Folha de S. Paulo
Equipe de transição começa debate
propositivo com bons quadros e desafios após Bolsonaro
Aos poucos, os contornos do terceiro
governo Lula vão ficando mais claros. O clima de frente ampla
do segundo turno parece ter reunido gente bem boa em torno do novo presidente.
Tudo ainda pode dar errado, mas os sinais são bons.
Na COP27, Lula pode ter feito o melhor discurso de sua vida,
o que mais impacto pode ter na vida das gerações futuras. Tudo ali está certo.
Fazer aquilo não vai ser fácil, mas a equipe de transição de meio ambiente se
destacaria em qualquer país do mundo.
A equipe de transição para a educação
também é muito boa. Já passou da hora de alguém generalizar para o Brasil a experiência de sucesso da educação
básica cearense, e a escolha dos nomes até agora dá a impressão de que o
plano é esse.
Isso já poderia ter acontecido: em 2015, Dilma Rousseff nomeou Cid Gomes, ex-prefeito de Sobral, para o MEC. Eduardo Cunha derrubou os dois.
Também há ótimos nomes cotados para a
justiça e para os direitos humanos. Essas são áreas em que Jair Bolsonaro foi tão mal que se Lula sorteasse os
ministérios entre os pacientes do manicômio judiciário, na pior das hipóteses,
empataria com a equipe de Bolsonaro. Mas mesmo sem a comparação, a equipe nova
é boa.
A grande incógnita continua sendo a equipe
econômica. As indicações na educação, no meio ambiente e na justiça deixaram
clara a direção que o novo governo pretende seguir nessas áreas.
Na economia, a equipe até incluiu nomes de
diferentes origens ideológicas, mas antes que alguma síntese desses debates
surgisse, a PEC do Bolsa-Família atropelou a conversa; isso era
inevitável pelo calendário do orçamento, mas a condução inteira do processo foi feita pela ala política do
novo governo, sem participação ativa da equipe de transição.
Mas mesmo na área econômica, as propostas
mais concretas começam a aparecer. Em entrevista à jornalista Miriam Leitão, o
vice-presidente Geraldo Alckmin anunciou que o governo Lula pretende
tocar o projeto de reforma tributária já em discussão no Congresso, proposto
pelo presidente do PMDB, deputado Baleia Rossi.
Boa parte da discussão que embasa esses
projetos de reforma tributária se originou no trabalho do economista Bernardo
Appy, que participou dos governos Lula. Tanto quanto sei, Appy foi o único
economista "ortodoxo" de primeira linha que apoiou Fernando Haddad no segundo turno da eleição de 2018.
Da mesma forma, o debate sobre a nova regra
fiscal que substituirá o teto de gastos vem ganhando corpo. Na semana passada,
Felipe Salto, ex-secretário de fazenda em São Paulo, apresentou uma nova proposta de regra fiscal ao vice-presidente
Alckmin. Salto foi um crítico do teto de gastos original quando ele foi criado.
E há debates que mal começaram, mas podem
se mostrar frutíferos. Por exemplo, gostaria de ver o tema da industrialização brasileira tratado por uma equipe
econômica com gente de orientação ideológica diversa.
Enfim, se a negociação da PEC no Congresso evoluir a contento, e
as novas propostas tributária e de regulação fiscal forem implementadas rápido,
os movimentos de mercado recentes podem ser revertidos.
Se tudo der certo, a economia vai cumprir seu papel de segurar as pontas enquanto
as turmas da educação e do meio ambiente garantem não só bons semestres, mas
boas décadas para o desenvolvimento brasileiro.
Já é tempo do Brasil ocupar seu lugar no mundo. Não tivemos guerras constantes, um país que tudo dá, mão de obra barata, espírito empreendedor do brasileiro com uma versatilidade sem igual, comida da boa e saudável só faltando mesmo a bravura de um Irlandês, a educação de um Inglês e coragem desses países que vivem em lutas por soberania, espaço físico e clima. Devemos nos unir para alcançarmos esse país parecido com utopia mas que pode transformar em realidade. Se unirmos como uma grande família
ResponderExcluirConseguiremos isso. Desculpe pela ingenuidade que isso possa aparecer mas é um sonho, o meu sonho.
Muitos sonhos podem ser transformados em realidade... Por que não este?
ResponderExcluirMuito bom o artigo.
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