segunda-feira, 3 de outubro de 2022

Fernando Exman - O segundo turno é inimigo das platitudes

Valor Econômico

Em uma sociedade dividida em dois polos, como o Brasil de hoje, cresce o perigo de episódios violentos marcarem a reta final da campanha

Inimigo das platitudes, o segundo turno faz bem à democracia. Pelo menos em tese: é quando os candidatos são levados a debater com mais profundidade seus programas e a fazer acenos a segmentos menos radicais do eleitorado.

O segundo turno traz riscos consigo, é verdade. Numa sociedade dividida em dois polos, como o Brasil de hoje, com ele cresce o perigo de episódios violentos marcarem a reta final da campanha. Por isso, é preciso que o Judiciário mantenha-se firme e vigilante. Ladeado por outras instituições, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) demonstrou capacidade para reduzir a margem de atuação dos grupos mais violentos.

Ainda assim, há um aspecto positivo do ponto de vista do eleitor que deixou a sala de votação insatisfeito com a baixa qualidade do debate. Até agora, a campanha foi marcada por ataques mútuos e pouca discussão programática por parte do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e do presidente Jair Bolsonaro (PL).

Lula, por exemplo, deve explicar o que quer realmente dizer quando defende a revogação do teto de gastos e a revisão do atual regime fiscal brasileiro. Não basta anunciar que pretende “recolocar os pobres e os trabalhadores no Orçamento”, conforme fez no documento que protocolou no TSE, mas deveria detalhar como isso deve ser executado na prática. Também precisa ir além da promessa de construção de um novo arcabouço fiscal que “disponha de credibilidade, previsibilidade e sustentabilidade”, ainda que “possua flexibilidade e garanta a atuação anticíclica”.

Em relação à reforma tributária, o programa da chapa encabeçada pelo PT advoga que ela resulte num sistema solidário, justo e sustentável - “que simplifique tributos e em que os pobres paguem menos e os ricos paguem mais”, e com redução da tributação do consumo. É pouco.

De acordo com o programa de Lula, tarefa prioritária seria coordenar a política econômica para combater a inflação. Sua experiência pretérita à frente do Palácio do Planalto não lhe dá um cheque em branco neste e em outros assuntos. Também não está claro o que Lula e seus aliados pretendem fazer em relação à legislação trabalhista, o que preocupa empresários e investidores.

A situação também não é melhor quando se olha o programa de Bolsonaro. O documento protocolado na Justiça Eleitoral pelo candidato à reeleição promete que o presidente se concentrará, em caso de vitória no dia 30, em políticas de redução da taxa de informalidade. Até agora, porém, não conseguiu implementá-las para valer diante de resistências do Congresso.

Além disso, um dos compromissos prioritários de Bolsonaro e seus aliados é a manutenção do valor de R$ 600 para o Auxílio Brasil a partir de janeiro de 2023, algo que não está ainda no Orçamento do ano que vem e depende de mudanças na legislação.

Em outra frente, enquanto integrantes da própria equipe econômica ajudaram a flexibilizar o teto de gastos e criticam a estrutura que foi concebida para o instrumento em 2016, o programa de Bolsonaro promete continuar com os esforços de garantir a estabilidade econômica e a sustentabilidade da trajetória da dívida pública através da consolidação do ajuste fiscal no médio e longo prazos.

Pouco se avança também em relação à reforma tributária, até porque o Congresso tentou aprovar uma proposta nos últimos anos e ela não vingou em razão da resistência de segmentos do Executivo. Segundo o governo, tem-se como meta “simplificar a arrecadação, aumentar a progressividade e torná-lo concorrencialmente neutro”. Mais do mesmo.

Agora o eleitor pode exigir que o debate seja aprofundado, deixando-se de lado as platitudes que até agora prevaleceram no debate econômico. Caso contrário, corre-se o risco de ver os dois candidatos transformarem o segundo turno em uma nova arena para ataques mútuos. Neste caso, a campanha irá se limitar a um concurso de quem foi, é ou será mais corrupto.

 

 

17 comentários:

  1. "cresce o perigo de episódios violentos marcarem a reta final da campanha:

    Violência só surgiu com a ascensão da direita. Lembram de violência no período PT/PSDB?
    Mas todos lembramos de violência agora.

