O Globo
Seja quem for o vencedor no domingo,
enfrentará um pais dividido. É preciso encontrar novas lideranças políticas
Com a aproximação do segundo turno da
eleição presidencial e a perspectiva de que, seja qual for, o vencedor
enfrentará forte oposição que reflete um país dividido, já é hora de analisar
as alternativas que se oferecerão ao eleitorado diante da realidade de que,
como disse Antonio Gramsci, “o velho está morrendo, e o novo ainda não pode
nascer”.
Vencendo Lula, o PT estará diante do fim de
uma era sem que esteja claro se haverá algum líder para levar adiante o partido
ou se ele se transformará em mais um que vive do passado, às vezes renegando-o,
como o PTB de Roberto Jefferson, outras o emulando sem inspiração, como o PDT
de Leonel Brizola. Fernando Haddad é a aposta mais forte num futuro petista
mais aberto a novas tendências, principalmente se vencer a eleição para
governador de São Paulo.
Mesmo que Lula seja derrotado, Haddad, governando São Paulo, será o incontestável novo líder petista. Ainda que perca, porém, será um ministro importante num eventual governo Lula, especula-se talvez mesmo sendo escolhido para o Ministério da Fazenda. O ex-presidente já disse que quer dar a pasta a um político, e não há no partido político melhor do que ele para ajudar a fazer um governo que vá além do PT. A outra possibilidade, o ex-ministro da Saúde Alexandre Padilha, esbarra na falta de influência na máquina petista.
Antonio Palocci, que também é médico como
Padilha, tinha. Por isso foi capaz de escolher Henrique Meirelles para o Banco
Central e tucanos para sua assessoria, controlando as reações dos petistas
radicais. O senador Jaques Wagner é outro político que poderia exercer essa
função crucial para um futuro governo Lula, pois é reconhecido como hábil
negociador.
As mulheres, maioria do eleitorado, se
transformaram num potencial de voto importante, e as campanhas resolveram
explorar esse veio. Bolsonaro com mais razão, porque ficou marcado como
misógino, que não trata bem as mulheres. Entraram em campo a primeira-dama,
Michelle, que teve atuação importante principalmente entre os evangélicos, e a
ex-ministra Damares, que acabou atrapalhando quando espalhou uma história falsa
sobre abuso de crianças. Mostrou-se irresponsável, como já acontecera noutras oportunidades.
No campo da extrema direita, caso Bolsonaro
se reeleja, a liderança personalista continuará sendo dele, mas, dentro das
regras atuais do jogo, não poderá se candidatar mais uma vez. Poderá lançar a
própria mulher como sucessora, ou um de seus filhos. Mas a direita terá líderes
eleitos com força eleitoral suficiente para se mostrarem alternativas a uma
candidatura extremista. O governador reeleito de Minas, Romeu Zema, do Novo, é
um desses nomes que podem liderar uma ala da centro-direita que apoia Bolsonaro
por falta de opção.
Outro candidato importante será Tarcísio de
Freitas, caso se eleja governador de São Paulo. Eleito, ele terá pista livre
para abrir seu próprio caminho a partir do estado mais rico da Federação, assim
como Zema, que lidera o segundo maior colégio eleitoral do país. Também o
ex-presidente Lula contou com participação fundamental na sua campanha de duas
mulheres: a ex-ministra Marina Silva, com um aval importante à questão do meio
ambiente, e Simone Tebet, que virou a grande estrela da corrida presidencial.
Fala muito bem, é assertiva, floresceu na
campanha. Não teve uma votação digna no primeiro turno, e hoje muita gente deve
estar se lamentando porque ela realmente mostrou que poderia ser uma grande
candidata. Está ajudando muito Lula, pode ter participação num futuro governo
petista e se mostra uma possibilidade futura de liderança renovada, que é o de
que estamos precisando. Sairemos desta eleição com o fim de uma era,
precisaremos de novos líderes e estamos numa entressafra.
