O Globo
Alexandre de Moraes deveria mostrar as
provas e os indícios que o levaram a aceitar a busca e apreensão contra os
empresários bolsonaristas
Os diálogos publicados pelo portal Metrópoles
não indicam crimes. Pode-se discordar do que eles pensam — acho um absurdo que
empresários de tal porte tenham visão tão estreita do país e do mundo, não deem
valor a direitos fundamentais como a liberdade, não entendam que uma ditadura
não ajuda nunca os negócios. E, se a intenção deles é aproveitar-se de uma
ditadura para dominar o mercado e fazer alguma ação difícil de fazer num
ambiente democrático, é mais grave ainda. Se têm uma visão tão estreita sobre a
importância da democracia para proteger os cidadãos dos autoritários, do
governante que acha que pode mandar em todo mundo e impede visões contrárias,
mesmo minoritárias, de ser expostas, é lamentável, é criticável — mas não é
crime. Nos diálogos não há nenhuma indicação de que estejam preparando um
golpe, financiando um golpe, apoiando um golpe de maneira efetiva. Há apenas
comentários de que preferem uma ditadura à volta de Lula. É um gosto discutível
— não pelo Lula, mas pela ditadura —, mas eles têm direito de achar isso.
Existem pesquisas internacionais sobre o estado da democracia no mundo, e em vários países — inclusive no Brasil — muita gente diz que prefere a ditadura, que torna o país mais organizado, traz mais segurança. É um equívoco, uma visão deturpada do que seja o futuro de um país, mas não se pode prender todo mundo que deu essa resposta na pesquisa.
Aquela conversa de WhatsApp é como uma
conversa de botequim. Você está numa mesa de bar com amigos, diz bobagem, às
vezes por causa da bebida, e um sujeito ao lado ouve você dizer que é a favor
da ditadura, ou contra o governo, o denuncia e você vai preso. Isso acontece na
ditadura, quando você não pode expressar um pensamento, por mais desprezível
que seja. Lembro-me de um artigo de um jornalista americano que dizia que, se
pudesse, daria um soco no presidente Richard Nixon. Querer fazer alguma coisa
não é fazer. O escritor Ruy Castro sugeriu recentemente num artigo que
Bolsonaro e Trump se suicidassem. Foi enquadrado na hoje extinta Lei de
Segurança Nacional da ditadura militar. Uma ação ridícula do governo, que
acabou inviabilizada pela reação da sociedade. Se você fala mal do ditador numa
mesa de bar, vai preso.
Não cabe pedido de busca e apreensão porque
a invasão de domicílios e escritórios em busca de provas só pode acontecer se a
autoridade tiver, anteriormente, muitas informações e indícios de que estão
realmente promovendo um golpe de Estado. Quando a Operação Lava-Jato estava em
andamento, houve várias medidas de busca e apreensão, sempre baseadas em
delações premiadas. Muitos ministros do Supremo consideraram ter havido abuso
de poder em vários casos. Como o inquérito é sigiloso, não podemos saber em que
base a Polícia Federal pediu, e o ministro Alexandre de Moraes aceitou, a busca
e apreensão. Espero que ele tenha feito isso diante de muitas evidências.
Muitos desses empresários já eram investigados havia muito tempo nesse
inquérito. Os nomes de Luciano Hang e de outros já tinham aparecido. Pode ser
que estivessem sendo monitorados.
Cabe ao ministro Alexandre de Moraes mostrar as provas e os indícios que o levaram a aceitar esse pedido. Acredito que os tenha; se não tiver, terá sido uma ação completamente irresponsável. Como já sabemos que muitos dos alvos estiveram envolvidos em financiamentos da rede de milícias digitais, é de imaginar que não foi só o diálogo no WhatsApp que justificou a busca e apreensão. O ministro deveria ter identificado pelo menos algumas dessas razões para que a opinião pública tivesse certeza de que tudo está sendo feito de maneira legal. Não se pode esperar que, por ele ser ministro do Supremo, sendo uma pessoa séria, honesta, tenha feito a coisa certa. Numa democracia, não é assim que funciona. Ele tem poder para isso, mas tem de se explicar, dar transparência a seus atos.
Excelente análise do colunista. Os bolsonaristas aproveitam qualquer motivo para atacar o ministro Moraes, o STF, o TSE e as urnas eletrônicas, e tentar justificar o péssimo desempenho do genocida na presidência e na tentativa de reeleição. Para criticar o DESgoverno Bolsonaro, não emitem um mugido... Se os empresários não tiverem culpa, a investigação acaba. Assim é a Justiça, para Chico e para Francisco.
