sexta-feira, 8 de julho de 2022

Eliane Cantanhêde: PEC é o 'golpe de misericórdia'

O Estado de S. Paulo.

Única ‘emergência’ de Planalto, Congresso e Defesa: salvar a reeleição de Bolsonaro

Os adversários e os que têm pavor da reeleição do presidente Jair Bolsonaro, vermelhos, azuis ou roxos, insistem no mesmo erro de 2018: menosprezar suas chances. Basta olhar as fotos, a milícia digital, a omissão da PGR, a ação da AGU, os decretos, as votações do Congresso e a montanha de dinheiro que ele vai torrar (ou está torrando) na compra de votos para concluir que a eleição não está decidida. É temerário contar só com a rejeição, altíssima.

Na previsão palaciana, Bolsonaro ultrapassaria o ex-presidente Lula em junho, julho, mas ele estacionou nas pesquisas e só teve más notícias: expectativa de vitória de Lula em primeiro turno, assassinato de Dom e Bruno, prisão de Milton Ribeiro, CPI do MEC, Petrobras, escândalo da CEF. E a inflação inclemente...

Bateu o desespero e, se Bolsonaro jamais deixou de ser candidato e virou presidente, o Planalto se transformou definitivamente em comitê de campanha, botando para quebrar e com um novo prazo para “virar o jogo”: agosto. A “reunião ministerial” de terça-feira não foi para discutir as mazelas do País, mas um freio de arrumação na campanha.

Toda a estratégia passa pelo governo: caneta, verbas, base no Congresso, aliados no Judiciário, ministros e até os aviões que cruzam os ares com presidente e ministros travestidos de cabos eleitorais. Mas, ao contrário de Pedro Guimarães na CEF e de Milton Ribeiro no MEC, tem de dissimular...

Exceto a derrubada dos vetos a duas leis da Cultura, Bolsonaro só colheu vitórias num Congresso do Centrão e do orçamento secreto: a PEC da reeleição passou no Senado quase por unanimidade, foi mantida intocada na Câmara e aprovada em um minuto (um minuto!), no fim da madrugada, para comprar os votos já em agosto. E quem vai se interessar por CPI do MEC depois das eleições?

O Planalto também madrugou, com o decreto para os postos exibirem os preços dos combustíveis antes e depois da garfada no ICMS dos Estados. Só faltou mandar incluir: votem em Bolsonaro! Ele não jogou fora escrúpulos que nunca teve, mas é chocante ver os três Poderes

e a Defesa embolados numa única “emergência” do País: o medo de derrota do presidente.

Depois de explodir teto de gastos, responsabilidade fiscal, órgãos de fiscalização e o Ministério da Economia, a era Bolsonaro recorre ao “estado de emergência” (só até dezembro...) para fazer picadinho da lei eleitoral e do resto dos princípios básicos da economia. A PEC da reeleição tem uma pilha de nomes, mas um leitor, roxo de raiva e pavor, lhe deu um definitivo: “golpe de misericórdia”. Não sobra nada para destruir.

4 comentários:

  1. Anônimo9/7/22 00:36

    Que Deus tenha piedade de nós brasileiros. Pelo fato de não sabermos votar não merecemos isso. Esse governo acabou com a fiscalização tudo que era proibido por lei o ministro da economia torna legal, além de ter aberto um precedente perigoso para os próximos governos, tornou-se inútil o trabalho dos auditores de contas. Esse ministro Paulo Guedes deveria, se tivesse um brasileiro com amor à Pátria tornar-se pessoa não grata ao Brasil. Seu caráter é límpido um malandro de primeira categoria que compra jornalistas e matérias publicadas em revistas para falar bem dele. Se olhar o tamanho de suas roupas pode-se ver que o seu ego está está em toda parte, julga-se maior do que é E é ele que o Bolsonaro usa como garantia de seu próximo governo. Tenho medo desse horror, as vezes a
    Circunstância torna a vida um inferno, mesmo que não estejamos em guerra

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  2. Anônimo,eu nunca li nenhum artigo falando bem de Paulo Guedes,ainda bem.

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  3. Anônimo9/7/22 09:29

    Um na veja , uns 2 anos atrás e outro aqui mesmo nesse blog .Minha visão deve ser melhor que a sua.

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  4. Anônimo9/7/22 09:33

    Nesse blog por um jornalista do Valor que eu não guardei o nome, tem uns dias, procura que vc acha.

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