O Globo
Há mais de cinco séculos procuramos um rumo
de nação decente para o Brasil, mas sempre somos traídos pelos acontecimentos
Agora só falta uma semana. Domingo que vem,
estaremos todos votando no primeiro turno de uma nova eleição presidencial. A
coisa vai estar entre a reeleição do presidente Jair Bolsonaro e a volta ostensiva
do ex-presidente Lula da Silva. Que o próximo governo possa sanar os males que
sofremos nesses últimos quatro anos.
Não posso esquecer do que dizia o filósofo e cientista político Mangabeira Unger, depois da eleição de Bolsonaro, em 2018: aquela era uma “resposta tosca” à aspiração legítima de um Brasil profundo. Passei grande parte do tempo tentando descobrir que “aspiração legítima” era essa. O eleitor se encantara com o estilo, não com o recado do novo presidente. Acho que era isso.
O Brasil sempre foi um país onde as coisas
aconteceram de um modo intempestivo. É como se precisássemos disfarçar nossa
história, contá-la de um jeito difícil de se entender logo. Parece que não
queremos ser conhecidos, que não fazemos questão de que nos entendam. Pegue o
carnaval de rua, uma roda de samba, a arquibancada do Maracanã, qualquer
conversa de intelectuais na beira da praia, tudo isso sorrindo. Vivemos um
certo surrealismo, sem permitir comparações. O que nos acontece, contado por
nós mesmos, mais parece uma narrativa para enganar os trouxas. Mas é tudo
verdade.
O herói de nossa Independência foi um
príncipe português, filho do rei de lá, a metrópole europeia que nos havia
colonizado. E quem assinou o decreto que formalizava a Independência foi a
mulher do príncipe, dona Maria Leopoldina, princesa austríaca. Sessenta e sete
anos depois, a República era proclamada por um dos mais íntimos amigos do
imperador, um general que se arrependeu do que fez. Um golpe de estado contra a
maioria da população, a República era uma desforra dos senhores de terras
contra a libertação dos escravos assinada por Isabel, filha do Imperador.
A revolução liberal de 1930, feita para
encerrar tempos oligárquicos, acabou produzindo a primeira expressa ditadura no
país, o Estado Novo, que durou 15 anos. Em 1945, o ditador foi deposto e aí o
povo elegeu um ministro como primeiro presidente da nova democracia. E este,
por sua vez, seria sucedido pelo próprio ditador deposto, que voltava ao poder
pela vontade do povo. Uma nova ditadura imposta por civis e militares a partir
de 1964 só terminaria 21 anos depois, sob a presidência de um político que fora
dirigente máximo do partido do regime autoritário. E que era, de fato, o melhor
entre os que tinham seu retrato no muro dos futuros candidatos.
Agora temos uma semana para escolher o que
fazer. Para que nossa memória não se constranja, nem se contagie, assistimos à destruição
de toda lembrança de grandeza, de todos e de tanto incêndio(s) histórico(s), da
Cinemateca Brasileira (onde o fogo destruiu 270 títulos de filmes aos quais
nunca demos bola), à recente tragédia devastadora do Museu Nacional da Quinta
da Boa Vista. Por ironia, diretores de museus, especialistas e curadores estão
marcando um encontro regular para discutir o assunto nas dependências do Museu
do Amanhã, bela criação cujo título nos alivia com os sonhos do futuro, onde
sempre podemos inventar à vontade sobre o meteorito Bendegó, sobre as múmias
egípcias, insetos e borboletas, além da mulher mais antiga da história
americana.
Há mais de cinco séculos procuramos um rumo de nação decente para o Brasil, mas somos constantemente traídos pela insanidade de nossos acontecimentos históricos. Como acabar com essa maldição? Agora só temos uma semana para começar a resolver essa parada com lágrimas nos olhos e dois dedos de qualquer das mãos fazendo o V de vitória da democracia. É o que temos de melhor a oferecer.
O traidor do povo o Lula ladrão será escorraçado pelo voto popular, irá pra lata de lixo da história de forma vergonhosa , foi tirado da cadeia por ministros do STF, mas será jogado no buraco negro do desprezo dos brasileiros
ResponderExcluirEstou envergonhado em ter um
ResponderExcluirex presidiário candidato a Presidência da república
O Brasil chegou no fundo do poço.
Lula ladrão seu lugar é na prisão!
ResponderExcluirConcordo com o anônimo acima, não é só vergonha sua , é uma vergonha de toda a nação
ResponderExcluirA imprensa e o Judiciário principalmente, são responsáveis por esse bandido está aí solto fazendo campanha para presidente da república
Que país é esse?
Cholem mais! LULA LÁ!
ResponderExcluirExatamente como me sinto, a corte nos roubou o direito de eleger e escolher nosso próximo presidente. Isso vai ficar na memória coletiva do nosso país, como uma usurpação de nosso direito de escolher gente como a gente, que ama nosso país . A maioria desses políticos de hoje não tem ideais, só querem enriquecer, roubar e tapear. E essa cortezinha leis abriu mão da honestidade e determinou que ser honesto é um pagode, sem sanfona, que devemos todos roubar que isso é normal. As escolhas dos candidatos a ministro e a juízes deveriam ter uma ficha limpa, freita após uma investigação profunda. Lembram do juíz Lalá? No Brasil isso é muito comum.
ResponderExcluirEstou envergonhado de ter um FUTURO PRESIDIÁRIO na presidência do país, um sujeito tão mentiroso quanto seu ídolo Pato Donald Trump... Tão asqueroso quanto ele, os 2 afundaram seus países na pandemia, combatendo as recomendações da OMS, difundindo remédios ineficazes (que Trump nem usou quando pegou Covid). O futuro presidiário depende de se reeleger pra escapar dos processos a partir de 2023, por isso está tão desesperado, embora seja também tão DESPREPARADO! Felizmente, a maioria da população já não acredita numa palavra do que o mentiroso inventa, e nem seus papagaios conseguem enganar mais os eleitores! A derrota no primeiro turno será humilhante! Não terão nem como tentar o golpe tão prometido e ameaçado pelo genocida! O STF e a Democracia brasileira resistiram aos ataques bolsonaristas!
ResponderExcluirA esquerda e a direita deviam se amar como irmãos,eu rezo muito pra isso acontecer,fiquem todos na paz.
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