Folha de S. Paulo
Bolsonaristas querem Rogério Marinho
(PL-RN) na presidência da Casa para emparedar tribunal
Enquanto tenta agitar as ruas com falsas
suspeitas sobre as eleições, Jair
Bolsonaro se mexe para montar uma trincheira no Senado a partir
de 2023. O presidente e seus aliados intensificaram as articulações para
emplacar no comando da Casa um parlamentar que tope emparedar o STF quando o
capitão deixar o poder.
A escolha de um presidente do Senado bolsonarista é tema de diversas reuniões em Brasília. A maior parte dos encontros é liderada pelo senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ). Ele deixou claro aos potenciais integrantes da aliança que o principal objetivo é mandar um recado ao STF.
A turma do presidente sempre demonstrou
interesse em remover Rodrigo
Pacheco (PSD-MG) da chefia do Senado. O parlamentar mineiro é
visto como um obstáculo a pedidos de impeachment de ministros do Supremo e
outras medidas para limitar o poder da corte.
Esses políticos entendem que a escolha de
um bolsonarista para o posto não precisa necessariamente culminar na derrubada de
ministros do STF, mas pode pressionar a corte a exercer uma
autocontenção.
em setembro de 2021 - Adriano
Machado/Reuters
Em uma conversa recente com Flávio,
integrantes do grupo afirmaram que o objetivo seria traçar uma linha no chão:
convencer o STF a encerrar inquéritos em andamento contra bolsonaristas,
enterrar os atritos do passado e responsabilizar o tribunal apenas por novas
decisões que eles considerarem abusivas.
O escolhido para exercer a função é o
senador eleito Rogério
Marinho (PL-RN), ex-ministro de Bolsonaro. No fim de outubro, ele
deu uma pista da proposta em entrevista a uma rádio potiguar. "Eu não
posso jogar sobre fatos pretéritos", afirmou. "Eu só posso me
debruçar sobre casos que ocorrerem de fevereiro em diante."
Marinho se reuniu com
Bolsonaro na quarta-feira (23). Ele é o favorito porque critica a
conduta dos ministros do Supremo, mas também é um representante da velha
política. Aliados acreditam que ele pode conquistar votos no Senado graças às
generosas verbas das emendas de relator que sua pasta distribuiu.
Onde já se viu!
ResponderExcluir