quarta-feira, 21 de setembro de 2022

Vera Magalhães - As armas de cada um nos últimos dez dias

O Globo

Ao optar por não ir ao debate do SBT, Lula joga na retranca, mas deixa de aproveitar a boa maré de sua candidatura

A campanha no primeiro turno ingressa em sua reta final com a iminência de dois debates e o cálculo por parte das campanhas de Luiz Inácio Lula da Silva e Jair Bolsonaro a respeito dos perigos de atacar sem retaguarda ou fechar a retranca cedo demais e correr o risco de levar um gol no contra-ataque.

Lula está, neste momento, com sua prancheta na segunda tática. A decisão de não ir ao debate do SBT faz parte dessa estratégia de recuar o time depois de alguns gols nos últimos dias, que lhe deram certa margem no placar. Mas não é, de forma alguma, desprovida de muitos riscos.

O petista e seu estado-maior avaliam o debate marcado para o próximo fim de semana na emissora de Silvio Santos, que vem a ser sogro do ministro das Comunicações, Fábio Faria, como um jogo no estádio do adversário.

Trata-se de uma avaliação que peca pelo excesso de cautela. O debate se dará num pool de veículos que inclui jornal, portal de internet e rádios, o que impede de saída que haja qualquer “pegadinha” no horizonte.

Deixar Bolsonaro sem marcação no momento em que, ao presidente, só resta ir para o tudo ou nada é uma decisão bastante controversa. Qualquer ataque ficará, por óbvio, sem resposta. Será imediatamente amplificado nas ruidosas redes bolsonaristas e, nos dias seguintes, nos derradeiros programas do horário eleitoral.

A chance que Lula terá de responder cara a cara será apenas quase uma semana depois, e os estragos poderão ser grandes até lá.

Além disso, já ficou claro que Ciro Gomes tem intensificado cada vez mais as críticas não ao bolsonarismo, mas a Lula e ao PT, o que faz com que sejam dois os candidatos no ataque contra o líder nas pesquisas.

Ao optar por não debater no SBT, Lula deixa também de aproveitar a boa maré de sua candidatura, que obteve nesta semana apoios ecumênicos que vão de Henrique Meirelles a Luciana Genro, causaram boa primeira impressão no mercado financeiro e também ajudaram a neutralizar o estrago no eleitorado evangélico, graças à presença de Marina Silva a seu lado.

Enquanto isso, Bolsonaro enfrentou uma maré adversa, representada pela revelação da compra de uma grande quantidade de imóveis em parte com dinheiro vivo, o que lhe tira a tranquilidade para evocar o tema da corrupção, pela retirada de recursos de programas sociais (muitos dos quais criados pelo próprio Lula) e pela esterilidade da grande mobilização do 7 de Setembro enquanto efeito nas pesquisas.

Da parte de Bolsonaro, não resta muito a fazer a não ser ir para o ataque, posição em que o presidente — que já confidenciou que preferiria ter sido jogador de futebol a ingressar no Exército — vem jogando ao longo de toda a vida. Não bastasse a lista de reveses acima e a distância que o petista abriu sobre ele em nichos específicos do eleitorado, como as mulheres, os jovens e os mais pobres, ele regressa de um giro aleatório pelo exterior que trouxe mais ruído, gafes e questionamentos internacionais que dividendos.

O problema é que Bolsonaro, quando acuado, não costuma dosar a agressividade. Ontem mesmo, na ONU, assessores chegaram a temer que ele fosse optar pela versão “proibidona” do discurso, que continha os indefectíveis ataques à Justiça Eleitoral, que ele já ensaiou retomar quando de sua campanha durante a estada em Londres para os funerais da rainha Elizabeth II.

Já ficou evidente que esse figurino cai bem entre os fanáticos como os que encheram as ruas de uma Londres enlutada de verde, amarelo, vulgaridade e vergonha ilimitada. Mas é tiro e queda para assustar o eleitorado indeciso, aquele que está temporariamente com nomes da anêmica terceira via ou o contingente de ex-bolsonaristas traumatizados com sua condução do governo.

 

12 comentários:

  1. Ciro revela irresponsabilidade com a democracia. Marina deu uma lição quanto a isso. Mas o PDT brizolista pode fazer Ciro quebrar a cara. Não se brinca com o fascismo, mesmo em sua versão bundalelê.

