Valor Econômico
Apoios de Meirelles e Reali Jr. fortalecem
governo de coalizão
Nos últimos dias, interessados em assegurar
a derrota do presidente Jair Bolsonaro (PL) já no primeiro turno da eleição,
políticos identificados historicamente com a centro-direita decidiram declarar
apoio ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). À esquerda de Lula, o
candidato Ciro Gomes, por sua vez, está sendo "cristianizado" por
correligionários de seu próprio partido, o PDT.
Aos que se surpreendem com a adesão de
seções regionais do PSDB à candidatura do petista, não custa lembrar que,
quando Geraldo Alckmin se transferiu para o PSB e aceitou ser candidato a vice
na chapa de Lula, o significado da aliança foi justamente o de unir, pela
primeira vez no mesmo campo político, petistas e tucanos (ainda que,
formalmente, o ex-governador tenha se filiado a uma legenda de esquerda,
historicamente aliada ao PT).
A 11 dias da eleição, emergiu um senso de
urgência na classe política. Marina Silva (Rede) deixou o PT no segundo mandato
de Lula na Presidência (2007-2010), inconformada com o "pragmatismo"
de Dilma Rousseff no trato das questões ambientais, bandeira histórica cara aos
petistas. Na segunda-feira, anunciou apoio entusiasmado a Lula.
A declaração de apoio a Lula do ex-prefeito César Maia (PSDB-RJ), político que ao longo de sua trajetória transitou do brizolismo à centro-direita do DEM (hoje, União Brasil), mostra que vai se tentando formar, na véspera da votação, uma "frente ampla", como talvez nunca se tenha visto na história do país _ pode-se dizer que Fernando Collor foi afastado da Presidência pela maioria absoluta dos partidos com representação no Congresso e que seu sucessor, Itamar Franco, fez raro governo de coalizão.
Duas manifestações de apoio feitas a Lula
já no primeiro turno da eleição têm um simbolismo que dá algumas pistas de como
o petista governará, caso seja eleito: a do ex-ministro da Fazenda Henrique
Meirelles e a do jurista e ex-ministro da Justiça Miguel Reali Jr., autor do
pedido de impeachment de Dilma Roussef.
Quando Meirelles, então filiado ao PSDB,
aceitou abrir mão, em dezembro de 2002, do mandato de deputado federal por
Goiás, para o qual tinha acabado de ser eleito, para assumir a presidência do
Banco Central (BC), ninguém, a não ser quem o conhece muito bem, apostou que
ele se sustentasse no cargo por mais de três meses. A rejeição das hostes
petistas era enorme, afinal, diziam, ele reunia duas características
"inaceitáveis": ser tucano e banqueiro (o primeiro brasileiro,
diga-se de passagem, a presidir um banco americano nos Estados Unidos).
Antes de aceitar o convite, Meirelles
arrancou de Lula o compromisso da autonomia informal. Até os Dois Candangos,
eternizados em escultura de Bruno Giorgi localizada na Praça dos Três Poderes,
em Brasília, sabem que compromisso de político feito de boca, e desamparado por
correlação de forças, não tem muita serventia. De qualquer forma, era o que
Meirelles e o próprio Lula tinham para aquele momento.
O fato é que Henrique Meirelles presidiu o
BC durante os dois mandatos de Lula, tornando-se o mais longevo dirigente da
instituição desde a sua fundação, no derradeiro dia de 1964. Não foi uma gestão
nada pacífica porque petistas, por meio do "fogo amigo", tentaram
inúmeras vezes desestabilizá-lo e quase sucederam em abril de 2008, quando
Lula, por muito pouco, não foi convencido a demitir Meirelles, como parte de
estratégia que anteciparia, em três anos, a adoção da chamada Nova Matriz
Econômica (NME)
A NME, inspirada na experiência da Turquia
que depois se viu malsucedida, resultou na mudança do "mix" de
política econômica (em vez de câmbio apreciado, real desvalorizado; no lugar de
juro alto, taxa Selic abaixo do juro neutro (aquele que estimula a economia sem
provocar inflação); na área fiscal, corte brutal das metas de superávit
primário (conceito que exclui juros) de todo o setor público. O Brasil vivia,
na ocasião, momento mágico. A economia crescia 6% na margem e a inflação,
embora tenha iniciado o ano pressionada, estava sob controle.
