domingo, 4 de setembro de 2022

Bernardo Mello Franco - A campanha vai esquentar

O Globo

Ânimos se acirram a quatro semanas do primeiro turno; ex-ministro petista prevê "setembro sangrento"

A proximidade das urnas vai elevar a tensão na corrida presidencial. As campanhas de Lula e Jair Bolsonaro projetam um acirramento de ânimos nas quatro semanas que faltam até o primeiro turno. Será um “setembro sangrento”, prevê um ex-ministro petista.

A nova fase da disputa começou no último domingo, quando os candidatos se enfrentaram no ringue da Band. No primeiro round, Bolsonaro foi ao ataque com o tema da corrupção. Lula ficou nas cordas. Apenas se esquivou dos golpes, frustrando aliados que esperavam um revide.

Se não tivesse perdido as estribeiras ao ser questionado por mulheres, o capitão teria saído como vitorioso. Curiosamente, Lula não foi o único a poupá-lo no debate. Os outros quatro presidenciáveis também ignoraram as rachadinhas, a compra de imóveis em dinheiro vivo, o escândalo dos pastores no MEC.

A tática de turbinar o Auxílio Brasil ainda não rendeu os resultados esperados por Bolsonaro. Segundo o Datafolha, Lula mantém a liderança entre os beneficiários do programa, com 56% das intenções de voto. No mesmo grupo, o presidente aparece com 28%.

A estagnação entre os mais pobres deve incentivar Bolsonaro a aumentar os ataques ao PT. É o caminho mais curto para reduzir a vantagem de Lula, que já vem caindo lentamente a cada pesquisa. Chegou a 21 pontos em maio e recuou para 13 na última semana.

O capitão amarga a maior taxa de rejeição na disputa: 52% dos eleitores dizem não votar nele de jeito nenhum. Se não consegue melhorar a própria imagem, ele tem conseguido emporcalhar a do adversário. A rejeição a Lula era de 33% em maio e agora chega a 39%. Se subir mais um ponto, igualará o recorde histórico de 40%, registrado em 1994.

As últimas pesquisas reforçaram a probabilidade de segundo turno. Neste caso, o país assistirá a um duelo de rejeições. Bolsonaro chegou ao poder numa eleição marcada pelo antipetismo. Quatro anos depois, precisa reavivar esse sentimento para ter alguma chance de vitória.

O capitão aposta no Sete de Setembro para incendiar sua militância. O PT reforçou a segurança de Lula e discute uma mudança de tom para enfrentar o que vem por aí. O ex-presidente preferia jogar parado, mas tem sido encorajado a rebater os próximos ataques. Numa disputa feroz, será impossível manter o figurino de Lulinha paz e amor.

Gorbachev no Rio

O último líder da União Soviética arrastou multidões em viagens pelo mundo após o fim da Guerra Fria. Não foi diferente em sua visita ao Rio em 1992. Mikhail Gorbachev contou com a escolta de dois agentes russos e 52 policiais brasileiros. O aparato de segurança o livrou de ao menos uma abordagem indesejada.

Depois de uma palestra no Hotel Glória, Gorbachev entrou na mira do português José Alves de Moura, que se notabilizou por beijar Frank Sinatra, João Paulo II e outras celebridades globais. A cena é relatada pelo jornalista Geneton Moraes Neto no livro “Dossiê Moscou”:

“Assim que Gorbachev pisa na calçada em direção ao carro, o Beijoqueiro se materializa como uma assombração. Pandemônio entre os seguranças. Gorbachev faz um olhar assustado. Não entende o motivo da confusão. Um agente voa — literalmente — sobre o Beijoqueiro. Os dois caem no chão. O carro arranca. Frustrado, o Beijoqueiro chora”.

Em casa, Gorbachev não saboreava a mesma popularidade. Em 1996, cinco anos após o fim da URSS, tentou se eleger presidente da Rússia. Teve 0,5% dos votos.

 

4 comentários:

  1. Anônimo4/9/22 13:54

    Vários institutos , como Futura ,Brásmarket e o Instituto Paraná pesquisas , tiveram seus resultados desprezados pela grande imprensa
    As três pesquisas apontavam vitória do presidente ou empate técnico entre os candidatos
    A Imprensa só comenta as pesquisa do Instituto Datafolha , que é uma empresa que pertence ao jornal Folha de São Paulo , que é claramente em oposição ferrenha ao presidente desde o primeiro dia de mandato
    Soma-se a isso os erros grosseiros das últimas eleições 2020 e mesmo a de 2018 , quando dizia que Bolsonaro perderia para todos no segundo turno
    O povo já não acredita mais no Datafolha , prefere acreditar na realidade das ruas que eles vêm
    O presidente será reeleito

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  2. Anônimo4/9/22 14:02

    Não vai ter setembro sangrento nenhum a única violência que vamos observar são os ataques constantes ,!em todos os níveis , da justiça contra a campanha de Bolsonaro , mas só faltam três semanas o jogo está feito
    Bolsonaro sobe e Lula desce
    O presidente pode ser reeleito no primeiro turno
    O segundo turno, se houver, vai ser uma barbada
    Quem entende um pouco de política sabe o que eu estou falando, as novas alianças pós primeiro turno irão abandonar de vez o ladrão corrupto
    Será uma derrota vergonhosa, porém muito merecida, para o Lula ladrão traidor da Pátria

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  3. Anônimo4/9/22 15:14

    As instituições conseguiram impedir os movimentos golpistas de Bolsonaro e seus cúmplices, os empresários golpistas se borraram de medo com o início das investigações contra eles. Até as lideranças das Forças Armadas se acalmaram depois da reação decidida contra o golpe que Bolsonaro ensaiava com a complacência delas. As piores ameaças bolsonaristas foram repudiadas pela grande maioria da população, e até pela FIESC e Febraban, o que deixou o genocida sem apoio e sem chão para seguir com seus planos criminosos. Agora, reza pra chegar ao segundo turno...

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  4. Anônimo5/9/22 00:04

    Lula 45 x Bolsonaro 32, repetindo diferença ao longo das últimas semanas!

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