ResponderExcluirTanto o procurador Geral da República Augusto Aras como a vice procuradora Lindora afirmam que não receberam nenhum comunicado pedindo autorização para acionar a Polícia Federal para fazer buscas e apreensões aos empresários , a partir de conversa de WhatsApp particular veiculado no jornal
ResponderExcluirO que agora temos é uma investigação da PGR para apurar os desvios legais do ministro Alexandre de Moraes nesse caso
Estamos virando estado polícialesco , as pessoas estão com medo de falar os próprios juristas criticam esse jeito autoritário de conduzir a justiça do Alexandre de Moraes , não respeitando o sistema acusatório que tem sempre como base o Ministério Público
É por isso que nós fomos e vamos voltar às ruas clamando por liberdades democráticas que estão sendo tiradas dia-a-dia do brasileiro viva democracia viva a liberdade de manifestação e expressão!
Estamos num beco sem saída, a instituição constitucional para analisar e punir os crimes de responsabilidade dos ministros do ST F é o Senado Federal
ResponderExcluirOs casos de impeachment só irão para o plenário serem analisados com a liberação para votação do Presidente Rodrigo Pacheco
O seu Silêncio e conivência explícita com a situação, se deve ao seus interesses como sócio do escritório de advocacia que defende a Vale do Rio doce, em vários processos que se encontram na Suprema Corte , só um deles está para analisar o recurso do seu escritório de advocacia sobre uma indenização de 8 bilhões de reais que a Justiça determinou para Vale pagar os prejuízos causados com o rompimento da barragem de Brumadinho.
Conforme a caneta do ministro isso pode cair pra 1 bilhão ou pode aumentar para 10 bilhões ou mais, dependendo da decisão que julgar o Ministro togado
O poder acima de tudo e o dinheiro acima de todos !
Este é o lema do Pacheco, por isso essa postura aparentemente covarde, na verdade é puro interesse financeiro e político
O Ministério Público Federal é chefiado pelo amigo de Bolsonaro, Augusto Aras, indicado pelo genocida para engavetar tudo que seja contra o presidente. E este papel está sendo bem cumprido pelo vassalo, que só está lá pra atrapalhar ou retardar investigações, pedir engavetamentos, recusar indícios e provas, ou seja, só facilitar a vida do criminoso presidente. Augusto Aras, exemplo de omissão e incompetência. Dezenas de procuradores do MPF já se manifestaram contra as constantes omissões do chefete, mas ele foi indicado por Bolsonaro exatamente pra isso: ser CAPACHO do genocida!
ResponderExcluirTanta raiva tanto ódio nenhuma palavra sobre os desmandos do ministro Alexandre de Moraes que hoje é criticado até pela Folha de São Paulo e pelo estado de São Paulo, que sempre elogiaram toda e qualquer atitude mesmo fora da Constituição Federal
ResponderExcluirAntes tarde do que nunca
A nossa democracia corre perigo e esse perigo vem de dentro do ST F o seus desmandos e autoritarismo
Estamos vivendo tempos da ditadura militar, todos com medo de falar até pelo telefone
1984 é aqui agora o Alexandre de Moraes é o Big brother do mal
Os celulares dos empresários golpistas irá revelar a quadrilha que envolve hackers e quiçá o Gabinete do ódio. Torço pela cadeia do grupo.
ResponderExcluirO anônimo não sabe o que foram os tempos da ditadura militar!! Bolsonaro e seus cúmplices sonham em voltar para aqueles tempos miseráveis. Voltar com a tortura, os milicos mandando em tudo, interferindo no Judiciário, fechando Congresso, cassando políticos e professores! Mas a Democracia sobreviverá, graças à oposição unida contra Bolsonaro e suas ameaças. Lula, esperança do povo brasileiro!! Julgar e prender os fascistas deste DESgoverno maldito e genocida! Democracia acima de tudo!
ResponderExcluirDitadura e tortura nunca mais!
ResponderExcluirTemos na presidência da República um golpista de carteirinha. Um restolho de 1964 que quer uma volta do regime militar. Um regime que sequestrou, torturou, matou e deu sumiço em cadáveres. E um grupo de empresários que deve incluir ladrões bilionários (pra mim bilionário em país onde tem morador de rua é ladrão), e quem não é com certeza é multimilionário. Diante da possibilidade de vitória de Lula formam um grupo em torno da ideia de que preferem um regime militar que a volta do PT ao poder. Está na cara que é uma organização golpista. Ainda mais considerando ralações perigosas com Aras, o amiguinho do boçal. Alexandre de Moraes está de parabéns. Disse a que veio. Vai jogar duro contra golpistas de qualquer espécie. Os celulares apreendidos vão mostrar as ligações do grupo com milícias digitais. Quiçá o Gabinete do Ódio está por trás. Lula e Alckmin são nossa frente democrática contra a tentativa de volta do fascismo. A julgar pelos líderes, o Zé Carioca do Olavo de Carvalho trata-se de uma tentativa caricatural de fascismo.
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