O Globo
Bolsonaro
foge de debate sério sobre economia repetindo respostas inventadas que decorou.
Não saberia explicar a frase de que não há fome no país
O
ideal neste tempo final de campanha é que o país consiga se dedicar a temas que
realmente importam, como a economia, o emprego, a luta contra a fome, o resgate
da educação. Ontem, a coligação de Lula ganhou o direito de
resposta concedido pelo plenário do TSE e tem pela frente essa
vantagem nestes momentos decisivos. Estamos a uma semana do fim da mais
violenta campanha eleitoral da história da democracia. O PT, na visão de muita
gente do partido, foi para o campo que Bolsonaro quis, o de discutir falsos
problemas e entrar na guerra de ataques sem fim e sem propósito.
— Mordemos a isca. Temos que sair disso. O tema é o emprego, a fome, o desenvolvimento, a educação. Assuntos que sempre foram nossos. Respeitamos as igrejas pentecostais, todas as igrejas, mas o que as pessoas querem saber é como o Brasil conseguirá acabar com a fome. Temos que recolocar a nossa agenda — reclamou um dos líderes políticos do PT incomodado com o espaço dado na campanha para rebater as acusações de banheiro unissex, aborto, fechamento de igrejas e outras mentiras de Bolsonaro.
O
dilema é difícil. As mentiras tiram voto, mas combatê-las e com armas
semelhantes faz a coligação de Lula ir para o lugar do ringue em que Bolsonaro
sempre reinou. O que os indecisos, ou que ainda admitem mudar o voto, querem
saber é como a vida pode melhorar. Para todos os eleitores, é um enorme
prejuízo o debate ir para tão longe do que realmente importa.
Entre
os economistas da campanha do PT a grande preocupação hoje é com o grau e as
consequências da gastança. Ninguém sabe o tamanho da ruína econômica que está
sendo criada com as medidas eleitoreiras em série que comprometem as contas
públicas no ano que vem.
— É
um populismo fiscal sem precedentes, o uso de uma autarquia como a Caixa sem
qualquer análise de prudência ou de gestão de risco. Essas operações terminarão
numa explosão de inadimplência, que baterão no Tesouro. O Banco Central está
queimando reservas para segurar o dólar — explicou um dos economistas da
campanha.
De
fato, o nível de reservas cambiais que já foi de US$ 388 bilhões em junho de
2019 estava em setembro de 2022 em R$ 324 bi, US$ 64 bilhões a menos, o nível
mais baixo desde 2011. Só este ano o nível caiu em US$ 37 bi. O que governo tem
feito, com a ajuda da equipe econômica, é um terra arrasada fiscal. Nenhum
economista, mesmo longe de qualquer disputa, sabe ao certo quanto vai custar
tudo. É por isso que ontem, em entrevista ao GLOBO,
Aloizio Mercadante falou em R$ 430 bilhões e R$ 160 bi. Ninguém
sabe ao certo. Não há teto fiscal há muito tempo, não há limites éticos e
fiscais para o que a equipe econômica de Bolsonaro faz nesta reta final da
campanha.
Quem
vencer herdará um orçamento inexequível, um país em escombros fiscais. O
governo sabe disso e prepara seus planos. Entre eles, o que foi publicado esta
semana que é o de indexar salário mínimo, aposentadorias e benefícios pela meta
de inflação. Há dois anos o país não consegue chegar nem no teto da meta. Se
tivesse sido aplicado nos últimos quatro anos significaria sim uma redução real
do salário mínimo e do valor dos benefícios. O governo poderia ter a coragem de
defender o que pretende e justificar. Mas se a justificativa para a redução do
valor do mínimo e benefícios for equilíbrio das contas públicas, terá que
explicar as farras fiscais eleitoreiras.
Por
isso, Bolsonaro foge da economia. Repete as mentiras que treinou. Que o país
está “bombando”, que a gasolina está barata. Ele, sua equipe, os bolsonaristas
do mercado financeiro, todos sabem que esse preço é artificial. A gasolina está
baixa pela mistura explosiva de represamento de preços, intervenção na
Petrobras, imposição de perdas fiscais aos estados, renúncia a R$ 52 bilhões de
impostos federais. O custo é insustentável. E tudo isso, como admitiu uma fonte
do governo com quem tive uma conversa sincera sobre esse assunto, vai no
caminho oposto da transição energética.
Em
vez de Lula ficar explicando que não pensa em banheiro unissex nas escolas, uma
das várias mentiras, que tal fazer Bolsonaro explicar sua afirmação de que
ninguém passa fome no Brasil?
Admito o dilema. É difícil ir para a vida real quando é tão violenta a campanha de desinformação, o uso das igrejas como centros de coação de eleitores e das empresas como pontos de assédio político aos funcionários. Mas, como diz Drummond, “chega um tempo em que a vida é uma ordem”.
"O PT, na visão de muita gente do partido, foi para o campo que Bolsonaro quis, o de discutir falsos problemas e entrar na guerra de ataques sem fim e sem propósito"
ResponderExcluirObviamente essa "muita gente" é minoria, do contrário o PT a seguiria. É necessário dizer q o PT se bate contra bandidos. Empresários q ameaçam demissão, compra de votos, mentiras como as de q Lula fechará igrejas. O poder destrutivo desses bandidos é tamanho q até o TSE enfrenta dificuldades.
Existem 2 formas de se lidar com bandidos: dentro ou fora da Lei.
O PT está dentro, claro; fora, o PT tb seria bandido.
Lidar com bandidos dentro da Lei é mais difícil e demorado e com recursos desiguais. Daí a dificuldade do PT.
"Por isso, Bolsonaro foge da economia. Repete as mentiras que treinou"
ResponderExcluirTodo mundo, até o gado, sabe q o palerma da República MENTE PRA CARAMBA.
Bolsonaro repete as tantas mentiras que seus cúmplices treinaram com ele, mas ele mente com grande experiência, pois são anos e anos mentindo e enganando os eleitores.
ResponderExcluirEu acho que a campanha do PT está certa,precisa desmentir,em tempo real,tanta mentira.
ResponderExcluirO IPEA JÁ DESMENTIU ESSA PESQUISA DE QUE HÁ 33 MILHÕES DE FAMINTOS NO BRASIL. SE HÁ FOME PORQUE OS MISERÁVEIS NÃO SE CADASTRARAM NO AUXÍLIO BRASIL. ESSES JORNALISTAS DE ARAQUE REPETEM TANTO SUAS MENTIRAS QUE ACABAM ACREDITANDO NELAS. POR FAVOR NÉ PESSOAL. MAIS RESPEITO COM SUAS OPINIÕES.
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