O Estado de S. Paulo
Se nos EUA tantos creem que Trump é santo, a Terra é plana e vacina mata, imaginem aqui...
Antes, “a economia, estúpido!”. Agora, “a
narrativa, estúpido!”. O Planalto e a campanha do presidente Jair Bolsonaro
(unidos pelo “gabinete do ódio e das fake news”) misturaram as duas coisas,
economia e narrativa, botaram no liquidificador do marketing e criaram uma
campanha altamente profissional – que produz resultados.
Na economia, danem-se teto de gastos, responsabilidade fiscal, lei eleitoral e vale intervir em estatais, preços e impostos. O beneficiário de hoje é o maior prejudicado de amanhã, mas, para os estrategistas políticos, o que vale é gasolina, diesel, gás, inflação e desemprego caindo na marra e compra de votos na veia. No marketing, até em peças em francês, inglês e espanhol, a narrativa invertida que transforma fake news em realidade, realidade em fake news e Bolsonaro no “mito” de Deus, Pátria e família.
O “patriota” é quem destrói a imagem do
Brasil, disse a dezenas de embaixadores estrangeiros e ao mundo que o Brasil é
uma porcaria, as eleições são fraudadas, instituições e ministros do Supremo,
desprezíveis? E bate de frente com todos os nossos principais parceiros na
Ásia, Europa, América do Norte, América do Sul?
Família? Deus? Com culto às armas, fuzis na
sala de jantar, tiros na festinha do bebê, bolo “tresoitão”, rachadinhas,
mansões, apartamentos, dinheiro vivo? E tentam trazer Deus para a arena
política, numa guerra entre cultos, crenças, religiões. Isso é cristão?
Na narrativa paralela, ministros do STF,
governadores e prefeitos foram os vilões na pandemia. Eles é que faziam atos
golpistas e sem máscara, atrasaram as vacinas, não se vacinaram e não vacinaram
os filhos, empurraram a cloroquina contra a covid, trabalharam contra o
isolamento social?
Democrata? Quem ataca Supremo, TSE, seus
ministros, o sistema eleitoral, a mídia e só não ataca o Congresso porque o
Centrão está no comando? Quem aparece em lives com um exemplar da Carta, depois
de usar o 7 de Setembro para ameaçar descumprir ordem judicial e incendiar o
País? E quem defende “eleições limpas”? O presidente que se elegeu deputado
várias vezes e chegou ao Planalto pelas urnas eletrônicas e diz ao Brasil e ao
mundo que as urnas são fraudadas? E que, para isso, jogou as Forças Armadas do
Brasil no seu pior período desde a redemocratização, passando vexame?
Como alguém cai nessa narrativa? Bolsonaro democrata, pela Pátria, família e Deus, pela Constituição, por “eleições limpas”, impecável na “gripezinha”? Pois é. Se nos EUA, uma das maiores democracias do mundo, tantos acreditam que a Terra é plana, Donald Trump é santo e a vacina da covid é coisa do diabo, imaginem aqui...
Quando não são as anomalias é a falta de educação imaginem que passados uns 19 anos as mulheres de baixa renda dos grandes centros urbanos retiravam seus filhos das escolas assim que aprendiam a ler e escrever pela falta de recursos econômicos para a compra do material escolar.
ResponderExcluirA colunista foi perfeita na sua análise! Bolsonaro comete crimes em série e se apresenta como perseguido e religioso... Mente descaradamente várias vezes ao dia e exalta a Verdade nos seus discursos. É uma réplica piorada e muito mais perigosa de Trump, a quem tenta imitar e superar! 2 canalhas golpistas da pior espécie...
ResponderExcluirÉ Paulo dos Santos,em um comentário aparece Pau.
ResponderExcluirNo Brasil, alguns acreditam que Bolsonaro é santo ou mito... Sinto muito, mas ele é mais sujo que pau de galinheiro!
ResponderExcluir