O Globo
Bolsolão é como poderia — deveria mesmo —
ser chamado o orçamento secreto. Talvez secretão. Não será tarde. Bolsolão: o
nome popular do esquema secretão de corrupção — de controle autoritário do
poder no Parlamento e de compra de votos, na ponta, em período eleitoral — que
produz obras de péssima qualidade, quando entregues, e roubo de dinheiros
públicos.
Falo de bilhões. Cuspidos, via laranjas,
sem fiscalização, para o ralo de municípios e para o bolso de ratinhos e
ratões. Em prol do desequilíbrio da disputa eleitoral e, mais amplamente, da
corrosão da própria estrutura republicana.
Não. A mamata não acabou. Orçamento
secreto, artifício clandestino, é bolsolão; e é corrupção.
Um ciclo perfeito, que sofisticou a natureza patrimonialista do assalto ao Estado e ungiu senhores feudais em plena República. A barbárie começa no Congresso. Para seduzir votos numa localidade, o parlamentar, um donatário, tem de se manter fiel aos comandos dos donos do Parlamento. E então o dinheiro sai; a erguer propaganda na capitania e cultivar ricos. Um mecanismo que gera concentração de poder, distribui a reeleição de escolhidos e faz ascender novas empreiteiras.
Corrupção.
Poder concentrado, fidelidade no Congresso
em troca de meios econômicos para condicionar votos nas urnas e pilhagem de
dinheiros públicos que seriam destinados à saúde, à educação, ao saneamento
etc.
E por que o orçamento secreto deveria se
chamar bolsolão? Porque Jair Bolsonaro é o pai da criança. Pai e um dos
beneficiários dessa engenharia a partir de cujo advento firmou sociedade com o
consórcio parlamentar que feudaliza o Legislativo.
E por que Bolsonaro é o pai do orçamento
secreto, donde bolsolão?
Poderia responder citando simplesmente a
mensagem presidencial número 638, de 3 de dezembro de 2019, por meio da qual,
sob exposição de motivos do general Ramos, o presidente fundou o uso pervertido
da emenda do relator como conhecido hoje. Está documentado, assinado por
Bolsonaro.
Qual a história? Em novembro de 2019, o
Parlamento tentou corromper o caráter estrito da emenda do relator,
originalmente destinada a correções materiais no Orçamento, e transformá-lo em
mais uma superfície para avançar, sem planejamento, sobre a gestão
orçamentária. Bolsonaro vetou. O enredo que ele conta termina nesse ponto. Sim,
vetou. E aí? A trama continua... O Congresso tentou, então, derrubar o veto;
mas — atenção — não reuniu votos suficientes para resgatar a proposta.
Estaria enterrado o futuro orçamento
secreto, não fosse a súbita mudança de Bolsonaro que, três semanas depois, remeteria
ao Legislativo a alteração que afinal criou o orçamento secreto conforme ora
praticado.
Nascia o bolsolão, com uma modificação em
relação ao pretendido pelo Congresso: o Executivo mataria a impositividade do
bicho e manteria o controle sobre a liberação da grana. Arranjo bom para todos.
Sob a fachada do relator, o parlamentar
fiel garantiria uma cota do Orçamento, determinada arbitrariamente pelos dois
ou três proprietários do Parlamento, a ser desovada via uma dessas codevasfs.
Tudo carimbado por um ministério.
(Aliás, como está a investigação do caso da
fraude ao SUS no Maranhão?)
Nascia o bolsolão, expressão concreta da
sociedade que blindaria Bolsonaro e, adiante, elegeria Arthur Lira e Rodrigo
Pacheco presidentes da Câmara e do Senado; e desde então a paz: o Congresso de
repente desaparecido dos ataques bolsonaristas contra as instituições da
República. Bolsonaro convencido de que, a partir do desenvolvimento daquela
máquina, blindagem garantida, poderia ser competitivo em 2022. Aqui estamos.
No último
artigo, escrevi que o orçamento secreto fora o grande vencedor do primeiro
turno, ao mesmo tempo reelegendo-se e sendo o grande eleitor. Reelegeu o
Parlamento. Encaminhou a reeleição de Lira à presidência da Câmara, o que
equivale também à reeleição do controle do mecanismo. Reportagem de Breno
Pires, na revista piauí, dá a medida da força eleitoral do troço. O bolsolão
fez bancada bolsonarista. A gestão autoritária de quinhão bilionário elegeu, em
contagem conservadora, cerca de 250 parlamentares.
A competitividade eleitoral do bolsonarismo
neste 22, palpável na formação do Congresso, deriva também — e sobretudo — de
um esquema de corrupção. Esse é o ponto. A corrupção. A corrupção que financia
o movimento autocrático. A sociedade prospera.
Perde-se muito tempo tratando o orçamento
somente pela falta de transparência. Claro que é relevante. Até porque o
Parlamento desrespeitou ordem do Supremo a respeito, respondendo a uma
determinação da Corte por publicidade com a criação de mecanismos que
aperfeiçoaram a multiplicação de laranjas. Ok.
Mas o ponto fundamental, o grave, é mesmo este: a musculatura de Bolsonaro, neste segundo turno, vai anabolizada pelo sucesso de um esquema de corrupção que, reeleito o presidente, tem corpo — caixa — pronto para bancar um Orbán.