Meirelles desenvolveu com Lula relação
especial. Na véspera da reunião do Comitê de Política Monetária (Copom),
instância do BC que toma decisões sobre a taxa de juros, ele ia ao Palácio da
Alvorada, residência oficial dos presidentes, conversar com o chefe. Nesses
encontros, fazia exposição sobre a conjuntura econômica e, sem revelar
exatamente que decisão emergiria do Copom, dava a lógica do trabalho do BC,
procurando sempre mostrar a Lula que a melhor política monetária é a que produz
resultados ao longo do tempo, sem provocar solavancos na economia.
Em 2005, no auge do escândalo do mensalão,
Meirelles assegurou a Lula que, no ano seguinte, quando ele disputaria a
reeleição, a inflação estaria rodando abaixo da meta, com a economia acelerando
o ritmo ao longo do período eleitoral. Dito e feito, o IPCA de 2006 foi o
segundo menor da história (3,14%) e o PIB avançou 4%. Meirelles convenceu o
presidente a aprovar o pagamento antecipado da dívida com o FMI, medida
criticada por economistas à esquerda e à direita, mas que, no fim, mostrou-se
acertada, uma vez que ajudou o país a normalizar sua relação com a comunidade
financeira internacional _ em maio de 2008, justamente quando Meirelles era
fritado em fogo alto, a agência S&P concedeu o selo de bom pagador ao país,
e Lula, diante do pedido de Meirelles para ir embora, decidiu: "Esquece
isso, Meirelles".
Nos estertores do governo Dilma, quando a
presidente tentou salvar seu mandato nomeando Lula para o cargo de ministro da
Casa Civil, o ex-presidente ligou para duas pessoas, enquanto aguardava o
"Bessias" chegar com o seu ato de nomeação para assinar: Antônio
Palocci e Henrique Meirelles. Palocci, que possivelmente já vinha sendo
fustigado pela Lava-Jato, recusou o convite e disse ao ex-presidente que aquilo
só serviria para piorar de vez a situação política do governo. Já Meirelles
jantaria com Lula, em São Paulo, na quarta-feira para definir um plano de
salvação para a economia _ o jantar foi desmarcado porque, no início da noite,
a Lava-Jato vazou os diálogos de Dilma com Lula, inviabilizando a entrada do
ex-presidente no governo.
O caro Jornalista já lançou o Lula
ResponderExcluir“ O ladrão liberal!”
Você já deu posse a ele, e por você ele já está governando…
So tem um pequeno detalhe , o povo sabe quem ele é :
A favor do aborto
A favor das drogas
A favor das invasões do MST
A favor da ideologia de gênero nas escolas e universidades
É contra as igrejas e a família tradicional
Por isso o brasileiro honesto trabalhador e que tem família, não vai votar no Luladrão e sim no Bolsonaro e aí eu quero ver o que que vocês vão falar depois do dia 2 de outubro
Vai votar no Bolsonaro GENOCIDA? A maioria já não acredita numa palavra do MINTO... Lula pode ter aprontado algumas, mas deixou o povo numa situação muito mais favorável, sempre valorizou o salário mínimo, a Educação, seguiu as recomendações do seu ministério da Saúde, jamais boicotou vacinas ou debochou de doentes ou mandou invadir hospitais. Lula tem muitos defeitos, mas não é miliciano armamentista e nem assassino! CADEIA para o genocida!
ResponderExcluirFora broxonaro e seus cúmplices!
ResponderExcluirO 1o anônimo mente como todo bolsonarista.
ResponderExcluirMas eu preciso entender este comportamento, afinal o biroliro nada, NADA, tem a apresentar de bom, só de ruim.
Um Bando de fanáticos comunistas falando besteira sem a menor noção do que seja
ResponderExcluirPode Jair se acostumando
Henrique Meirelles é o cara certo,na hora certa,adoro.
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