O Globo
Nova presidente do Supremo citou
"tempos perturbadores" e frisou necessidade de conter o ameaças
autoritárias
A síntese é da ministra Rosa Weber, nova
presidente do Supremo Tribunal Federal. No discurso de posse, ela usou 12
palavras para definir o momento brasileiro. “Vivemos tempos particularmente
difíceis da vida institucional do país. Tempos verdadeiramente perturbadores”,
afirmou.
Rosa disse que a prioridade de sua gestão será
proteger a democracia e o Estado de Direito. O enunciado seria dispensável numa
situação de normalidade. Não é o caso do Brasil de 2022.
A ministra registrou que o Supremo tem sido
alvo de ataques “injustos e reiterados”. Lembrou as investidas contra a
separação de Poderes e o incentivo ao discurso de ódio. Prometeu vigilância
permanente em defesa da Constituição.
A oradora não precisou nomear o líder da
ofensiva autoritária. Falava de Jair Bolsonaro, que quebrou o protocolo e
faltou à cerimônia, em nova demonstração de desprezo pelo Judiciário.
Desde que vestiu a faixa, o capitão conviveu com dois presidentes do Supremo preocupados em não contrariá-lo. Dias Toffoli o cortejou com visitas ao palácio e agrados aos militares. Luiz Fux pareceu mais interessado em garantir reajustes e penduricalhos para os juízes.
Com Rosa, a mudança começará pelo estilo.
Ela é a única dos 11 que só fala nos autos. Não dá entrevistas, não vai a
coquetéis, não faz palestras para banqueiros e investidores. Na segunda-feira,
dispensou a festa que costuma acompanhar as posses supremas. Antes do
falatório, mandou a PF analisar provas de crimes na gestão da pandemia. O
material foi levantado pela CPI da Covid e é cozinhado há quase um ano pelo
procurador Augusto Aras.
Nos últimos dias, o governismo vendeu a
ideia de que Bolsonaro se moderou no 7 de Setembro. Afinal, ele não xingou
juízes nem mandou tropas ocuparem o Supremo. No mundo real, o capitão começou o
dia dizendo que o golpe de 1964 “pode se repetir”. Depois usou as Forças
Armadas e a TV pública para promover sua campanha com dinheiro público.
Rosa sabe o que diz quando frisa a urgência
de conter o autoritarismo. Bolsonaro já avisou que, se reeleito, pretende
enquadrar o Supremo e derrubar “em uma semana” a liminar que suspendeu seus
decretos armamentistas.
No Congresso, governistas tentam
ressuscitar uma proposta que muda a Constituição para ampliar o número de vagas
na Corte. Isso já foi feito na ditadura. Permitiu que os generais subjugassem o
Supremo sem a necessidade de fechá-lo.
Todo o poder a Rosa Weber. O boçal disse que 64 pode se repetir. E que os gorilas deveriam ter matado 30 mil (inclusive FHC). Entendo que ele pretende matar 30 mil. Como um homem desses pode ser apoiado por "evangélicos"?9
ResponderExcluirO maior perigo é ele aumentar o número de ministros no Supremo.
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