Folha de S. Paulo
Há uma chance real de que os radicais
bolsonaristas voltem ao baixo clero e/ou ao hospício já no 1º turno
As
pesquisas não permitem dizer se haverá segundo turno na eleição
presidencial. A vantagem de Lula é confortável, mas não dá para cravar.
De qualquer jeito, há uma chance real de
que, quando você estiver lendo minha próxima coluna, os radicais bolsonaristas
tenham voltado ao baixo clero e/ou ao hospício, de onde nunca deveriam ter
saído.
Talvez
Jair tente um golpe, talvez tenha sucesso, mas, se não tiver, deve repetir
a cena de Anthony
Garotinho sendo preso e se debatendo na ambulância; ou, o que acho
mais provável, deve fugir.
Não precisaremos mais decifrar tuítes do
Carluxo, aguentar Bananinha se sentindo importante ou assistir a Flávio
chorando com a bandeira quando for pego fazendo
"rachadinha".
Ninguém mais vai ter que fingir que Guedes é um gênio porque, afinal, se ele cair, Jair nomeia o Olavo para a Fazenda. Sim, o Olavo já teve morte cerebral, mas não seria o primeiro ministro de Bolsonaro nessa condição.
E sobretudo: os conservadores terão que
voltar a tentar ganhar os debates com argumentos, ao invés de contar com
o Exército
para ameaçar a democracia sempre que forem contrariados.
O mais provável é que Lula vença, mas se
Tebet ou Ciro conseguirem subir 30 pontos em uma semana, o diagnóstico será o mesmo:
voltaremos a ter um presidente da República que, em caso de pandemia, comprará
vacina.
Os problemas do Brasil continuarão iguais,
mas será possível voltar a falar deles, ao invés de discutirmos golpe de Estado
ou o fato de que o presidente
da República mentiu que vacinas causam Aids.
A possibilidade de que Jair já esteja na terça-feira
vestindo burca para fugir para a Arábia Saudita é, certamente, sedutora. É com
isso que a campanha de Lula conta quando pede que eleitores de Ciro e
Tebet votem
estrategicamente em Lula para acabar logo com isso.
O principal garoto-propaganda do voto útil
é Jair Bolsonaro, e a principal promessa da campanha pelo voto útil é um mês a
menos tendo que levá-lo a sério.
O voto útil é uma estratégia legítima que,
no fim das contas, é ou não escolhida pelo eleitor de forma soberana.
Não há nada de imoral em pedir voto útil: Quando
Ciro Gomes, em um tuíte de 26 de maio de 2022, disse que era o único candidato
capaz de derrotar Lula, estava pedindo aos eleitores de Bolsonaro que fizessem
voto útil nele, Ciro.
É certamente frustrante para Ciro e Tebet
terem suas candidaturas tratadas como fora do jogo 15 dias antes do primeiro
turno. Na verdade, quem derrubou os dois foi, novamente, Jair Bolsonaro.
Olhe para as pesquisas: Ciro e Tebet
ganharam alguns pontos nas pesquisas após
o debate da TV Bandeirantes, em que a candidata do MDB, em especial,
saiu-se bem. Mas na semana seguinte houve o comício
do 7 de Setembro.
Nas pesquisas seguintes, Jair não tinha
subido, mas a ascensão de Ciro e Tebet refluiu. Em parte, porque o 7 de
Setembro substituiu o debate como assunto; em parte, porque Bolsonaro
mostrou-se tão perigoso para a democracia que os eleitores recuperaram a pressa
de derrotá-lo.
O 7 de Setembro pode ter garantido a
vitória de Lula no primeiro turno.
Os eleitores de Ciro e Tebet decidirão como acharem melhor. Mas pode ser difícil resistir à campanha que Jair Bolsonaro, por existir sendo quem é, faz pelo voto útil em Lula no próximo domingo.
Fora broxonaro! O pior presidente q este Brasil já teve.
ResponderExcluirSim, Bolsonaro está afundando!
ResponderExcluirIpec de hoje: Lula 48 x Bolsonaro 31...
Válidos: Lula 52 x Bolsonaro 34!
O genocida não sai do lugar e nem chega no segundo turno! E sua rejeição aumenta cada vez mais... Cadeia pra ele a partir de 2023!
É,está chegando a hora,que tudo corra bem,sem violência.
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