O Globo
A desorganização estrutural de nossos
partidos, está transformando esta eleição presidenciável em geleia geral
A nova pesquisa Ipec trouxe ânimo para a
campanha de Lula, renovando as esperanças de ganhar no primeiro turno. Há ainda
uma novidade que as pesquisas escondem e pode mudar o resultado: o surgimento
do voto envergonhado em Lula. A pesquisa Ipec está se aproximando de constatar
que há cerca de 4% de eleitores que declaram voto indeciso ou nulo, mas votam
em Lula quando o tablet do pesquisador é deixado em suas mãos para que escolha
o candidato sem ser observado.
Um perigo para os lulistas é a abstenção,
especialmente por receio da violência. Se Bolsonaro for para o segundo turno
com uma diferença menor para Lula que a estimada pelos maiores institutos, como
DataFolha e Ipec, será motivo para que alimente a narrativa de que foi montado
um esquema para impedir sua vitória. Mais um mês de campanha fará com que
Bolsonaro possa alimentar a esperança de virar o resultado.
A desorganização estrutural de nossos partidos está transformando esta eleição presidencial numa geleia geral sem sentido que não seja o imediatismo dos interesses políticos. Com a controversa polarização entre o ex-presidente Lula e o presidente Bolsonaro, que indica uma espécie de volta ao passado, esfacelou-se a lógica programática dos partidos, se é que algum dia a maioria deles teve alguma.
Entre o passado recente e o passado mais
que perfeito, os eleitores não são capazes de ampliar o horizonte para outras
perspectivas, e isso contamina as disputas regionais. Tome-se o exemplo da pelo
governo de São Paulo. O que surgiu como terceira via entre o petista Fernando
Haddad e o bolsonarista Tarcísio de Freitas, a candidatura do governador
Rodrigo Garcia, pode se transformar numa repetição da disputa de 2018, quando
João Doria tomou carona no fenômeno Bolsonaro para se eleger governador no
primeiro turno.
Rodrigo Garcia deu uma uma subida nas
pesquisas, que o colocam em empate técnico com Tarcísio. Este passou grande
parte da campanha tentando se descolar de Bolsonaro, para aderir mais
ostensivamente nos últimos dias. Garcia agora já pensa no segundo turno, quando
sonha tornar-se o candidato bolsonarista contra o petista Haddad.
O PSDB de Garcia, que teoricamente faz
parte da coligação que apoia Simone Tebet, poderá então ter parte apoiando
Lula, especialmente entre a velha guarda do partido que preserva sua identidade
de centro-esquerda, e parte apoiando Bolsonaro, ficando a candidata oficial
relegada ao segundo plano devido à polarização nacional.
Em Minas Gerais, o fenômeno se repete, pois
o governador Romeu Zema, que se elegeu na onda bolsonarista e lidera as
pesquisas de opinião, se afastou do presidente e declarou neutralidade no
primeiro turno, mas já teria se comprometido a apoiar Bolsonaro no segundo. A
possibilidade de Zema vencer no primeiro turno não leva o candidato de seu
partido, Luiz Felipe D’Avila, a ser bem votado no estado.
O receio de perder votos dos lulistas leva
também o prefeito de Salvador, ACM Neto, que já foi um antipetista ferrenho, a
decretar neutralidade no primeiro turno. No Piauí, onde a rejeição a Bolsonaro
é tão grande quanto o apoio a Lula, o candidato apoiado pelo chefe da Casa
Civil, Ciro Nogueira, do PP, não quer ligação ostensiva com Bolsonaro, mas pode
ser que no segundo turno revele sua verdadeira identidade.
Essas incoerências levam os bolsonaristas a
apostar num segundo turno mais robusto, com apoio de governadores eleitos no
primeiro turno. Como relata reportagem do GLOBO, a terceira via poderia ter se
viabilizado em nível nacional se seus integrantes tivessem se unido
verdadeiramente, e mais cedo.
Nada menos que seis estados, e alguns dos
maiores colégios eleitorais, como Minas Gerais e Bahia, estão escolhendo
candidatos que não se aliaram formalmente a nenhum dos dois líderes das
pesquisas, embora formalmente todos os seus partidos tenham candidatos
próprios, especialmente MDB e PSDB.
O União desistiu de ter candidato de peso, ou de apoiar algum nome, para poder deixar livres seus filiados para apoiar quem quiserem, prejudicando a candidatura de Soraya Thronicke, colocada na disputa “de mentirinha”. Ela tem se destacado nos debates e propagandas políticas. Mesmo assim, segue sua sina de ficar entre os candidatos com 1%.
Faltam 12 dias pras eleições, estou aguardando ansiosamente a apuração das urnas , em que Bolsonaro provavelmente vai ganhar no primeiro turno ou quase , pra ver o que que vocês vão falar, qual vai ser a narrativa que vocês vão inventar pra justificar tanto erro e tanta forçação de barra para favorecer o Lula, o Ladrão!
ResponderExcluirA desorganização estrutural de nossos partidos ou a imprensa militante que só dá espaço aos dois palhaços?
ResponderExcluirCertamente, para se escolher o menos pior já que a corte não nos deixou escolha.
ResponderExcluirOnde Nós Chegamos..! Muito Triste ..
ResponderExcluirOutro perigo para os lulistas é aparecer um dos tantos bolsonaristas criminosos e este agredir ou assassinar o cidadão esquerdista. A violência bolsonarista é imprevisível e sem limites!
ResponderExcluirEm qualquer lugar do mundo e,sempre foi assim,escolhe sempre o menos pior.No planeta terra não tem ninguém perfeito.
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