quarta-feira, 14 de setembro de 2022

Marcelo Godoy - Voto do eleitor de SP

O Estado de S. Paulo

Eleição no Estado vai decidir o destino da Presidência e das principais forças políticas até 2026

Enquanto as pesquisas consolidam o cenário de uma disputa entre Jair Bolsonaro e Luiz Inácio Lula da Silva pela Presidência, outro confronto deve selar o destino das principais forças eleitorais do País. Trata-se da eleição para o governo de São Paulo.

Não só a rivalidade entre o antipetismo e o antibolsonarismo terá um encontro decisivo no Estado, mas também o futuro do centro político. Todos precisam garantir um lugar no segundo turno e, depois, vencer. Aqui a sorte dos padrinhos se mescla à de seus herdeiros. Se o ex-ministro Tarcísio de Freitas não chegar ao segundo turno, dificilmente Bolsonaro conseguirá bater Lula, assim como Haddad só vencerá o pleito se reunir o voto lulista e o alckmista, historicamente um eleitorado muito maior que o petista.

Também o PSDB, que patrocina a candidatura do novo tucano Rodrigo Garcia, tem o seu destino como força política de relevo nacional atrelado à reeleição do governador. Mais do que isso. É o centro que dependerá de seu sucesso nas urnas para saber o papel que terá no País nos próximos quatro anos, seja qual for o futuro presidente – Lula ou Bolsonaro.

Assim como as consequências da eleição em São Paulo pairam como uma sombra sobre o destino da presidencial, elas também ultrapassarão o pleito e condicionarão o futuro governo. Bolsonaro aposta na vitória de Tarcísio para fazê-lo seu sucessor no Planalto. Em caso de derrota do presidente, o sucesso em São Paulo daria ao bolsonarismo uma fortaleza para resistir ao petismo triunfante.

Já Lula, se eleito, terminará seu novo mandato com 81 anos. Teria em Haddad a opção de passar o bastão não para seu vice, Geraldo Alckmin, mas para um integrante da nova geração petista, um político sem as máculas do mensalão ou da Lava Jato e afinado com a esquerda identitária que vê na alienação do homem e não do trabalho a origem das desigualdades e, portanto, o centro de sua atuação política.

Por fim, Garcia, como governador reeleito do mais importante Estado do País, seria candidato natural, assim como seus adversários, na disputa à Presidência, em 2026. A trincheira paulista, mantida pelos partidos do centro nos governos anteriores do PT, foi o que permitiu ao tucanato liderar a oposição a Lula e a Dilma Rousseff.

Por tudo isso, o eleitor paulista, além de conhecer e julgar os planos para São Paulo de cada candidato e força política, tem diante de si outras razões para acompanhar o debate entre os candidatos ao Palácio dos Bandeirantes, como o que será promovido pelo Estadão, Rádio Eldorado, Terra, SBT, Veja, CNN e Nova Brasil FM no dia 17: é que seu voto terá consequências para além das divisas do Estado. •

 

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