O Globo
Ex-presidente veste figurino conciliador,
exalta a dobradinha com Alckmin e evita lavar roupa suja com a imprensa
E Lula conseguiu levar a promessa de
cerveja e picanha para a bancada do JN. De volta ao telejornal depois de 16
anos, o ex-presidente usou o palanque eletrônico para vender otimismo. Disse
que a economia voltará a crescer e que os brasileiros farão muito churrasco se
ele retornar ao Planalto.
Depois de um início tenso, em que foi
questionado sobre a corrupção na Petrobras, o petista relaxou. Retomou as
metáforas futebolísticas e até reeditou o bordão “nunca na história deste
país”.
Sem modéstia, Lula citou as pesquisas que o
apontaram como o presidente mais popular que o Brasil já teve. “Estou querendo
voltar para ser melhor do que eu fui”, emendou, num mote que deve ser repetido
à exaustão na propaganda de TV. Ao comentar as tensões no campo, ele recitou
outra ideia-chave de sua sexta campanha ao Planalto: “O que nós queremos é
pacificar este país”.
Para reforçar o figurino de conciliador, o petista se desmanchou em elogios a Geraldo Alckmin. Exaltou a experiência do vice, seu adversário na campanha de 2006. “Eu estou até com ciúme do Alckmin”, gracejou, ao lembrar que o ex-tucano foi aplaudido de pé num evento do PT.
Em outros momentos, fez acenos aos
empresários e ao agronegócio, dois públicos dos quais tenta se reaproximar.
Faltou uma mensagem para os evangélicos, segmento em que Jair Bolsonaro tem
registrado forte crescimento. A gestão desastrosa da pandemia foi outro tema
esquecido na entrevista.
Mesmo assim, o petista bateu forte no atual
inquilino do Planalto. Referiu-se ao capitão como um “bobo da corte” que não
governa: só recebe ordens do Centrão. “O Bolsonaro não manda nada”, resumiu. Ao
criticar a Lava-Jato, preferiu não citar os nomes de seus algozes. Restou a
Sergio Moro choramingar no Twitter. O ex-juiz desistiu do sonho presidencial e
não terá direito à vitrine do JN.
Lula foi ao telejornal com um objetivo
claro: conquistar votos de indecisos. Nas considerações finais, ensaiou uma
investida sobre o eleitorado de Ciro Gomes. Prometeu ajudar as famílias
endividadas, um dos lemas do pedetista.
Aconselhado por aliados, o ex-presidente driblou ressentimentos e evitou usar a bancada para lavar roupa suja com a imprensa. Limitou-se a dizer que foi “massacrado” e finalmente tinha a chance de se defender. Numa provocação suave, perguntou ao são-paulino William Bonner se ele havia assistido ao jogo da véspera. O Flamengo venceu o São Paulo por 3 a 1.
Será que está pretendendo ser melhor para roubar? Ou copiar o Bolsonaro na perseguição com um escritório de ódio?
ResponderExcluirPara mim ele foi, é e será sempre um sapo barbudo intragável.
ResponderExcluirFaltou admitir mais explicitamente a corrupção nos governos petistas, e o papel da direção partidária nela. Mas mil vezes melhor que Bolsonaro...
ResponderExcluirCerveja e churrasco tinha mesmo,todo fim de semana na casa dos pobres,mas eu sou contra bebida de álcool e matança de animais;não eu não sou tão chato assim.
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