Ao contrário do que diz a MENTIROSA propaganda eleitoral bolsonarista, a mamata NÃO acabou! As mentiras bolsonaristas são onipresentes... Bolsonaro MENTE em qualquer lugar e a todo momento, e sua propaganda vai na mesma onda! O bolsolão é a corrupção institucionalizada, cumplicidade entre a quadrilha do Centrão e o presidente COVARDE que se borra de medo dum processo de impeachment, e que pra evitá-lo paga os bilhões cobrados por seus cúmplices. E o canalha tem cara de pau de dizer que seu DESgoverno não tem corrupção... Assim como no Brasil NÃO TEM FOME! Mentiras, mentiras, mentiras... É tudo que Bolsonaro sabe fazer e que seus apoiadores repetem mesmo sem acreditar em tanta invencionice!
ResponderExcluirO destino do Brasil é sombrio. Para dar certo teria que ter um terremoto para enterrar esse Congresso que aí está e começar tudo de novo.
ResponderExcluirSr. (Ou sra), quem elege é o povo. Enterremos o povo, então?
ExcluirEntendo seu ponto de vista. Mas propina pra comprar apoio parlamentar ocorre pq elegemos congressistas q exigem jabaculê.
Como mudar isso, se só elegemos pilantras?
A pergunta é pertinente dada sua colocação, mas inútil.
O FATO É Q O BRASIL PIOROU COM O GENOCIDA. OUTRO FATO É Q O BRASIL ESTAVA BEEEEEEM MELHOR COM LULA.
solução;
LULA É A CURA! Lula 13!
Já disse um sábio, brasileiro não sabe votar, é por isso que todos políticos brasileiros são sai um entra outro para a gente ter que sustentar a “cambada”. Enquanto trabalhamos e pagamos impostos vagabundos levam amantes para passear no exterior as nossas custas, e ainda em avião presidencial ainda por cima. A fila só cresce das pessoas para mamar as nossas custas. Trabalhar para que se podem roubar a vontade e sem castigo. A nossa corte é boazinha e junta/se aos ladroes felizes da vida por poder roubar também sem problemas.
ExcluirExemplo da roubalheira vem de cima, vem da corte. Outra cambada que deveria ir nesse terremoto pros quintos.
Excluir"Bolsolão: o nome popular do esquema secretão de corrupção"
ResponderExcluirTô lendo avidamente. Vejamos se o autor dá nome aos bois (desculpe, gado, isso é só um expressão).
"E por que Bolsonaro é o pai do orçamento secreto, donde bolsolão?"
ResponderExcluirUrrrrrrrrrrrrrúú!
Andeeazza deu nome ao boi. Q coragem!
Parabéns! Parabéns!
Sei q o gado não entende. Tento explicar. Juntando as duas colocações do Andreazza, percebemos q bolsonaro é o pai do esquema (não tão secreto) do esquema de corrupção na compra de apoio congressista.
Urrrrrrrrrrrrrúú! Alguém da grande imprensa com coragem!
Urrrrrrrrrrrrrúú!
Toma, gado. Seu tocador de berrante é pilantra.
"Mas o ponto fundamental, o grave, é mesmo este: a musculatura de Bolsonaro, neste segundo turno, vai anabolizada pelo sucesso de um esquema de corrupção que, reeleito o presidente, tem corpo — caixa — pronto para bancar um Orbán"
ResponderExcluirAqui, gado, o autor nos alerta q, ganhando, o genocida vai produzir um desastre maior do q o q produziu. Em outras palavras, chifrudo, pense, até vc vai se fuder.
Gado, sabe do Orban?
É aí Forças, vai deixar o Amazônia no esquecimento muito tempo?
ResponderExcluirCertamente tem gente de olho, quer dizer que a briga com a França a esse respeito foi só para francês ver? Pois sabemos que ela está lá para algum esperto, Militar agora só quer ser político, para guardar dinheiro escondido nos mecanismos que vigorou, vigora e vigorará para todo o sempre no Brasil.
Os comedores habituais para a gente pagar a conta só aumenta enquanto isso , nois os bobos da corte , brigamos para eleger o pior entre os piores.
ResponderExcluirIsso é o que há de pior, vem sempre de bolsos vazios para nadar de braçada nas benesses. País de trouxas.
ResponderExcluir"Estaria enterrado o futuro orçamento secreto, não fosse a súbita mudança de Bolsonaro que, três semanas depois, remeteria ao Legislativo a alteração que afinal criou o orçamento secreto conforme ora praticado"
ResponderExcluirPorra, bolsonaro, você é um câncer!
"A competitividade eleitoral do bolsonarismo neste 22, palpável na formação do Congresso, deriva também — e sobretudo — de um esquema de corrupção"
ResponderExcluirCompetitivo posto q corrupto.
Porra, dá nojo, gado!
Uns trocam de mulheres outros pegam o avião presidencial para levar amantes para passeios europeus, e o bobão brasileiro ainda brigam por causa desses malditos que destroem nossos sonhos e desejos de um país responsável e respeitável, chora depois Zé Mane, até aprender a escolher gente decente, se é que existe isso aí. Tal coisa, burro carrega carga sem sentir.
ResponderExcluirNão entendi de q lado vc está ou se está em cima do muro.
ExcluirMas vc diz "burro carrega carga sem sentir"
Pense bem, eu e vc, e os demais deste país, carregamos a :carga citada", certo?
Então somos burros, pelo q vc diz.
Acontece q na época do LULA, nossa carga era beeeeem mais leve.
O Brasil era a 6a economia do mundo e hoje é a 10a ou 13ª. Ficamos bem mais pobres E A CARGA MAIOR E MAIS PESADA.
Então, penso q sou um pouquinho menos burro do q vc. Eu sou Lula e não fico em cima do muro.
Mas se vc tb é Lula, lute pra sua carga diminuir: Fora bolsonaro!
Mas lute!
A madame não sabe ler não?
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