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  2. Se você não é muito jovem você é um idiota mesmo no tempo do PSDB do PT o povo da CUT sentava os mastro de bandeira na cabeça da turma tucana
    Sem dizer na violência do MST invadindo propriedades rurais, queimando casas, tratores e matando o gado pra fazer churrasco

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  3. É uma. Piada dizer que o PT não é violento, este sempre foi violento e temido, tanto quando o povo do bozo.
    A violência é questão de indivíduo. Poucos dias atrás o Lula estava instigando os seus a ir protestar contra Memória curta, O PT sô melhorou a violência quando ganhou a eleição.
    O Temer sofreu perseguição na própria casa. Foi necessário policiais para proteger o Temer e a família deste. Atropelaram um Sr. de propósito. O PSOL explodiu a cara de um cinegrafista. E a morte do prefeito? Existe uma violência igual nesse.
    Eu não voto no Bolsonaro, mas tenho memória sobre o PT e não consegui votar no Lula, na hora H. E os xingamentos dos petistas então? Isso não é violência? Eu sabia que o Lula não ia ganhar no primeiro turno, uma por causa de alguns jornalistas querendo forçar a barra para cima do eleitor, outra pelo linguajar de petistas. Todo mundo sabe que o Bolsonaro e mau, ele não finge, mas o outro é fingido e desleal - até com Dona Marisa. O Zeca Dirceu foi vaiado pelos próprios petistas que não gostaram de suas baixarias e postaram no Facebook. Em geral, ainda tem pessoas que não gostam de baixarias.

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  4. O PT tinha mania de atirar coisas nas pessoas, lembra do Covas?

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  5. É o pessoal do MBL, protestando silencioso na Praça dos 3 poderes quando foi atacado sem do e piedade? E quando quebraram vidraças lá mesmo na Praça. Poderia ficar enumerando sem parar mas paro por aqui. Essas incoerências desse partido misturados com as mentiras, mesmo que em política não tenha Santos, enfurecem os eleitores.

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  6. Lembra da bengala com que o velhinho bateu no José Dirceu ? Kkkkkkkkkkkkkk

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  7. O pior no Brasil sempre foi o MST. Um alívio ficar sem sua presença. O João protestando sobre alimentos genéricos, uma estupidez, sem eles a fome já teria se descontrolado no mundo todo. Já falta alimentos e futuramente se tornará um luxo. Ele nunca pensou nisso pelo prazer de protestar, é só isso que o PT sabe fazer.

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    1. Está resposta minha vale pra todo o gado acima:

      " o Brasil de hoje"
      Repito: " o Brasil de hoje"

      É o autor quem diz.
      Repito: É o autor quem diz.

      Sei q gado não lê. Mas não adianta matar o mensageiro q sou eu (mas quem escreveu foi o Exman); trago notícias da luta (creio q o gado não conheça esta história de matar o mensageiro na vã tentativa de eliminar a mensagem).

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  8. Concordamos. O bozo é péssimo!

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  9. Gado é gado e segue o berrante mesmo q o leve pro matadouro.
    Kkkkkkkkk
    Ah, gado matadouro aqui é figura de linguagem, não é literal.
    Significa "mesmo q o leve prum país pior, sem vacina, com Bolsolão, mais miséria, mais desemprego, 100 imóveis em bufunfa, rachadinha, pneus, etc."

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  10. Patético esse anônimo acima, é sempre assim quando não tem argumento. Se continuarem com essa ignorância o Lula vai para as cuculas. São desprezíveis esses viciados na mortadela. Falta higiene na fala, conhecimentos e experiências de primeiro mundo. Vão sempre demonstrar suas miudezas e falta de educação r ainda acham que são-tomense is tais, berrante não desmerece ninguém, ao contrário, são símbolos de trabalho pesado muito diferente de
    Vcs que não gostam e nunca gostaram do trabalho e que vivem dependurado nas tetas do PT.

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  11. Estão inconformados coitadinhas

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  12. "São desprezíveis esses viciados na mortadela"
    " higiene na fala" (seja lá o q isso signifique)

    Gado-anônimo das 18:54, vc se encaixa EXATAMENTE ... nas suas palavras.
    Provavelmente, olhou-se no espelho e ... se descreveu.
    Kkkkkkkkk

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  13. Gado-anônimo da 18:54:
    "que não gostam e nunca gostaram do trabalho e que vivem dependurado nas tetas do PT"

    Puts, isso vindo de alguém q SÓ PODE SER GADO! O cabra defende um genocida expulso do exército, virou deputado e não apresentou um único projeto de lei, q tem casa no DF e recebia auxilio-moradia pra comer gente e é rachador!
    ISSO TUDO VC SAAAAAAABE!

    E EU É Q NÃO GOSTO.DE TRABALHAR?
    Cê sequer me conhece; mas conhece o genocida.
    Kkkkkkkk
    Gado, vc é um caso perdidaço.

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  14. Para o não entendedor meia palavra, merda.

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  15. Concordo com a posição acima desse lunático aloprado do PT , que além de canalha é analfabeto, essa turma não é só corrupta, elas pregam o esculacho da sociedade querem abolir os valores morais e cívicos da família brasileira corromper as mentes dos jovens nas escolas, legalizar o aborto , as drogas , apoiar invasão do MST
    esses canalhas estão a serviço das forças do mal
    Deus é mais!
    vamos vencer no final e acabar com a festa dos capetinhas que estão comemorando no inferno

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