Valor Econômico
Ideia no PT é usar crédito do BNDES e
garantia do Tesouro
Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tem dito
frequentemente que, se eleito, chamará os 27 governadores e os prefeitos das
capitais para uma reunião, no começo de janeiro, com o objetivo de definir logo
projetos prioritários na área de infraestrutura. Obras como a Fiol, ferrovia
que corta a Bahia, e um programa emergencial de recuperação das estradas já são
candidatos óbvios para ganhar mais recursos. A obtenção de uma licença
temporária para gastar, talvez antes mesmo de mudanças na regra do teto de
gastos, deverá ditar o ritmo de investimentos orçamentários nos primeiros meses
de um eventual novo governo Lula.
Mas outra iniciativa - esta sim com potencial de “game changer” na infraestrutura do país - vem sendo desenhada por pessoas que recentemente se aproximaram do núcleo de economia do PT. Trata-se de um superplano de PPPs (parcerias público-privadas) para Estados e municípios, que ficarão como responsáveis pela contratação dos projetos, mas com estímulo direto do governo federal para viabilizá-los. Um dos focos será o investimento em mobilidade urbana: metrô, VLTs, BRTs. São obras que exigem investimento bilionário, empregam milhares de trabalhadores na construção e depois melhoram a qualidade de vida de milhões de pessoas.
A experiência já mostrou que às vezes não
basta orçamento do governo para o sucesso de uma obra. Há procedimentos
intermináveis na licitação, um festival de recursos judiciais e
administrativos, necessidade de aditivos contratuais ou de reequilíbrios que
complicam a execução, descontinuidade do orçamento. Uma concessão ao setor
privado desata boa parte dos nós. O problema é que muitos projetos, sobretudo
em áreas como mobilidade, não se bancam exclusivamente com as receitas vindas
de tarifas pagas pelos usuários. Precisam de um aporte do poder público para
vingar. São ideais para PPPs.
Ex-presidente do Banco Fator e uma das
melhores novidades no entorno de Lula, oxigenando o pensamento econômico do PT
e levando um olhar do mercado, o economista Gabriel Galípolo tem orientado
auxiliares do ex- presidente a fazer três grandes mudanças para viabilizar esse
superplano de PPPs. Serviria não apenas para mobilidade urbana, mas para
projetos de habitação, saneamento, resíduos sólidos (aterros sanitários),
creches.
1) Garantias do Tesouro: um dos maiores
gargalos, fatores de insegurança para a entrada de investidores em PPPs, são os
fundos garantidores de Estados e municípios. Foram pensados como mecanismos
capazes de assegurar o pagamento dos sócios privados de um projeto em caso de
inadimplência ou atraso no pagamento pelo ente público. Ótima ideia. Ocorre que
muitas empresas veem os fundos como frágeis, às vezes são apenas uma rubrica
orçamentária, sem transmitir confiança suficiente para os investidores. Em
outros casos, os fundos são confiáveis, mas o governo estadual ou a prefeitura
não tem tantos ativos para aumentar sua liquidez e prepará-los para mais
projetos.
A intenção é ter o Tesouro Nacional como
garantidor de última instância para as PPPs estaduais e municipais, usando
títulos da dívida da União. Isso praticamente elimina o risco do privado e
permite um aumento substancial das contratações de novos projetos. O investidor
tira da frente o medo de gastar forte, entregar uma obra pronta e não receber a
contrapartida pública no início efetivo das operações.
2) Financiamento do BNDES: debêntures
incentivadas, com isenção de IR, têm se mostrado uma excelente alternativa para
projetos de infraestrutura. Mas funcionam melhor em setores com tarifas
asseguradas, que bancam 100% do investimento, como linhas de transmissão e
usinas de geração de energia.
No caso de PPPs sem receitas fixas de
usuários (creches) ou receitas insuficientes (metrôs), as debêntures não
funcionam tão bem e o BNDES ainda tem peso crucial no financiamento dos
projetos. Só que o banco de fomento diminuiu de tamanho e já não tem tanto
dinheiro para apoiar a infraestrutura. Solução: trabalhar com cotas soberanas.
Cotas soberanas são uma parcela do
financiamento em que o credor vai para o fim da fila de recebimento no caso de
inadimplência. Todos os demais têm prioridade. Quando houver um “pool” de
bancos apoiando determinado projeto, o detentor dessas cotas soberanas assume,
para si, riscos maiores. Só que, ao financiar 30% (por exemplo) de uma PPP, o
BNDES torna-se um avalista do projeto e indutor de outros financiadores.
Avalia-se que, assim, mais bancos entrem no financiamento aos projetos e com
juros mais baixos - afinal, se der problema no pagamento, o BNDES se posiciona
como o primeiro na lista de um calote.
3) Limite para contratação: a lei atual das
PPPs - aprovada em 2004 - prevê que só 5% da receita corrente líquida de um
Estado ou município pode estar comprometida com o pagamento de contrapartida em
parcerias pelo ente público.
Não é preciso alterar esse limite, mas sim
excluir do cálculo a troca de despesa direta por uma PPP. Imagine que uma
prefeitura hoje gaste 4% da receita com suas creches. Ao desenvolver uma PPP,
eleva a eficiência do sistema e passa a gastar menos (digamos que 3,5%).
Imediatamente, no entanto, encosta no limite e não pode mais tocar nenhum outro
projeto com a iniciativa privada. Bastaria fazer um ajuste nisso.
Na avaliação de auxiliares do candidato
petista, esse plano é chave para a infraestrutura do país - e até os
governadores e prefeitos mais bolsonaristas terão interesse em PPPs com
condições tão atraentes.
Nem uma linha sobre a possibilidade de corrupção desenfreada ou falhas em projetos e obras como já demonstrado nos casos da Copa e do Minha Casa Minha Vida. Ok
ResponderExcluirEleitor do Bolsonaro é igual corno: vc mostra vídeo, mostra foto, mostra vídeo mostra foto ... e eles continuam não acreditando e ainda brigam com vc.
ResponderExcluirCê mostra o bolsolão e ... nada!
Cê mostra os 51 imóveis de jabaculé e ... nada!
Cê mostra q "pinta clima com menores e ... nada!
Cê mostra o tombo na economia e ... nada!
Cê mostra...
Diagnóstico: cornice incurável.
Cornice crônica. O gado gosta de alisar o chifre...
ExcluirTem cura se o paciente quiser. 47% preferem continuar chifrudos.
ExcluirKkkkkkkkkkkkk...kkkkkkkkkkkkkkk