Folha de S. Paulo
Reação social ao golpe mudou o clima no
país, mas pode haver tentativa desesperada
Jair
Bolsonaro (PL) corre o risco de terminar o domingo comendo pizza fria.
Uma vitória de Lula
da Silva (PT) no primeiro turno está
na linha do gol. O imponderável de indecisões da última hora, abstenções e
votos inválidos podem levar a bola para lá ou para cá, por diferença pequena.
Quem sabe chova demais ou até falte ônibus para o povo ir votar, né. A dúvida
maior é se o bolsonarismo vai tentar um lance de mão, um pontapé ou bater no
juiz.
Parece preocupação amanhecida. Mas ainda nesta quarta-feira (28) as facções mais fanáticas do bolsonarismo requentavam a história da eleição roubada. O PL divulgou um papelucho sobre "vulnerabilidades relevantes" do sistema eleitoral, "com grave impacto nos resultados das eleições".
Nesta quinta-feira, acontece o último
debate entre os candidatos a presidente, na Globo, no último dia de campanha em
TV e rádio. Dado o histórico de Bolsonaro e do bolsonarismo, não é desarrazoado
especular que soltem uma bomba retórica de escândalo no debate. Poderia ser uma
tentativa desesperada, de efeito marginal, se algum, de evitar uma derrota
precoce. O tempo e os meios de reação do lulismo seriam escassos.
Um parlamentar moderado da campanha de
Bolsonaro diz que isso é "delírio". Mesmo o "nível de
agressividade" de seu candidato, "forte", será "dosado e
baseado em fatos conhecidos" da vida política de Lula. Esse parlamentar
diz que os ataques serão "objetivos" e, "por isso mesmo",
vão deixar o petista "emocionalmente abalado".
Sabe-se lá. Parte do comando da campanha de
Bolsonaro tem vazado pelos jornais que a agressividade, os maus modos, os maus
bofes, as desumanidades e as ameaças golpistas não pegaram bem no eleitorado.
Dizem que tentaram conter seu candidato, com efeito notável nas últimas duas
semanas, acreditam.
Não é garantia de coisa alguma, como
percebe qualquer pessoa que não esteve catatônica nestes quatro anos de trevas.
No entanto, com os contra-ataques e contragolpes de agosto e de setembro,
grupos importantes da sociedade acuaram o golpismo. Nesta terça-feira, empresários
e dirigentes de empresas fizeram uma espécie de cerimônia precoce,
precipitada, dizem alguns, de reconhecimento do novo rei, um comício de
declaração de boa vontade com Lula.
Não tem efeito algum no resultado da
eleição, claro, mas é mais uma pá de terra sobre os últimos zumbis golpistas
que querem escapar da cova. O TSE (Tribunal Superior
Eleitoral) também reagiu ainda nesta quarta-feira ao estertor aloprado
do PL contra a votação eletrônica.
O tribunal chamou as "conclusões"
do PL de "falsas e mentirosas, sem nenhum amparo na realidade, reunindo
informações fraudulentas e atentatórias ao Estado Democrático de Direito e ao
Poder Judiciário, em especial à Justiça Eleitoral, em clara tentativa de
embaraçar e tumultuar o curso natural do processo eleitoral".
O presidente do Tribunal Superior
Eleitoral, Alexandre de Moraes, mandou investigar a "responsabilidade
criminal" dos "idealizadores" do papelucho do PL.
Sim, pouco antes, o dono do PL, Valdemar
Costa Neto, fizera média com o tribunal e com o sistema eleitoral. É um sinal
de que mesmo o núcleo do centrão bolsonarista, PP e PL, está rachando, parte
dele já boiando em direção à Lula ou algum lugar de onde possam arrumar um
lugarzinho ao sol em um possível novo regime.
Nada disso altera a tendência geral de
votação ou a brisa de relativo desafogo que começou a soprar em setembro. Mas
tem havido violência; o bolsonarismo é em essência bruto e alucinado. A
possibilidade de que a derrota precoce seja decidida por números mínimos pode
incentivar reações desesperadas.
Sujeira tem a ver com Capitão Bunda Suja?
ResponderExcluir"A dúvida maior é se o bolsonarismo vai tentar um lance de mão, um pontapé ou bater no juiz"
ResponderExcluirÉ impressionante q estejamos tratando de burlas nas eleições. COMETIDAS SEMPRE POR PARTE DA SÚCIA BROXONARENTA.
SEMPRE PELA GANGUE DO BOZO.
Ele q tente. SERÁ PRESO MAIS RÁPIDO.
NÃO HAVERÁ ANISTIA!