O Globo
Simone Tebet, Michele, Cármen Lucia, Marina
Silva, Damares, as mulheres que mais têm influenciado a campanha no segundo
turno
Entre as peculiaridades desta campanha
eleitoral está o fato de as mulheres terem sido fundamentais para os candidatos
que disputam o segundo turno. Bolsonaro levou à ribalta a primeira-dama
Michelle e sua ex-ministra Damares. A primeira tem tido uma ação eficaz para a
campanha do marido, em que pesem seus transes religiosos, mas Damares só tem
trazido problemas quando se mete a denunciar aberrações sexuais com bebês, uma
lenda urbana que não conseguiu provar, mostrando-se irresponsável.
Para Lula, entre as mulheres, destaca-se a ex-senadora e candidata derrotada à Presidência Simone Tebet. Ela tem dominado a campanha, influindo decisivamente e obscurecendo a presença do candidato a vice Geraldo Alckmin, considerado até então o grande trunfo de Lula para levar sua candidatura ao centro político. Pois Simone Tebet está lembrando aos eleitores desencantados que eles tinham uma boa candidata no primeiro turno.
Destemida, assertiva, com cabeça
estratégica a ponto de ter sugerido (e ter sido acatada) que o PT desistisse da
cor vermelha e usasse o branco para atrair eleitores de outras tendências.
Outra mulher que tem se destacado na campanha petista é a ex-ministra do Meio
Ambiente do PT Marina Silva, que levou propostas concretas num tema crucial
para o futuro da humanidade, a preservação do meio ambiente, especialmente da
Amazônia.
De maneira dramática e involuntária, a
ministra do Supremo Tribunal Federal (STF) Cármen Lúcia, que se destaca pela
defesa da liberdade de expressão, foi atingida por um dos mais grosseiros e
impensáveis ataques verbais já ocorridos em campanhas eleitorais no país. O
calão com que Roberto Jefferson a agrediu em vídeo na internet chocou a opinião
pública e provocou reações indignadas dos mais diversos órgãos de
representatividade da sociedade brasileira. Foi a reação acertada do ministro
do STF Alexandre de Moraes, mandando prendê-lo em casa, que originou o caso
mais grave até hoje nesta campanha presidencial, tão fora da curva e do tom.
Se a pesquisa do Ipec divulgada ontem não
reflete o caso do fim de semana, envolvendo a tentativa de “suicídio pela
polícia” de Jefferson, pior ainda para Bolsonaro, que aparentemente se livrou
de diversos obstáculos graves, como o caso das meninas venezuelanas chamadas de
prostitutas ou a restrição ao aumento do salário mínimo, mas ainda não das
consequências do gesto tresloucado, insinuado mas não executado, de seu aliado
que agora renega, diante da repercussão negativa.
O que aconteceu no domingo foi um absurdo
total, uma demonstração de que o incentivo de Bolsonaro a que militantes
armados reajam contra autoridades “em defesa da liberdade” leva a isso. O ato
de Jefferson é um reflexo dessa política de estimular reações violentas contra
as instituições e do armamento liberado sem restrições para quem quiser, a
ponto de termos cerca de 1 milhão de armas nas mãos de colecionadores,
atiradores e caçadores (CACs), num país que não tem esses hábitos.
Como Bolsonaro tenta se desvincular da
figura do ex-deputado, ligá-lo a Lula e defende os policiais atacados por Jefferson,
a campanha deve ter alguma pesquisa indicando que o episódio não foi bom para o
presidente. Bolsonaro tem a postura de defender policiais em qualquer
circunstância, mesmo quando cometem alguma ilegalidade. Seria uma contradição
não os defender agora.
Há especulação nos meios políticos de que
Jefferson pode ter feito esse escarcéu todo justamente para prejudicar
Bolsonaro, que se recusou a indultá-lo, como fez com o então deputado Daniel
Silveira. Como este último estivesse condenado pelo STF a oito anos quando
recebeu o indulto, e Jefferson, embora preso, ainda não, ele teria mandado
emissários ao presidente pedindo o mesmo tratamento e não foi atendido. Nunca
devemos esquecer que Jefferson era aliado de primeira hora do governo Lula, que
foi até sua casa ouvi-lo cantar ópera, mas entregou o esquema do mensalão
porque achou que o então ministro José Dirceu jogava a culpa da corrupção nos
Correios no PTB.
Tudo é possível quando se lida com figuras
como o antigo advogado de porta de cadeia que se transformou em líder político
influente de diversos governos. Jefferson agora, comenta-se, promete contar
tudo o que sabe, sentindo-se abandonado pelo governo Bolsonaro, que o
classificou como “bandido”. O mais provável é que tenha tentado promover uma
comoção nacional com seu “martírio” para ajudar Bolsonaro a virar o jogo. Foi
um tiro que saiu pela culatra, para usar uma metáfora de agrado dos CACs.
"obscurecendo a presença do candidato a vice Geraldo Alckmin"
ResponderExcluir"Bolsonaro levou à ribalta a primeira-dama Michelle e sua ex-ministra Damares.:
Suponhamos q alguém tenha obscurecido o Alckmin, Merval.
A quem as meninas micheque e doiDamares obscureceram na campanha do genocida?
Só pra saber.
Na verdade, ninguém obscureceu o Alckmin - é só a bílis do seu fígado.
A campanha na reta final.
ResponderExcluirO fato da campanha da Frente Democrática não ter acionado mais o Alckmin foi simples burrice dos marketeiros. Tinham que ter colocado mais Alckmin e Marina falando, o que acertadamente Tebet está fazendo. O próprio Ciro estaria ajudando a democracia se aparecesse falando, mas nas próximas eleições Simone fará sombra sobre ele sem dúvida. Quanto as meninas venezuelanas. Dizem que quem refresca cu de pato é lagoa. Neste caso tanto Alexandre, quanto Merval e até Luciano Huck contribuíram para refrescar o cu do pato.
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