Folha de S. Paulo
É hora de jogar a extrema direita na
sarjeta da história, de onde nunca deveria ter saído
Este domingo (2) é o dia mais importante da
história democrática brasileira; nada mais, nada menos. É o dia em que a
sociedade vai se comprometer com a democracia, tirando do poder o pior governo
da nossa história.
Que isso signifique que o PT estará de
volta ao poder está longe de ser ideal, mas não é uma escolha difícil. Na
verdade, é bem simples: Lula já fez
um bom governo, de 2003 a 2006, e, mesmo que seu segundo governo tenha sido
péssimo, ele não se compara ao desastre atual.
A destruição institucional do governo Bolsonaro é inacreditável. Parece que foi ontem quando, em uma reunião ministerial, o ministro do Meio Ambiente propôs passar a boiada enquanto a mídia estaria preocupada com a pandemia. E o pior? O governo fez exatamente o que ele propôs.
A desregulamentação ambiental já custou
muito à sociedade, que está e vai continuar sofrendo retaliações comerciais
pelo descaso com a Amazônia, a caatinga e o Pantanal.
Os resultados do governo Bolsonaro: fome,
inflação, desemprego e milhares de covas que não existiriam se qualquer outro
estivesse na cadeira da Presidência. Uma economia destroçada e a pior gestão
nacional da pandemia entre os países do G20. Mais de 3.200 em cada milhão de
brasileiros morreram de Covid-19 e suas complicações.
Lembra-se da Espanha e da Itália, onde o
exército teve que criar hospitais de campanha em regiões como Bergamo e Madri?
Essas taxas são de 2.400 e 2.980 mortos por milhão de residentes,
respectivamente. A razão para isso é bem simples: Itália e Espanha, assim como
a maior parte dos países do mundo, levaram a pandemia a sério.
Os presidentes recomendaram que as pessoas
usassem máscaras, seus governos correram para fechar acordos com as empresas
farmacêuticas que estavam desenvolvendo vacinas, e os ministros da Saúde foram
a público para incentivar que as pessoas evitassem aglomeração. Ou seja, o
oposto do governo negacionista brasileiro. O resultado está aí para todos
vermos: Brasil no topo do ranking de mortos por Covid entre os países do G20.
E a economia? O relatório Focus é claro.
Espera-se que o país vá crescer 0,5% em 2023, com inflação acima da meta. Em
nenhum país no qual o governo deixa a economia arrumada as expectativas são que
o ano seguinte será de crescimento em baixa e inflação em alta. Paulo Guedes
conseguiu substituir Guido Mantega como o pior ministro da economia da história
brasileira.
Escrevi em 2018 que voltaríamos 50 anos no
tempo, com desemprego de dois dígitos, inflação em alta, sem vários direitos
sociais e sem Bolsa Família.
Hoje, são milhões na fila do tal Auxílio
Brasil, que é um arremedo do que foi o melhor programa social da história
do Brasil.
Com ou sem pandemia, a gestão da economia
foi péssima. O único uso do capital político do presidente foi usado para
liberar a compra de armas pela população, um erro que vai custar muito mais
vidas.
Esse é o governo da morte; foram quatro
anos sem esperança de um país melhor. É hora de jogarmos a extrema direita na
sarjeta da história, de onde nunca deveria ter saído.
É triste que posso repetir o mesmo
parágrafo final da coluna
antes da eleição de 2018, substituindo Fernando Haddad por Lula.
"Por pior que seja a candidatura
petista, é melhor que a barbárie. Vote em Lula, pelo amor dos brasileiros. Não
é preciso ser sábio para saber como termina o filme com a extrema direita no
poder. O Brasil morre no final."
*Professor da New York University Shanghai (China) e da Fundação Dom Cabral. É doutor em economia pela UFRJ.
"Este domingo (2) é o dia mais importante da história... brasileira; ... É o dia em que a sociedade vai se comprometer com a democracia, tirando do poder o pior governo da nossa história"
ResponderExcluirNem vou comentar. É autoexplicativo. E verdadeiro.
Parabéns ao colunista e ao blog que divulga seu trabalho! Um excelente resumo do trágico e criminoso DESgoverno Bolsonaro! Cadeia para o genocida!
ResponderExcluirNão há alternativa! É Lula ou Luis Inácio da Silva... 13, de qualquer jeito!
ResponderExcluirO colunista parece que consegue ser isento e imparcial,muito bom.
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