolsonaro. Como nenhum deles se
notabilizou por fazer papel de trouxa na política, não há uma única alma no
grupo que acredite que o presidente se tornará um democrata a partir de 2023.
O centrão aproveita a algazarra de
Bolsonaro para agir como se o bloco e o presidente fossem duas coisas
completamente distintas. Na quarta-feira (27), Valdemar
Costa Neto foi ao TSE para dizer que as falas do capitão não
refletem a posição do partido sobre as eleições. Dias antes, ele tinha dado
palco para Bolsonaro repetir seus ataques ao tribunal, na convenção do PL.
Ciro Nogueira (PP) também estava lá, vestindo a
camisa da campanha à reeleição. Numa entrevista recente ao SBT, o
chefe da Casa Civil disse acreditar na urna eletrônica, mas apontou que "é
direito do presidente criticar" o processo.
Arthur Lira (PP) navega pelas mesmas águas.
O presidente da Câmara distribui declarações públicas de confiança nas urnas
eletrônicas, mas dá respaldo nos bastidores ao embate de Bolsonaro com o TSE e
o STF.
A briga interessa ao centrão porque os tribunais são um contraponto político a Bolsonaro e, portanto, aos arranjos de seu consórcio com esses partidos. A prioridade do bloco é enfraquecer seus antagonistas, ganhar ainda mais influência e renovar o acordo que os mantém no poder.
Pros canalhas do Centrão, "é direito do Bolsonaro acreditar que o golpe é bom pro país e tentar dá-lo de qualquer maneira".
ResponderExcluirBolsonaro precisa sair de cena. O Brasil precisa respirar ar puro
ResponderExcluirBolsonaro precisa sair de cena e ENTRAR NA CELA! De preferência junto com todos os outros corruptos da sua família... Familícia que rouba unida pode ir pra cadeia unida!!
ResponderExcluirÉ tudo o que eu mais quero,Bolsonaro longe do poder.
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