Uma política de centro-direita, ligada ao
agronegócio, mas aberta a apoiar Lula com o objetivo mais amplo de defender a
democracia, Tebet pode surgir como neutralizadora de uma extrema direita que
sempre esteve em minoria e foi acordada pelo radicalismo de Bolsonaro. Zema e
Tarcísio são políticos que têm uma massa enorme de eleitores para segui-los;
são da direita equilibrada, podem representar bem esse grupo de eleitores cada
vez maior, deixando de lado os extremistas.
No meio dessa confusão e com a baixa
renovação do Congresso, teremos alguns líderes se destacando nos próximos anos.
O candidato a vice Geraldo Alckmin, apesar de ter tido papel menos relevante na
campanha, sem a dimensão que se esperava, terá função importante num eventual
governo Lula. Além de, no Brasil, vice-presidente virar expectativa de poder.
Importante saber quem liderará a parte derrotada. Torcer para que, se for
Bolsonaro, o extremismo de direita seja contido e para que, se for Lula o
derrotado, a esquerda apresente novos nomes.
A CADEIA QUE O ESPERA
ResponderExcluirEm pouco mais de 2 meses, Jair [falso Messias] Bolsonaro começará a dar passos rápidos em direção à sua morada permanente, uma PENITENCIÁRIA de segurança máxima! O canalha começará a pagar por SEUS TANTOS CRIMES!
A vulgaridade tomou conta do país ao ponto de gente seria não quer saber de política, que se tornou uma Serra Pelada de oportunistas aventureiros. Políticos no Brasil são pessoas preparadas só para roubar do erário, sem talento e sem dignidade uma espécie de Trump que agora dá trabalho para a justiça americana pois não quer desencanar do poder e comete toda espécie de disparate. O nosso país já foi,‘não é mais. Os exemplos vem de onde não deveria - nada vale a pena nesse escarcéu. A minha esperança morreu com o gesto dessa opera de mau gosto: Serra Prelada é o seu nome.
ResponderExcluirRoberto Jefferson o ator principal.
ResponderExcluirBrasil
ResponderExcluirTeme que Bolsonaro não aceite a derrota enquanto filho chora fraude antes da eleição no Brasil
https://www-theguardian-com.translate.goog/world/2022/oct/27/jair-bolsonaro-brazil-election-fraud-claim?_x_tr_sl=en&_x_tr_tl=pt&_x_tr_hl=pt
Opinião
ResponderExcluirBrasil
Opinião do The Guardian sobre a eleição do Brasil: o retorno de Bolsonaro custaria a todos nós
Editorial
https://www-theguardian-com.translate.goog/commentisfree/2022/oct/27/the-guardian-view-on-brazils-election-bolsonaros-return-would-cost-us-all?_x_tr_sl=en&_x_tr_tl=pt&_x_tr_hl=pt
New York Times 27 Outubro 2022
ResponderExcluirNew York Times Opinion
@nytopinion
·
2h
On Sunday, Brazillians will select their next president, and the stakes couldn’t be higher: Whoever wins will inherit control over more than half of the Amazon rainforest and, by extension, will determine the conditions for future life on Earth. https://nyti.ms/3DAUzBv
https://video.twimg.com/amplify_video/1585606524948615168/vid/1280x720/ZcsJVpdh4gTwIsyH.mp4?tag=14
A eleição presidencial do Brasil determinará o futuro do planeta
https://www-nytimes-com.translate.goog/2022/10/27/opinion/brazil-election-climate-change-amazon-rainforest.html?smtyp=cur&smid=tw-nytopinion&_x_tr_sl=en&_x_tr_tl=pt&_x_tr_hl=pt
https://int.nyt.com/data/videotape/finished/2022/10/1666800686/brazil_1-1254w.mp4
Mas q o bolsonaro piorou o Brasil, ah piorou.
ResponderExcluirRelembro que o papa Francisco rezou “a Nossa Senhora Aparecida para proteger e curar o povo brasileiro, para libertá-lo do ódio, da intolerância e da violência”. Ou seja, Bolsonaro nunca mais!
ResponderExcluirO papa sabe das coisas.
ResponderExcluirSe sabe.
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