terça-feira, 4 de outubro de 2022

Alvaro Costa e Silva - Eleitores de Bolsonaro aprovam a destruição do país

Folha de S. Paulo

Se não houvesse a pandemia e Lula não existisse, o capitão estaria melhor na foto

Como no fantástico miniconto do escritor guatemalteco Augusto Monterroso —"Quando acordou o dinossauro ainda estava lá"—, Bolsonaro continua vivo. Depois de quatro anos no poder, quase metade dos eleitores decidiu que a destruição do país que ele promoveu e promete promover mais deve prosseguir. Faltou fazer certas coisas.

Se (de acordo com as pesquisas) Lula passou a campanha inteira do primeiro turno como o adversário a ser alcançado, no segundo Bolsonaro é o candidato a ser batido —e não será fácil. O voto útil trabalhado pela campanha lulista veio de forma inversa: eleitores de Tebet e sobretudo de Ciro, a terceira via inexistente, migraram para o lado do capitão. O antipetismo, embora menor do que em 2018, ainda desequilibra —ou, no caso, equilibrou as duas maiores preferências.

A extrema direita e o reacionarismo deram provas de sua força. Uma força sorrateiramente oculta, mas que na hora agá revela-se nas urnas. Apesar de seus desempenhos pífios e até criminosos, sete ex-ministros asseguraram vagas no Congresso: Damares Alves, Tereza Cristina, Rogério Marinho, Marcos Pontes e Sergio Moro no Senado; na Câmara, Ricardo Salles e Eduardo Pazuello, este o "cumpridor de ordens" no combate desastroso à Covid. Contrariando as previsões, o vice-presidente Hamilton Mourão se elegeu senador no Rio Grande do Sul.

Descolando-se do presidente, mas mantendo a linha conservadora, Romeu Zema e Cláudio Castro levaram de lavada os governos de Minas e do Rio. Em São Paulo, o bolsonarista Tarcísio de Freitas herdou os eleitores do PSDB, partido em extinção, e chegou para a segunda rodada à frente do petista Fernando Haddad.

A impressão é que, se não tivesse existido a pandemia e se Lula não fosse um fenômeno político, capaz de vencer em todos os estados do Nordeste, Bolsonaro estaria hoje melhor na foto. Centrão, máquina estatal e bilhões da PEC Kamikaze acabaram funcionando.

 

6 comentários:

  1. "A extrema direita e o reacionarismo deram provas de sua força. Uma força sorrateiramente oculta"

    Não mais oculta agora. Esgoto rompido, escorre pela sociedade e até ofende nordestinos.

    Mas falar em extrema-direita reacionária é redundante, autor.

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  2. "Centrão, máquina estatal e bilhões da PEC Kamikaze acabaram funcionando"

    Verdade. No caso do PSDB tem a dubiedade de seus caciques e a ENORME necessidade q tem o aecio never de ser protegido pelo bozo.

    De qq forma, é o povo q pagará está conta CARÍSSIMA. O q me leva a pensar q a extrema direita da tiro no pé. O preço a ser pago pelo povo está tão caro q o voo da extrema-direita será de galinha - não é um projeto duradouro.

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  3. Todo mundo sentindo o peso das narrativas falsas o povo não é de ¨ direita o povo é patriota e cristão, quer trabalhar, quer criar seus filhos em paz e não ter um governo corrupto dilapidando os cofres da nação, criando dificuldade e empobrecendo o povo como acontece em todos os países que a esquerda assumiu o poder como a gente vê na Venezuela, na Argentina , no Chile , na Colômbia , Bolívia, Peru e na Nicarágua são ditaduras que só prejudicam o povo

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    1. Narrativas? Como o q o sr(a). compatibiliza sua narrativa com
      Orçamento secreto ?
      Rachadinhas?
      Mansões ?
      Ouro em bíblia e pneus ?
      Outras religiões?
      Atraso nas vacinas com 700.000 mortes?
      Etc.?

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    2. "não ter um governo corrupto dilapidando os cofres da nação"

      Não respondeu.
      Simplesmente pq honestidade é incompatível com tudo aquilo faz o bozo. Sua narrativa, sr(a). demonstra q todos temos s nossa mas a sua é frágil como um castelo de cartas: derrubei-a com um sopro. E só precisei dizer o q o bozo faz.

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    3. Não respondeu porque SABE Q HÁ CORRUPÇÃO NO GOVERNO BOZO.

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