Folha de S. Paulo
Lula e Bolsonaro sabem que não se chega ao
Planalto sem apoio da maioria dos brasileiros de baixa renda
A dois meses das eleições, só quem gosta de
brigar com os fatos pode duvidar que a disputa pelo Palácio do Planalto se dará
entre Lula e Bolsonaro. Numa eleição dominada por temas socioeconômicos, eles
sabem que não se chega lá sem apoio da maioria dos brasileiros mais pobres.
Hoje, o petista desfruta de robusta
vantagem entre os milhões de eleitores de renda irrisória: o
dobro das intenções de voto dos 70% da população na faixa de até dois salários
mínimos, apurou o Datafolha.
Partidários otimistas do presidente —e analistas afoitos— acreditam na força do Auxílio Brasil, há pouco vitaminado, para apequenar tal diferença. Mas não é bem assim, diz quem entende do riscado.
Diante da urna o cidadão não vota por
gratidão, lembrou o cientista político Antonio Lavareda, ouvido por Claudio
Couto, da FGV (Fundação Getúlio Vargas), no podcast "Fora da política não
há salvação". Sua excelência, como o homenageava o sábio Ulysses
Guimarães, escolhe de olho no futuro, baseado no retrospecto que estiver apto a
fazer das ações do candidato, e as compara às de seu principal desafiante.
(Para os politólogos, essa verdade atende pela pomposa alcunha de voto
retrospectivo-prospectivo.)
Fosse o adversário do ex-capitão um candidato com a cara da elite e nada a
mostrar em benefício dos mais vulneráveis, os R$ 600 por mês garantidos
só até dezembro, nunca se esqueça —talvez pudessem conduzir o dedo do
eleitor diante da urna eletrônica em favor de quem tanto a difama.
De fato, desde 2006, o Bolsa Família
cristalizou sólida base popular de apoio a Lula, especialmente no Nordeste,
como mostraram vários estudos, entre os quais artigo pioneiro de Jairo Nicolau
(FGV). Outras iniciativas a ele foram se somando.
Marta Arretche (USP) encontrou efeitos
eleitorais favoráveis ao PT nos municípios beneficiados pelo Luz para Todos,
que estendeu a iluminação elétrica aos grotões que dependiam de querosene e da
tração humana e animal, mesmo neste século 21. Sem falar na nacionalização do
Programa de Saúde da Família, que levou SUS de casa em casa. E nas políticas de
acesso à universidade —Prouni,
cotas, graças às quais disparou o número de pobres e negros entre os
ingressantes de primeira geração no ensino superior.
Se os eleitores buscam no passado dos
candidatos arrimo para as esperanças futuras, não há Auxílio Brasil capaz de
borrar, lá no rés do chão, o contraste entre os idos de Lula e a experiência
recente da morte de familiares na pandemia; do emprego perdido; do pequeno
negócio falido; e, sobretudo, da inflação que espreme os ganhos já de si parcos
e incertos.
*Professora titular aposentada de ciência política da USP e pesquisadora do Cebrap
É incrível como um jornalista uma jornalista veterana pode defender o Lula que foi preso e condenado a mais de 20 anos por corrupção e lavagem dinheiro em três instâncias e solto numa manobra esdrúxula do ministro Fachin
ResponderExcluirO povo tem memória e sabe desastre que foi administração PT no governo Lula e Dilma, a maior recessão de todos os tempos um desemprego de 11 milhões de brasileiros
O PT vai perder não só pela sua corrupção , mas principalmente pela sua incompetência administrativa e pelo seu desprezo aos valores caros para o brasileiro trabalhador, a família , a religião e a liberdade
Ao defender o aborto, a legalização das drogas , a família tradicional,o jovem que rouba celular, as invasões no campo pelo MST, o Luladrão será derrota nas urnas
Quem viver verá
É,qualquer comparação é cruel pra Bolsonaro.
ResponderExcluirEntre um ladrão e um genocida, qual a dúvida?
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