O Globo
Tendência do presidente é subir o tom de
novo, tanto no ataque às urnas quanto em novas medidas para tentar se
viabilizar eleitoralmente
O pessoal da contenção de danos que Jair
Bolsonaro pode causar à própria candidatura tentou colocar de pé nas últimas
semanas uma narrativa heroica. De acordo com ela, um presidente sensível aos
problemas de seu povo começaria a ser reconhecido pelo eleitor pela
generosidade na concessão de benesses e pela melhora na economia.
Concomitantemente, esse presidente, por
vezes incompreendido por seus “arroubos retóricos”, se moderaria (de novo) e
fecharia um “acordo” com a Justiça Eleitoral, que acataria algumas das
sugestões dadas de boa-fé por ele e pelas Forças Armadas para aprimoramento do
processo eleitoral.
O tal “acordo” passaria por uma inflexão do
novo presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Alexandre de Moraes, a
quem Bolsonaro, vejam só, até presenteou com uma camisa do Corinthians, na
maior amizade.
Faz tempo que uma eleição não vê uma profusão do que chamamos no jargão jornalístico de “spin doctors” como esta. São aquelas fontes cuja especialidade é vender a nós, jornalistas, em off, versões convenientes, pouco importando que sobrevivam a ser cotejadas com os fatos ou com a história recente.
A versão do Bolsonaro moderado já foi
testada e frustrada em episódios anteriores, o mais notável deles o pós-Sete de
Setembro do ano passado, em que ele usou o antecessor, Michel Temer, como
emissário de um tratado de paz com Moraes nunca cumprido.
O que tornaria crível a ideia segundo a qual o novo presidente do TSE, que tem sido linha-dura contra fake news, discursos de ódio e outras práticas incentivadas pelo presidente não só no âmbito eleitoral, mas também no Supremo Tribunal Federal (STF), cederia justo agora?
Aceitar algumas “sugestões” das Forças
Armadas significaria enfraquecer a Justiça Eleitoral ainda mais do que o
convite para que os militares passassem a se imiscuir nesse assunto que não
lhes diz respeito já enfraqueceu.
A posse de Moraes na presidência do TSE foi
o mais robusto ato de reação das instituições aos ataques de Bolsonaro à
democracia. O discurso duríssimo de Moraes constrangeu o presidente diante de
todas as autoridades da República, de quatro ex-presidentes, dos principais
candidatos e de 22 governadores, entre outras autoridades.
A ida de Bolsonaro à posse nesta
terça-feira foi inserida nesse roteiro de mostrar um presidente mais propenso a
aceitar as regras do jogo eleitoral.
No fim, Bolsonaro foi espectador de um ato
que foi a antítese e o antídoto daquela solenidade que ele próprio promoveu
para vender mentiras e pregar contra o processo eleitoral diante dos mesmos
embaixadores que lotaram a plateia do TSE ontem. Uma resposta que Bolsonaro
jamais imaginaria.
6
fotos
Essa não foi a única frente em que o
“renascimento” da campanha de Bolsonaro, simbolizado também pela ida a Juiz de
Fora, palco da facada de 2018, foi malogrado.
A pesquisa Ipec revelou que a abertura da
caixa de ferramentas de medidas populistas, até aqui, não se mostrou suficiente
para alavancar a candidatura do presidente.
Significa que Bolsonaro esteja morto e que
não crescerá mais? De jeito algum, mas a intenção desta semana que abre
oficialmente a campanha era virar duas páginas de uma vez: as tretas
institucionais e a larga vantagem de Lula nas pesquisas. Não deu certo.
A tendência de Bolsonaro, diante desse
duplo revés, é subir o tom de novo, tanto no ataque às urnas quanto em novas
medidas tiradas da cartola para tentar se viabilizar eleitoralmente.
Aliás, ele nunca chegou nem a fingir que
desistiu: ontem mesmo voltou a convocar seus apoiadores para o 7 de Setembro.
Tudo como dantes no quartel de Abrantes, para desespero dos que tentam vender
terrenos na Lua e um inexistente Bolsonaro paz e amor. Mas o TSE, viu-se ontem,
está preparado para a guerra.
Bolsonaro jamais esquecerá a rejeição unânime que teve pelos que discursaram na solenidade de ontem! Todos desmentiram a pregação golpista e antidemocrática que o candidato das milícias tem espalhado pelo Brasil. A candidatura do genocida já está naufragando...
ResponderExcluirA ter como termômetro de rejeição, ontem a turma do elenco no do filme o pastor e o guerrilheiro, no Festival de gramados de cinema, tomou uma sonora vaia quando estrava e cantava a musiquinha , olê olê olá Lula lula, ainda por cima houve um coro ensurdecedor de mito, mito, mito! mito!
ResponderExcluirO pessoal do filme não sabia onde enfiar a cara, um constrangimento geral
Deu dó , mas também provocaram,,,
Kkkkkkkkkka! Não tivemos nada a ver com o empeashement da Dilma muito menos com os roubos na PETROBRAS E NUNCA POSTEI FAKE NEWS... O que sei agora é que Paulo Guedes e o empréstimo consignado aos beneficiários do "Auxílio Brasil" vai levar perto de 20 milhões de pessoas a forca se Bolsonaro perder.
ResponderExcluirPaulo dos Santos Andion
ExcluirTudo pode acontecer,desejo paz e saúde a todos!
ResponderExcluir