Valor Econômico
Lula não se deixou acuar pelo adversário e
Bolsonaro mostrou-se nervoso desde o início
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva
precisava de um empate para administrar sua vantagem frente ao presidente da
República, mas ganhou o debate. Não se deixou acuar pelo adversário, que subiu
o tom das acusações, administrou melhor o tempo e evitou ficar perto de
Bolsonaro para não ser intimidado como o foi no encontro da TV Bandeirantes.
Jair Bolsonaro mostrou-se nervoso desde o início ao começar o debate sem dar
boa-noite aos telespectadores, sem cumprimentar o apresentador William Bonner
ou ao seu adversário. Colecionou xingamentos (“Lula, tenha vergonha na cara”,
“O crime compensa, Lula?”, “Você é um bandido, Lula”, “Ele só transpôs dinheiro
pro bolso dele”, “Você é chefe de organização criminosa”, “Tu és um grande
farsante, a começar pela escolha do vice”), levando Lula a pedir desculpas aos
telespectadores pelo nível do debate.
A acusação de Lula de que Bolsonaro estava desequilibrado encontrou sua imagem literal nos escorregões de Bolsonaro no palco. Ele se manteve sempre à frente no palco mas não conseguiu mais trazer Lula para seu lado, condição que evidencia a diferença da estatura entre ambos.
Lula errou pela iniciativa de pautar a
questão do aborto, lendo um discurso de Bolsonaro de 1992 no plenário da Câmara
em que ele sugeria pílula abortiva para os mais pobres. Menos pela resposta
desconcertada de Bolsonaro e mais pela deixa para o presidente explorar o tema
que, historicamente, é visto de maneira mais aberta por seu grupo político do
que pelo bolsonarismo.
Saiu-se bem, porém, ao dar a vitória como
fato consumado listando os países que pretende visitar logo depois de eleito, e
ao citar Marina Silva, presente na plateia, para defender seu legado na questão
climática. Perdeu, porém, a oportunidade de explorar a vitimização do
presidente que explorou a denúncia das inserções do horário eleitoral. Fabio
Faria, o ministro que fez a denúncia e estava no estúdio, voltou atrás.
Bolsonaro teve um de seus melhores momentos ao comparar os 9 quilos de carne compradas pelo Auxílio Brasil e os 3,5 quilos que o Bolsa Família permitia adquirir. Defensivo em relação aos estudos do Ministério da Economia sobre salário mínimo e décimo terceiro salário, Bolsonaro chegou a propor um valor que não consta de sua proposta de orçamento. Do meio para o fim do debate, quando passou a ser mais temático e menos agressivo, citou ainda dados do Ipea sobre redução da pobreza. Deslizou, porém, nas considerações finais, ao “pedir a Deus” mais um mandato de deputado federal. Lula mostrou-se mais capaz de segurar seu eleitor do que Bolsonaro, mas não é possível dizer que o debate seja capaz de mover o mercado eleitoral dos 8,5 milhões de indecisos.
A mentalidade de Bolsonaro é mesmo a de um deputado federal do baixo clero! Depois de 4 anos de mandato presidencial mal cumprido, sem conseguir LIDERAR E INTEGRAR o país e os governadores e congressistas, sobrevivendo apenas pela COMPRA DO CENTRÃO através do orçamento secreto, ainda pediu a Deus MAIS UM MANDATO DE DEPUTADO FEDERAL... Se ele conseguir ficar fora da cadeia nos próximos anos, poderá tentar novo mandato de deputado federal em 2026!
ResponderExcluirCarácoles!
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