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  2. Claro q SÓ LULA toma decisão em ambiente de incerteza neste caso - pode comparecer ou não e as consequências serão boas ou ruins. Mas broxonaro, diferentemente de Lula, PELO SEU PÉSSIMO GOVERNO, não tem outra opção q não comparecer no inconfiável SBT pois nem sabe se chega no 2o turno -comparecer É uma oportunidade não um risco.

    Em tempo: FORA, bolsonaro!

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  3. Tudo conversa fiada vocês acreditam nisso que Bolsonaro está atrás das pesquisas do Lula ladrão?
    você sabe essas pesquisas são todas compradas como diz o Requião; se compra pesquisa no Instituto, carne no açougue e verdura na quitanda
    Por que não comentam as pesquisas dos institutos;
    Paraná , Brasmarket, Gerp e Futura

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    1. Rá, nem percebe o qto é contraditório. Suas palavras, vc q defende o homem dos 52 imóveis em grana viva, bufunfa, dizem q "são todas compradas". Pq deveria alguém, racional, o q não é o seu caso, adotar as sua pesquisas obviamente tb compradas pela sua premissa inicial.
      Pô, perco meu tempo; cê nem sabe o q é premissa inicial.
      Mais uma vez, em tempo: Fora bozo pilantra!

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  4. Meirelles é imbatível principalmente no Brasil. Precisamos de outros Meirelles para fazer esse país funcionar e não ir pro brejo. Ele não precisa de regalias e roubar do governo. Já é rico r não tem ilusão de acumular dólares para levar em caixão mal cheiroso. Se Dilma tivesse optado por ele não teria fracassado. Governar bem signica escolher auxiliares a dedo e não colegas atrasados e sem experiências, mas poucos enxergam isso , pois a baixaria tem intenções malandras e propósitos de enriquecer a custa do povo. Meirelles é realmente um primeiro mundista brilhante empresário que não deixa a peteca cair, jamais.

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  5. Lula sempre acerta em golpe de mestre nas suas escolhas. Mas na política externa fracassa literalmente. Seu raciocínio , se não for para agradar o Putin na esperança que ele ajude na eleição como ajudou Trump, vai diretamente para a lata de lixo. Assim como a América Latina integralmente.

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    1. Puts, não entendi nada do q vc quis dizer. Bozo é q foi a Putin.
      Agora, dizer q Lula fracassou na política externa é absurdo: Obama disse q Lula é "o cara"; bozo esteve na ONU e não encontrou nenhum, ninguém q com ele se reunisse ' Lula era e ébem recebido, um orgulho. Bozo foi e é uma vergonha pro Brasil; Bozo foi recebido por um ditador árabe, né? Contrário a religião católica, né?
      Em tempo: Fora bolsonaro!

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  6. Não importa quem vcs q aqui se manifestam sejam. Mas bozo piorou tudo nesse país. Olhem a sua volta e, claro todos olhamos, e vemos a miséria aumentada.
    Antes q algum apressado diga q foi a guerra do Putin (ou qq outro motivo), digo q, sim, a conjuntura mundial nos afeta.
    Mas notem algo, para o qual quero chamar atenção: o Brasil piorou, em tudo, miséria, desemprego, violência, etc, etc, etc, MAIS DO Q A MÉDIA DO MUNDO.
    Se o BR piorou MAIS, o motivo é interno.
    E ELE SE CHAMA BOLSONARO, O PIOR PRESIDENTE Q ESTE PAIS TEVE.
    Pensem bem: ONDE O PAÍS melhorou de vida no DESgoverno bozo? O ORÇAMENTO SECRETO PIOROU A CORRUPÇÃO - ADMITAMOS. Onde está o dinheiro do Lula?
    Mas o dinheiro do bozo está em imóveis, inegavelmente - MANSÕES E ESPOSAS EM MANSÕES.
    Então, um passo em prol do país (pra todos nós) : Lula no 1o turno pro bem do BRASIL!

    Aviso: NAO DÁ PRA COMPRAR UM IMÓVEL NA BARRA COM DINHEIRO DE DEPUTADO COMO BOZO COMPROU - dinheiro legal, claro!

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  7. Cadeia pra Bolsonaro!

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  8. Fernando Carvalho disse tudo.

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  9. Um bando de fanáticos comunista desmiolada falando besteira
    O Brasil está indo muito bem no pós pandemia e agora a guerra na Ucrânia , a sua economia está crescendo, a inflação caindo, o preço dos combustíveis e eletricidade com redução de mais de 30% , emprego subindo, exportações batendo recordes e o brasileiro otimista
    vocês são ridículos!
    Pode Jair se acostumando

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